Louis separou o beijo e encarou Harry, virou de costas e suspirou.
-Melhor você ir, antes que alguém pegue você aqui dentro essa hora.- Louis disse ainda de costas.
-Falo que você me chamou pra matar um bicho.- Harry segurou no braço do menor. Louis se livrou do toque no cacheado e se virou.
-Melhor ir, sério. Preciso dormir.- Forçou um sorriso amarelo e Harrry consentiu.
Assim que o maior sair Louis deitou novamente soltando um suspiro e então passou a noite em claro pensando no que havia acontecido.
/Visão Harry/
Harry saiu do quarto de Louis após simplesmente beijar ele, DE NOVO, Harry estava confuso com seus sentimentos. Sabia que toda aquela raiva que tinha de Louis havia passado mas e agora? O que estava sentindo? Porque continuava fazendo as coisas impulsivamente?
Harry caminhou para seu quarto e se sentou em frente a sua pesquisa sobre Louis. Precisava terminar seu TCC logo então começou a redigir as palavras que compunham não só o item essencial para se formar mas também a prova inevitável da prova de que Louis poderia viver fora daquele lugar, ele sabia que aquilo tinha que ficar perfeito, não pela sua aprovação e sim pela liberdade do mais velho.
Passou horas escrevendo, apagando, redigitando parágrafos inteiros, lendo e pesquisando. Sua cabeça já doía de tanto pensar então resolveu se deitar e descansar um pouco, afinal já devia estar quase amanhecendo e ele trabalharia dia seguinte.
Seu plano de descansar foi por água abaixo, não parava de pensar no porque de Louis se afastar, no porque de louis não olhou para ele, no porque de tudo. Se levantou e estalou suas costas, pegou seu uniforme e foi tomar um banho. Estava quase finalizando quando a sirene de emergência soou, "tentativa de suicídio" alertou o autofalante, beleza normal. "Corredor 8", apenas coincidência mas começou a se vestir mais rapidamente. "Quarto 856". Merda. MERDA MERDA MERDA MERDA.
Harry saiu correndo de seu quarto e foi em direção ao de Louis que já não estava mais lá quando ele alcançou o 8°andar. Havia duas opções, ou ele estava mal a ponto de ser mandado as pressas para a emergência ou ele tinha conseguido o que tentou fazer. Merda, merda merda.
Harry começou a correr novamente para baixo em direção a enfermaria quando esbarrou em alguém, sua mãe.
-Harryyyy, o que estava fazendo? Sabe que não pode correr aqui.
Harry parou rapidamente e se virou para sua mãe, estava desesperado para ver como Louis estava mas sabia que não podia falar isso para ela. Ela saberia que seria uma reação exagerada apenas por um paciente.
-Hmm, desculpa. Não vai acontecer mais, me empolguei para ir ver o jogo que vai começar. Marquei de ver com os meninos da enfermaria.
-Que bom que tem se enturmado melhor ultimamente com os outros funcionários. Fico feliz.- Harry concordou só querendo que a conversa acabasse mas parecia que sua mãe tinha tirado o dia para conversar.- Como está a faculdade?
Sua mãe se sentou no banco que havia no corredor e apontou para Harry, que olhou para o corredor que dava na enfermaria.
-Vai bem mãe, estou finalizando o TCC já. Assim que terminar eu mando para você dar uma olhada. Agora preciso ir, já deve ter começado o jogo.- Ela concordou com a cabeça e Harry passou a andar para a enfermaria.
Assim que saiu da visão de sua mãe voltou a correr, precisava desesperadamente chegar a ala médica. Quando chegou procurou por Louis nos principais leitos mas não o achou. Viu que o enfermeiro de plantão estava sentado lendo e foi até a bancada.
-Cadê o paciente do 856?
-Quem?
-Louis, cadê o Louis?
-Ah, está na ala vermelha.
A ala vermelha era o pesadelo de qualquer funcionário do hospital psiquiátrico, era onde pacientes em estado grave ficavam internados para melhor supervisão. Ou seja, Louis estava grave.
Harry agradeceu e se encaminhou para a Ala V, era mais complexo estar lá e nunca realmente tinha ficado mais do que 3 minutos lá dentro, não sabia como funcionava e nem conhecia direito os funcionários.
-Hum, oi?- Disse Harry abrindo a porta, o lugar era claro mas o ambiente tinha um ar pesado, Harry estava com medo do que iria ver.
-Oi Harry, tudo bem?- Uma enfermeira apareceu com uma bandeja de remédios na mão e um soquete.- O que te trás aqui? Vem, entra. Só lava a mão, por favor.
Harry lavou as mãos, vestiu o avental e seguiu Harley que estava apoiada no balcão separando os remédios e os macerando com o soquete.
-É, então, fiquei sabendo que um dos meus pacientes, da ala 8, estava aqui. Queria saber como ele está.
-Ah sim, Louis né? Tô preparando os remédios dele. Se quiser pode ir comigo quando eu for administrar aí você já fica ciente da situação.
-Ah claro, eu ficaria grato.
-Te adianto que as coisas estão meio feias, então se você ficar impressionado muito facilmente, eu não sei se seria uma boa ideia você ver ele.
-Não, eu quero, está tudo bem.
-Okay.
Ela pegou a bandeja com o remédio já diluído na seringa, um copinho d'água e começou a caminhar em direção aos leitos. Alguns passos depois eu já conseguia ver os pés de Louis deitados na cama e a cada passo que eu dava minhas pernas vacilavam.
Ela foi na frente, abriu a cortina e apoiou a bandeja na bancada ao lado da cama e quando eu passei o olhar para Louis, simplesmente o ar sumiu dos meus pulmões.
Louis estava entubado, com uma sonda no nariz para poder tomar os remédios e se alimentar, tinha inúmeros aparelhos ligados ao seu corpo, no monitor dava para acompanhar seus batimentos cardíacos que estavam muito baixos para um rapaz tão agitado como ele.
Uma lágrima escorreu do meu olho mas sabia que ninguém podia ver então sequei o mais rápido possível e me aproximei da cama. Ela me explicou que ele havia roubado um frasco de remédio da enfermaria quando foi avaliado mais cedo, provavelmente quando eu não estava com ele. Ele acabou tomando tudo e teve uma parada cardíaca. Por sorte Stan estava passando e ouviu ele caindo e prestou os primeiros socorros, reanimando ele. Ele foi trazido para cá, entubado e sondado para alimentação, não havia respondido a nenhum dos testes de resposta.
Ou seja, ele estava em coma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Suicidal Love
FanficLouis sofre uma vida inteira de injustiças e decide se vingar, considerado incapaz pelo júri e então mandado para o hospital psiquiátrico em que Harry, futuro psicólogo, trabalha para passar o resto da vida.