Quarenta e três | Doutora

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MARGO

Três dias depois, a minha preocupação com o Maxon começou a tomar proporções maiores quando não tive notícias dele durante esse tempo. Ele não ligou nem mandou sequer uma mensagem para me informar de como estava, e isso estava me deixando inquieta.

Tanto que, antes de dormir, eu peguei o celular todas as vezes e fiquei encarando o aplicativo de mensagens refletindo se convinha eu mandar uma.

Não que eu quisesse bancar a garota super preocupada, mas eu reconheci, sim, que, mesmo ele não querendo admitir, mesmo ele sendo um jumento tapado e idiota, ele está numa condição muito frágil para estar sozinho. E eu ficaria mais tranquila se ele tivesse me deixado saber ao menos que o celular dele está funcionando durante esse período de tempo.

Mas eu não estava sabendo de nada. Não sabia se ele estava sentindo dor, se precisava da minha ajuda para trocar os curativos, se o Tom havia encontrado ele e...

Foi por isso que eu decidi ligar. No quarto dia desde que não nos falamos mais, eu não estava ligando se isso fazia de mim alguém trouxa, ou se a situação entre a gente podia estar estranha pois ele tentou me beijar da última vez; eu só queria saber se ele estava bem.

Entretanto, ele não me atendeu. Nem na primeira, nem na segunda, nem na terceira, nem na quarta nem na décima vez que eu liguei, o que fez a minha apreensão aumentar duas vezes mais do que se eu não tivesse nem tentado ligar.

Movida por essa agonia, por essa aflição em não ter notícias dele, eu resolvi matar aula mais uma vez para poder ir atrás do Maxon.

Ótimo, Margo, você está no caminho certo.

Levou uma hora para o táxi chegar até Malvern, e me deixar em frente o pequeno chalé cobrando uma corrida de quarenta dólares.

Subo os dois degraus, a madeira do deck rangendo até eu parar em frente a porta. Duas batidas, espero. Silêncio. Mais duas batidas, espero. Nada.

Contorno a casa e encontro uma janela aberta. Com alguns pallets que estavam no meio do terreno, faço um apoio para alcançá-la, e pulo lá dentro.

Em seguida sinto braços agarrando meu corpo e antes que eu possa constatar que está acontecendo, encaro uma faca apontada para a região do meu pescoço.

O portador da arma erguida contra mim relaxa o braço quando reconhece a minha cara.

— Margo? — diz surpreso.

— Maxon! — digo em tom de bronca, e ele me solta.

— Caralho — põe a mão na cabeça — Como você faz uma coisa dessas? Eu pensei que fosse alguém.

— Por que você não experimenta abrir a porta? — retruco.

— Por que você está aqui?

— Por que você não atende as minhas ligações?

Vendo que não pode competir comigo quem faz mais perguntas, ele solta um suspiro e anda até a cozinha deixando a faca na pia.

— Não queria incomodar você — justifica.

— Mas era eu quem estava ligando.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora