Eu não sei explicar a sensação de acordar mas nunca é agradável, sempre é aquela rotina, acordar e ficar deitado na cama olhando para cima esperando que algo mude na minha vida, ou talvez que algo caia do teto e me mate. O fato de eu não conseguir me matar me tortura mais do que qualquer outra coisa.Tocou o sinal que avisava que o café da manhã estava pronto, talvez eu não quisesse levantar, passar o dia na cama talvez fosse o melhor que eu conseguiria fazer.
-Louis, vamos.- Disse Stan, do lado de fora do quarto.
-Não estou afim de tomar café hoje.
-Sabe que não tem muita escolha não é mesmo?- Louis apenas levantou a cabeça e olhou para Stan.
Louis não gostava muito desse funcionário, odiava quando ele pegava a metade do lado direito do corredor. Harry era mais cuidadoso que Stan, por isso preferia ele.
-Louis, é sério, levanta.
-To indo Satan.-Disse levantando.
-O que disse ?
Louis permaneceu quieto e começou andar em direção a janela, pessoas brincavam do lado de fora e tinha enfermeiros os mandando para dentro pelo mesmo motivo que Stan ainda estava parado na porta.
-Vai vir Louis ou terei que pedir para colocar você no quarto das almofadas.
-Stan você é ridículo. Sinceramente, eu esperava mais de você.- Disse virando e começando a andar na direção do mesmo.- Você parece ser uma pessoa tão inteligente, não devia me tratar assim, você não viu tudo o que eu fiz ? Acha mesmo que eu Louis Tomlinson não posso te matar aqui e agora ?
Louis estava a centímetros de Stan, sabia que ele estava com medo pois podia ver em seus olhos. O menor adorava essa sensação, a sensação de ver medo nos olhos dos outros, queria ser temido como ele temia as pessoas da escola.
Harry apareceu na porta e viu como Louis estava, seus olhos estavam fixos nos de Stan e por um segundo Harry podia garantir que não era Louis naquele quarto. Seus olhos estavam negros, sua face exalava ódio. Harry conhecia aquele olhar. Harry trabalhava a muito tempo naquele lugar, já havia visto e presenciado coisas que não gostaria de presenciar novamente.
-Stan, saí. Louis vai para a cama.- Ninguém mexeu um músculo.- Eu disse agora, pros dois.
Stan seguiu as ordens mas Louis não, o mesmo continuou de pé, só foi em direção a janela novamente.
-Louis o que foi aquilo ? - Silêncio.
Após 5 minutos Louis falou.
-Stan me irrita, Stan faz eu ter vontade de matar, Harry.
-A gente vai cuidar disso mas você não pode fazer absolutamente nada, se não você que ira pagar. Sabe disso. Agora vá tomar café.
Louis pediu uns minutos para trocar de roupa, usar o banheiro pra daí descer, Harry entendeu e assentiu. Louis odiava perder a cabeça, sentia como se seu mundo fosse desabar mas adorava a sensação de ver as pessoas com medo dele, sabia que outros tinham receio de quando ele ficava assim.
Seus surtos foi um dos grandes motivos para que tivesse coragem de fazer o que fez, ele sabia disso e tinha medo disso acontecer de novo e nunca mais sair daquele lugar.
Louis já havia tomado café, pego um livro e se acomodado em um dos cantos quietos da ala para poder se concentrar mas nada era fácil pro mesmo.
-Então quer dizer que o louco ameaçou contar pra minha futura sogra sobre meu relacionamento com o Harry? Você pensa que é quem? - Zayn aparece falando, tirando toda a atenção de Louis.
-Olha, penso que sou o Louis, por que?
-Você é muito cínico, garoto. Não mexe com quem está quieto.- Disse agarrando o maxilar de Louis com uma das mãos e logo em seguida soltando.
Louis não moveu um músculo.
-Você vai se arrepender de ter nascido, Zayn. -E então voltou atenção para o livro, deixando o funcionário falando sozinho.
Louis sabia que aquele garoto seria um problema, tanto pra sua recuperação quando pra ele conseguir qualquer coisa com Harry. Sim, ele estava se apegando ao funcionário filho da dona e ele não queria ver mais ninguém encostando nele.
Louis não era ciumento, não até conhecer Harry. O de olhos verdes fazia com que ele se sentisse em paz, como seu nunca tivesse feito absolutamente nada com ninguém, como se não tivesse traumas. E ele gostava dessa sensação não perderia por nada nesse mundo. Alguém tocou em seu ombro o tirando do transe de seus pensamentos.
-Hey, não queria atrapalhar mas você tem uma consulta daqui 5 minutos, a gente normalmente verifica sinais vitais antes das consultas, precisamos fazer isso, vamos?
Uma enfermeira que ele claramente não conhecia o chamou pra uma consulta, Louis não iria de primeira se fosse outra pessoa, a não ser Harry é claro, mas ele sentiu tanto conforto na voz dela que decidiu ir, médico não faz mal a ninguém, certo? Ou faz?
Louis se encaminhou até o corredor da medicina/enfermagem, sentou nas cadeiras que tinha lá e aguardou. Aferiram sua pressão, olharam seus batimentos, colocaram na ficha os remédios que estava tomando, causa e etc.
O médico o chamou.
-Bom dia, Louis. Me chamo Bruno e vou atender você. Entre e sente na maca por favor.- Louis fez o que o médico pediu.
-Bom dia, Bruno.
-Então Louis, por acaso já passou pela psicóloga?
-Ainda não.
-Okay, tem algum problema de saúde já existente e conhecido por você?
-Depressão e já tive anemia.
-A causa da anemia foi patológica ou causal?
-Nao entendi.- Disse Louis.
-Foi devido a alguma doença ou foi provocada devido a não alimentação?
-Ah, foi porque eu não comia. Então causal?
-Sim, entendo. Vou auscultar seu pulmão okay? Não precisa se preocupar, não dói nada.
O médico fez o que falou e mais alguns outros exames, informou que está tudo normal aparentemente mas vai pedir uma coleta de exames pra ter certeza e encaminhar para o psico do hospital. Receitou para Louis alguns medicamentos calmantes até o psicólogo consultar ele.
Louis escutou suas recomendações, aguardou a coleta de sangue e voltou a ler seu livro no pátio.
Harry estava sentado brincando de boneca com uma garota que devia ter cerca de 23 anos mas pelo que entendi tinha alguma doença que retardava a maturidade, sei lá. Não gostei de ver ele brincando com alguém mas entendia. Melhor ela do que Zayn.
Falando em Zayn, preciso começar a bolar meus planos de vingança.
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Suicidal Love
FanficLouis sofre uma vida inteira de injustiças e decide se vingar, considerado incapaz pelo júri e então mandado para o hospital psiquiátrico em que Harry, futuro psicólogo, trabalha para passar o resto da vida.