Dói demais ouvir palavras assim de Harry, me faz querer desistir de tudo.
Louis ficou deitado pensando por muito tempo até conseguir cair no sono, seu sonho foi muito realista.
"Louis estava sentado no balanço do parque próximo a sua casa, aparentava ter 8 anos. Balançava e brincava, rindo das piadas que seu colega contava até que um homem se aproxima, pergunta para o amigo de Louis se ele quer ir brincar em outro lugar ele diz que sim. Se afasta com o cara e Louis só observa os dois se afastando, o desespero de uma mãe que não acha mais seu filho, Louis chora porque ela sacode ele. Sua mãe o culpa, a mãe do amigo o culpa, ele era culpado por deixar ele ser levado."
Louis acorda suado, sempre lembrava disso, como se uma criança tivesse mentalidade pra entender o que estava acontecendo, mas ninguém quis entender isso, Louis foi culpado por isso. Não estava aguento sua cabeça mais, precisava falar com o psicólogo se não acabaria se matando. A culpa sempre o consumia, culpa por deixar o amigo ser levado, culpa por seu pai ir embora, culpa por sua mãe o odiar, culpa por não ter amigos.
Levantou e caminhou até a porta, deu duas batidas e aguardou, Harry apareceu no vão da porta.
-O que foi?- Pergunta com indiferença.
-Você voltou pro corredor?
-Cobrindo o John, o que você precisa?
-Será que eu posso ver o psicólogo agora?
-Vou averiguar.
Após uns minutos a porta destranca e Harry aponta para fora do quarto, Louis se encaminha para o corredor e começa a caminhar ao lado do maior.
-Porque quer ver o psicólogo? - Indaga Harry.
-Não tô conseguindo dormir, minha cabeça está bem difícil a um tempo. Acho que as vozes estão piorando relativamente e os sonhos estão cada vez pior. - Louis confessa, seu tom de voz é baixo.
Silencio
Mais silêncio
-Harry? -O menor olhava para frente, sem encarar o cacheado.
-Sim?- Harry olha para Louis que agora estava olhando para as mãos, mexendo os dedos.
-Você me odeia?
-Não odeio ninguém, estou muito magoado com tudo. Estou tentando seguir em frente, sei que sou destinado a isso então bola pra frente. -Harry da de ombros e Louis o encara.
-Desculpa, desculpa mesmo acabar com sua vida.- O menor abaixou o olhar enquanto ainda caminhava.
-Louis, minha vida já estava acabada antes mesmo de você entrar aqui, Zayn só era um pilar que me ajudava a suportar tudo isso.
Não houve mais nenhuma conversa até estarem na porta do doutor Jeime.
-Aqui, o psicólogo está esperando você. Estarei aguardando aqui fora a hora que terminar.
Ao entrar o psicólogo sai de dentro do consultório e chama Harry, fiquei atento a conversa deles no corredor.
-Você já escolheu?
-Ainda não. Não temos pacientes que me intriguem e o que intriga não vou escolher por motivos óbvios.
-Sabe que deve escolher logo né? Sua faculdade não vai esperar sua boa vontade de achar um paciente para relatar o caso de melhora e ser seu paciente 0.
Louis não entendeu do que estavam falando mas não perguntou para o psicólogo.
Doutor Jeime voltou e se sentou na cadeira atrás da mesa, fez algumas perguntas a Louis. Sua cabeça parecia que iria explodir quando entrou naquela sala a 50 minutos atrás , agora estava relativamente bem, ter alguém que o escute sempre era bom. Após a sessão Harry voltou para levá-lo ao quarto novamente.-Posso te fazer uma pergunta?- Harry concorda com a cabeça.
-Acabei ouvindo sua conversa sem querer, as portas daqui não são muito grossas. O que seria um paciente 0? -Harry coçou a cabeça, não queria falar daquilo agora e com ele.
-Hum, eu faço psicologia e estou no semestre dos estágios, preciso achar um paciente para me acompanhar até o final dos estágios. Preciso relatar sobre o começo, meio e fim do tratamento e auxiliar nas consultas.
-E quem você escolheu? Tem uma infinidade de possibilidades aqui para você. -Louis da um empurrão de leve com o ombro no maior, mostrando ser piada.
-Olha, isso é mais difícil do que parece. Tem pacientes ótimos mas que levariam anos até eu entender perfeitamente e saber um plano de tratamento. Sinceramente tudo aqui me frusta.
-Harry, acho que você se cobra demais. Você diz que não gosta daqui mas cursa psicologia. Você diz que é preso aqui mas faz estágio aqui. Qualé a sua?
-Sinceramente, nem eu sei. Estou tão perdido ultimamente que só tenho levado como já estava.- Harry havia parado ao lado de Louis, olhava para o menor enquanto falava.
-E quem você tinha em mente para ser seu paciente 0?- Louis se pôs a andar novamente e Harry o acompanhou.
-Pensei em vários, mas ninguém me agrada. Pensei no Stiven mas ele me irrita, pensei também no Bob mas acho que matar a mãe por raiva dela comer seus biscoitos não é tão atrativo. Pensei na Amber, ninfomaníaca, mas nah. -Deu de ombros.
-Ah, qualé.-Deu um tapa fraco no braço de Harry.- Quem que não quer conhecer mais a história de uma ninfomaníaca, impossível ser mais interessante que isso. -Louis ri.
-Eu ia escolher você antes disso tudo acontecer. -Houve um silencio ensurdecedor- Não sei se agora eu conseguiria. Sempre quis entender como funciona as coisas para alguém que fez o que você fez. Entender o porquê.
Louis parou, estavam quase no quarto.
-Eu ainda posso ser seu paciente, se quiser.
-Não sei não, Louis. Isso mexe muito comigo ainda.
-Você precisa de nota na faculdade e quer entender o porquê eu fiz o que fiz e eu preciso de distração, tô enlouquecendo aqui dentro. Ninguém conversa, ninguém faz nada. Essas pessoas são um tédio.
-Vou pensar, tá bom? Não vou te dizer nem que sim, nem que não agora. Tem muita coisa envolvida Louis, não é só começar e pronto.
Ao chegarem no quarto Louis entra e Harry também. O clima sempre era calmo quando os dois estavam juntos mesmo depois de tudo que aconteceu, Louis se sentia confortável com isso. Harry sentou na cama e encostou a cabeça na parede olhando para cima.
-Sabe, eu já nem sei se amava Zayn ou se ele era apenas alguém que me ajudava a suportar meus pesadelos, acho que era mais comodidade por ele me dar conforto. E me dói pensar nisso pois ele morreu achando que eu amava ele.- Seus olhos estavam fechados, as mãos envolta do joelho.
Louis se sentou na cama ao lado do maior e ficou na mesma posição. Não sabia consolar os outros, nunca teve que fazer isso, não tinha amigos. Então Louis encostou a cabeça no ombro de Harry.
-Sinto muito.- E assim ficaram por algum tempo.
-Você quer ser meu paciente 0? É chato e você tem que responder várias e várias perguntas. - Louis tirou a cabeça do ombro do maior, estava observando a expressão no rosto de Harry, não sabia o que ele estava sentindo mas concordou.
-Quero, começamos quando?
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Suicidal Love
FanfictionLouis sofre uma vida inteira de injustiças e decide se vingar, considerado incapaz pelo júri e então mandado para o hospital psiquiátrico em que Harry, futuro psicólogo, trabalha para passar o resto da vida.