Capítulo 6

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Harry não falou mais nada durante a espera. As pessoas começaram a voltar após o entardecer, muitos gritos, tumulto, pessoas felizes, tudo que irritava Louis. Voltaram para o hospital e todos tiveram de fazer suas higiene como de costume, jantaram e ficaram livres até a hora de dormir.

Quando eu fui dormir não pude não pensar no dia que ocorrera hoje. Passeio, Harry, os lanches... enfim, tudo. Não acredito que eu tenha contato com Harry novamente, eu sou um assassino e pessoas como Harry deveriam me temer. Ah pelo amor Louis Willian, você é um bosta de um suicida que não aguentou a pressão e ao invés de se matar,o que deveria ter feito, resolveu matar as pessoas da escola. Nossa mano, você é um bosta, não sabe a sequência das coisas? Você sofre bullying, sofre, sofre, sofre, entra em depressão e se mata, por que você tem que ser diferente? Você se acha especial? Você não é, você é só mais um lixo, uma princesinha, um bosta, deveria ter se matado. As voz não paravam de falar em sua cabeça e Louis começou a gritar em seu quarto, pedindo para que elas parassem.

-VÃO EMBORA, PAREM DE GRITAR, EU NÃO SOU UM LIXO, EU NÃO SOU...- Louis se sentou com as duas mãos no ouvido tentando fazer aquilo parar.

Os funcionários ouviram e foram logo correndo para o quarto de Louis com calmantes e ataduras para fazer a contenção, Louis gritou para que eles saíssem do quarto ainda por conta das vozes, Louis se batia quando tentavam o segurar para dar o remédio, ninguém conseguia fazer Louis parar, então Harry parou na porta do quarto e viu o que estava acontecendo, normalmente funcionários novos e que não tinham passado pelo probatório não podiam ajudar em caso de crises, porém Harry não queria nem saber, ele precisava ajudar Louis.

-Me deixa tentar.- Harry disse se aproximando dos médicos que tentavam convencer Louis a tomar os remédios.

-Harry, você não pode.- Um dos enfermeiros disse.

-Vocês tão conseguindo? Não. Me deixa tentar.- Harry já estava se irritando.

-Okay, pega.- Disse dando o remédio na mão de Harry e se afastando de Louis que agora se encontrava no canto do quarto.

-Hey, Louis.- Harry dizia chegando perto do menor.- Tudo bem, hã? Vamos fazer as vozes pararem okay? Mas você precisa colaborar. Prometo ficar aqui do seu lado até todas elas sumirem.

Louis o olhou com um tom brilhante nos olhos e pegou o remédio o mais rápido que pode. Tomou ele e se sentou novamente no canto, ainda encolhido e com as palmas das mãos no ouvido. Todos os médicos e enfermeiros saíram do quarto, menos Harry.

-Você não vem Harry? -Perguntou um dos estagiários que estava parado na porta observando tudo.

-Não, vou ficar pra ver se ele vai melhorar, depois eu vou.

-Okay então.- Saiu e deixou Harry sozinho com Louis.

Harry foi para perto de Louis e se sentou em sua frente, Louis o olhou com vergonha. Harry tinha certeza que ele ainda ouvia as vozes porém em menor quantidade.

-Tudo bem? - Perguntou Harry.

Louis apenas acentiu, Harry acentiu novamente para Louis. Harry então esperou, sabia que aquele remédio daria sono após um tempo, então sentou ao lado de Louis.

Logo Louis estava com a cabeça jogada nos ombros de Harry e com os olhos fechados. O maior se levantou com cuidado e pegou o menor no colo estilo noiva e colocou-o na cama.

-Acho que você vai precisar ir no psicólogo amanhã, querido.

Ajeitou o cabelo do menor, colocou a coberta e então saiu do quarto fechando a porta com cuidado e seguiu pelos corredores até a sala da sua mãe, provavelmente ela ainda estaria trabalhando.

Harry bateu na porta da sala e esperou ela se abrir, demorou poucos segundos e sua mãe já tinha a aberto e se sentando em sua mesa novamente, ela olhava para os papéis e rabiscava algumas coisas.

-Oi mãe.

-Oi Harry, precisa de algo ?

-Eu... Eu só queria saber se o paciente Louis faz acompanhamento psicológico?

-Sim, por que ?

-Uh, nada. Mas ele já começou ?

-Ainda não, começa semana que vem.

-Eu... Mãe, eu acho que ele é esquizofrênico.

-Por que acha isso ? -Perguntou tirando o olhar das folhas e pousando-o em Harry.

-Ele estava surtando e pedindo para que parassem de falar, e ele estava sozinho e o corredor estava vazio.- Puxou uma cadeira e se sentou.

-Sério? Okay, eu coloco ele o mais rápido possível, tenho que ver a lista dos pacientes. Mas por que você está tão interessado por ele assim de repente?

-Não estou, é que ele é do meu corredor e eu preciso manter em ordem.- Era mentira, ele estava interessado desde o parque, mas ele não podia falar isso para sua mãe. Louis o intrigava.

Harry havia lido a ficha de Louis 3 vezes desde que chegaram do passeio, ele queria saber tudo sobre a vida do menor. E ele descobriu, e descobriu também que a vida de Louis era lamentável.

As vezes Harry tinha vontade de esfolar a cara de algumas pessoas no asfalto, como por exemplo a do Stan, outro funcionário que cuida do corredor 7, o mesmo que o de Harry. Mas é claro, ele tinha os neurônios no lugar, ele não tinha sido abandonado pelo pai e a mãe dele dava atenção para o filho, a sua irmã era maravilhosa e Harry tinha a vida perfeita mesmo trabalhando obrigado no hospital.

Não sabia como devia ser difícil ser abandonado pelas pessoas que mais importam, se sentir sozinho. Tinha dó de Louis, talvez ajudá-lo não seria algo tão ruim e assim ele voltaria a um estado de poder viver em sociedade e então seja solto. Ninguém merece ficar preso nesse lugar.

A não ser Stan, esse merecia apodrecer aqui.

Com toda essa confusão de passeio, Louis, sua mãe e etc, até esqueceu que tinha marcado de se encontrar com Zayn. Foi o mais rápido possível para o refeitório, seu lugar de dar uns amassos desde 2 anos atrás quando passou a se encontrar escondido com o moreno.

-Oi, demorou em. - Indagou Zayn.

-Louis precisou de mim, estava surtando.- Chegou próximo para dar um beijo de oi quando o moreno se afastou.

-Ele te faz ficar sem passeio e você ainda ajuda ele?

-Não sou rancoroso.

-Desde quando? Até ontem você queria ser deserdado da sua mãe por um motivo nada a ver.

-É diferente.

-A é? Porque?

-Você está com ciúmes de um paciente? Só estou fazendo meu trabalho.

-Só tem você no corredor de funcionário?

-Não mas é que...- Foi interrompido.

-Enfim, prioridades né. Preciso ir, você demorou demais.

Harry não acreditou no que acabou de ouvir.

Suicidal LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora