Quarenta e cinco | Eu tô aqui

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Off: Se você não votar no capítulo vai sonhar com o Bolsonaro hoje.

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MARGO

Durante os dias seguintes, eu não consegui olhar nos olhos da minha mãe, muito menos conversar, apenas o necessário. Por vezes pensei que eu estava fazendo um papel ridículo de uma adolescente mimada, e até tentei entender o lado dela, de verdade — afinal, eu não queria ir embora para a casa do meu pai com rancor da minha mãe — Mas a situação se tornou ainda mais severa.

Dois dias depois dela ter confinado o meu celular para sí, subitamente ela chegou no meu quarto ao berros, exclamando que eu iria voltar para a casa do meu pai ainda este mês, sem nenhum motivo aparente para toda essa ira expontânea; depois me colocou sozinha na função de lavar todas as janelas da casa. Eu não entendi qual foi a razão do surto dela, mas não podia a desobedecer.

Não havia nada que eu quisesse mais do que sair dessa casa, entretanto, ao mesmo tempo, eu não queria deixar Toronto. Estava em um dilema que, logo logo, eu sabia que a opção de escolha não seria minha.

Não sabia o número de cór do Maxon, se soubesse, eu teria pegado um telefone qualquer e ligado para lhe deixar a par da situação. Só que eu não tinha seu número da cabeça, a única coisa que eu tinha era o medo dele pensar que eu o abandonei, e também o medo dele já ter ido embora de Toronto, que me deixava ainda mais angustiada.

Eu precisava entrar em contato com ele de algum jeito, mas não fazia ideia de como fazer isso. Cogitei até mandar uma carta pelo correio, mas... além de ser uma coisa antiquada que o Maxon provavelmente não abriria para ler, talvez fosse arriscado passar o endereço do lugar que ele está, se ele não quer que ninguém saiba.

A curiosidade acabava comigo um pouco mais a cada dia. Não saber como ele estava me deixou com paranóias. Até na escola eu não parava de pensar nele.

À medida que os dias se estendiam em semanas, minha rotina se transformava em um ritmo de antecipação e saudade. Os corredores da escola ressoavam com passos, armários batendo e a conversa dos colegas, mas eu me movia por tudo isso como um fantasma, aprisionada em um mundo sem notificações e mensagens de Maxon. O vazio deixado pelo meu telefone confiscado era tanto agonizante quanto frustrante.

A hora do almoço chegou como um pequeno alívio no meio de um dia que parecia uma série de obstáculos. A cafeteria zumbe com atividade enquanto os estudantes conversam, suas vozes se misturando em uma sinfonia de conversa adolescente. Harry e eu nos instalamos em nosso canto habitual, onde a luz do sol atravessa as janelas, lançando manchas quentes na mesa de madeira desgastada.

Eu puxei a manga do meu suéter, um gesto familiar para afastar o frio da sala com ar-condicionado. Os olhos azuis de Harry encontram os meus, e eu posso sentir sua curiosidade fervendo sob a superfície.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora