Capítulo 18

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Hoje era sexta, dia em que Harry falaria com o advogado do caso de Louis. Tomou um banho, colocou uma roupa casual, jogou seus cabelos para trás e deu uma leve amassada nos cachos e estava pronto. Junto com o material que recolheu durante sua pesquisa de TCC, Harry estava levando um consigo a maior ansiedade que já sentirá na vida.

Sabia que tinha que dar tudo de si, precisava convencer o advogado antigo do Louis a passar os documentos da investigação, do julgamento, das testemunhas e etc pra poder passar pro novo advogado que irá contratar. Harry já havia conversado com Bruno que era o responsável pelo tratamento do mais velho dentro do hospital e nesses meses em que passou ali ele havia tido explosões características do TEI, mas desde que começou a fazer o tratamento correto para a doença nunca mais havia explodido com alguém ou apresentado comportamentos prejudiciais a outra pessoas. Só consigo mesmo. O que provavelmente vão querer usar contra ele no júri mas podemos achar um escape pra isso facilmente. Se eu consigo pensar nisso, o melhor advogado de Danvers também deve conseguir. Pôs-se a caminhar até o carro quando esbarrou em sua mãe no corredor.

-Bom dia filho, onde está indo assim tão bonito?

Harry sabe que sua mãe o ama mesmo fazendo tudo que ela faz em relação ao hospital mas também tem consciência de que quando ela souber que ele é gay e que está apaixonado por um dos pacientes e que está fazendo de tudo para tirar ele dali, provavelmente nunca mais ele verá ela.

-Estou indo resolver algumas coisas.

-E eu posso saber que coisas meu querido filho vai resolver as 7:30 da manhã? Você odeia acordar cedo.

-Necessidades mãe, necessidades.

-Entendi. Mas ainda não me falou o que vai fazer.

-E sabe de uma coisa mãe, eu te amo muito. Deixei no seu quarto um chocolate que você gosta.- Disse saindo de fininho de costas para o caminho ainda encarando sua mãe. Deu uma piscadela e se virou sem das tempo dela responder.

Harry chegou ao carro e respirou fundo e tenso com a situação, nunca teve o hábito de mentir, odiava o que estava fazendo. Colocou suas coisas no banco do passageiro e um pouco de coisa no bando de trás e então deu a volta no carro, sentou, deu partida e seguiu seu caminho até a associação de advogados públicos para achar o doutor Noem. Harry dirigiu por 30 minutos até chegar ao estacionamento da assessoria pública onde deixou seu carro na vaga mais próxima possível da porta, desligou o carro mas não teve coragem de sair. Sentia suas pernas fracas e estava com medo de fracassar. Essa manhã Louis seria mandado para a ala amarela então Harry passou lá para dar um cheiro no pequeno e avisar que estava indo ao advogado, sua condição não havia melhorado desde a noite anterior mas pelo menos não tinha piorado também, Harry sabia que não veria Louis com tanta frequência agora e isso lhe partia o coração.

Ele havia passado muito tempo se questionando sobre o que estava acontecendo com seus sentimentos, se questionou se era isso mesmo que estava sentindo, do porque escolher Louis para o trabalho, do porque perdoou ele por fazer as coisas que fez e por tudo que aconteceu. Passou muito tempo sem aceitar que Louis sempre chamou sua atenção, mas era um paciente e isso era antiético de todas as formas possíveis e então tentou se afastar mas nunca deixou de ficar intrigado por ele. Quando Louis tentou se matar Harry ficou desesperado, nunca sentiu em seu peito uma dor tão forte, nem mesmo com Zayn, o que gera uma culpa enorme em seu coração mas não podia negar o que estava sentindo mais.

Toda vez que ia ver Louis seu peito se apertava pensando no porque daquilo acontecer, porque ele fez isso? Porque não havia chamado Harry para acalmar ele? Era um monte de porquês não respondidos que afligiam sua mente todos os momentos. Os cravos estavam intactos ainda quando foi visitá-lo hoje de manhã, apenas trocou a água e sentou ao lado e disse que tudo ia mudar, então agora ele tem que fazer tudo mudar, está em suas mãos.

Respirou fundo e tomou coragem, saiu do carro sem todas aquelas coisas que havia levado, ia tentar uma forma mais dialética antes de expor o Louis para aquele cara que se diz advogado. Subiu as escadas parando na recepção para se identificar e fazer uma ficha de visitante, a recepcionista havia me informado que o doutor Noem estava em reunião no momento mas acabaria logo, que era para esperar na recepção do décimo quarto andar então assim fiz. Sentei e esperei.

Estava mexendo no celular buscando avaliações de advogados quando fui chamado pelo advogado mais incompetente do mundo. Dei um sorriso amarelo e apertei sua mão.

-Oi tudo bem? Sou o doutor Noem, vamos entrar na minha sala pra podemos conversar melhor.

Harry o seguiu para dentro da sala que era de tamanho médio, com os móveis todos em uma paleta escura o que dava um ar pesado ao ambiente. Harry e Noem se sentaram.

-Em que posso ajudar, Harry?

-Então, conversamos por telefone sobre um de seus clientes, Louis Tomlinson. Sou o psicólogo dele e a família entrou em contato comigo para tentar tirar ele do hospital em que está.

-Mas olha, isso será impossível. Ele foi julgado em júri popular e considerado incapaz. Ele não vai sair daquele lugar.

-Se você tivesse feito seu trabalho de forma coerente talvez ele não estivesse lá.

-O que o senhor está falado Harry? Está alegando que não sei fazer meu trabalho?- Era exatamente isso que Harry estava alegando.

-Não doutor, estou falando que Louis tem um transtorno explosivo, foi submetido a diversas dificuldades na infância e na adolescência sem nenhum tipo de ajuda ou tratamento, levando ele a ter surtos em que ele apaga. Essa informação foi colocada em júri?

-Olha eu não me lembro, faz muito tempo.- O advogado coçou a cabeça e endireitou os óculos.

-Eu acredito que não, pois ele não pode ser considerado incapaz se tiver uma doença que é controlada por medicamentos contínuos e tratamento.

-E o que você veio fazer aqui? Porque me procurou.

-Preciso dos documentos do caso, para família pedir um novo julgamento.

-Vai alegar o que para pedir um novo julgamento?

-Oras.- Harry bateu as mãos na mesa.- Que Louis Tomlinson não é incapaz de viver em sociedade.

Dr. Noem ficou encarando Harry por alguns segundos, ele era inteligente sabia que iriam alegar que ele fez o trabalho dele mal feito mas será que mesmo assim ele daria os documentos? Harry havia se excedido e tinha noção disso mas esperava que não tivesse estragado tudo.

-Seu caso é perdido, fique a vontade.- Então levantou, abriu uma gaveta com a letra L na frente e buscou a pasta de Louis e entrou para o maior. - Só vão perder tempo, esse menino não tem mais vida.

O sangue de Harry borbulhava em suas veias, queria socar a cara de Noem, agradeceu pelos documentos e saiu da sala indo em direção ao banheiro. Harry parou com as duas mãos apoiadas no balcão, com a cabeça baixa e respirou até se acalmar, deu uma lavada no rosto, pegou a pasta de documentos e voltou ao carro. Agora precisava ir atrás de Niall para ele pedir um novo julgamento com base nas provas adquiridas.

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