Vinte e três | His past

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15 mil dólares... Porra. Isso é muito dinheiro.

Na minha cabeça só se passa o que será que Maxon fez para ficar devendo tanta grana assim.

Quando ele chegou em casa machucado, eu soube que estava com problemas, mas... dívida? Realmente, para mim, não faz sentido.

Enquanto o sigo andando de volta entre as lápides, a ironia que Frank apontou não me sai da mente.

— Você deve gostar mesmo da sua moto — digo quando chegamos na porta do cemitério.

— Mais do que de mim mesmo — ele diz mais para ele do que para mim.

Ele está sério.

Comprimo os lábios um no outro.

— Posso perguntar por quê? O que... um par de rodas tem de tão especial que vale a sua vida?

Ele se vira para mim, se escora na moto enquanto cruza os braços e solta um suspiro antes de falar.

— A minha mãe deixou o dinheiro daquela casa e de todos os bens que ela tinha para mim, e me disse para gastar ele com algo que eu sempre quis. Sem excessões. Se eu quisesse gastar tudo em droga, eu gastaria — dá de ombros — Mas ela sempre soube que eu amava motos.

Franzo as sobrancelhas, e ele aponta para a moto.

— Essa moto é como se fosse tudo o que ela deixou para mim. Além do mais, ela é uma das poucas coisas que não precisei do dinheiro do meu pai para ter, sendo assim, é algo que ele nunca vai poder tirar de mim. Nem ninguém... É a única coisa que eu posso chamar de minha...

Balanço a cabeça lentamente, fascinada com todo o significado e o valor que essa moto tem para ele.

— Posso te fazer outra pergunta? — ele dá de ombros, e eu entendo como um Sim — Por que me trouxe aqui hoje?

— Eu não tinha a intenção de vir aqui com você quando saímos de casa. Mas, de repente, pensei que seria justo você saber um pouco sobre mim.

Balanço a cabeça.

— Nós vamos voltar para a casa, agora?

Ele levanta os ombros.

— Você quer passar em algum lugar antes?

Mordo o lábio inferior e assinto.

— Queria comer alguma coisa.

Ele respira fundo, como se o oxigênio fosse paciência, e olha para cima.

— Mas se você quiser, a gente pode voltar — digo.

— Tudo bem. Eu também estou com fome.

***

Paramos em uma lanchonete chamada Lot's, que fica no mesmo bairro. O sino toca quando abrimos a porta e Maxon anda em minha frente até a penúltima mesa. Me arrasto no banco estofado me sentando de frente para ele.

— Boa tarde. O que gostariam de pedir? — a garçonete baixinha de saia e avental se aproxima com um bloquinho de notas e uma caneta, evidentemente flertando com Maxon enquanto leva sua caneta à boca de um jeito sedutor.

— X-Burguer e suco de abacaxi — ele diz sem precisar olhar para o cardápio, nem para a garçonete.

— Para dois? — a mulher pergunta.

Maxon levanta os olhos para ela.

— Não. Eu vou comer e ela vai ficar olhando para mim — diz irônico e impaciente, e o sorrisinho que ela sustentava no rosto desaparece tão rápido quanto a mesma pelo corredor, depois de anotar o pedido.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora