Quatorze | Stiletto

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Quando um cara admite para você que já foi preso e para piorar você já ouviu várias coisas horríveis a respeito do mesmo, a atitude mais inteligente é se afastar o máximo possível dele. No entanto, eu nunca fui uma garota muito inteligente.

Por isso aceitei a oferta de carona de Maxon para me levar do colégio para a casa quando a aula terminou e ele me encontrou no gramado.

Só que eu começo a me arrepender dessa minha insensata decisão quando ele decide mudar a rota do caminho. E um calafrio de pensamentos percorre meu corpo ao imaginar centenas de possíveis tragédias iminentes para acontecer comigo.

Bato no ombro dele.

— Ei! Para onde você está indo? — levanto a viseira do capacete para que ele possa me ouvir.

— Relaxa aí!

Bato nele de novo.

— Maxon! A onde você está me levando? — pergunto, tentando manter o desespero fora da minha voz.

— Calma — ele ri, e tenho vontade de bater nele mais uma vez — não é nada disso que você está pensando.

— O que eu estou pensando é que você vai parar essa moto agora. Anda! Eu quero descer!

— Como eu disse, não é o que você está pensando.

Cretino.

— Para essa moto agora ou se não eu pulo! — ameaço.

— Confia em mim, tá legal? Só quero te mostrar um negócio. Você vai gostar.

— Eu não quero que você me mostre nada. Quero que pare a moto para eu descer. E eu não confio em você! — digo. Um argumento bem hipócrita se for parar para pensar, considerando as escolhas que tenho feito ultimamente que envolvem ele.

— Eu não vou fazer nada com você, Margo. Não se preocupa — ele ri como se eu tivesse tentando ser engraçada — Mas se quiser uma garantia, tem um estilete no bolso na minha jaqueta. Pode pegar ele e usar em mim se eu tentar fazer algo contra você.

— Só de você carregar um estilete no bolso já não é algo que eu devo me preocupar?

— Muita gente carrega um estilete no bolso, tem várias utilidades. Pode pegar ele se isso te deixará mais segura.

Sem pensar duas vezes, passo as mãos nos bolsos da jaqueta dele procurando pelo estilete e o guardo no meu blaser.

— Pronto. Agora acalma aí que a gente já está chegando — diz acelerando.

Essa não. No que foi que eu me meti.

**

Quando a moto virou numa pequena estrada de terra eu senti o meu coração apertar um pouco e segurei com mais força o estilete em minha mão.

Ele para a moto rente à um muro de grama extenso e nós descemos.

— Onde estamos? — pergunto.

Ele tira a chave da moto e a guarda no bolso. Depois passa a mão nos cabelos, os puxando para trás.

— Você já vai descobrir.

Aponta com a cabeça para a direção que devo segui-lo.

Não há mais ninguém aqui, e o único barulho que ouço é o dos meus sapatos amassando as folhas secas caídas no chão e o som dos passarinhos.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora