Vinte e quatro | Oh, Maxon

27.6K 2.4K 2.5K
                                    

—É esse! O ônibus chegou. — Ken anuncia apontando para o ônibus que nos levará até Ottawa.

Ao redor, vários estudantes aglomerados que esperavam ansiosamente a chegada do veículo na porta do colégio Roosevelt, começam a subir para ocupar os seus assentos.

Os dias que faltavam para a comentada viagem ao museu se passaram corriqueiramente, não me fazendo esquecer de que Maxon assegurou que também irá (Não que eu esteja extasiada em relação à isso).

Por falar em Maxon, não nos falamos muito desde que discuti com minha mãe por causa dele. Embora eu propositalmente tivesse o evitando depois desse dia, para não causar mais problemas com a minha mãe temporariamente, é Maxon quem pareceu estar me evitando durante esses dias.

Imaginei que talvez ele saiba o que minha mãe me disse, então decidiu se afastar para não gerar mais confusão. O pensamento me trouxe alívio e tristeza ao mesmo tempo.

Mas agora, sentado ao meu lado no banco do ônibus, não há razões para Maxon não falar comigo. Afinal, ele decidiu ir nessa viagem por minha causa, certo?

— Você nunca entrou em um ônibus antes, né? — digo, percebendo sua inquietação no assento ao meu lado.

— Está tão na cara assim?

Comprimo os lábios um no outro e faço que sim.

— São quatro horas de Toronto à Ottawa. Então, é melhor se acostumar — sugiro.

— Já tive que me acostumar a coisas piores — dá de ombros.

— Antes de darmos início a viagem — o monitor fala entre a divisória dos acentos do ônibus —, por favor, todos coloquem o cinto de segurança.

Ouço Maxon soltar uma curta risada sarcástica.

Coloco meu cinto e olho para ele, que permanece estático.

— Deveria colocar o seu cinto — aconselho — Se esse ônibus bater, obedecendo a lei da física, você tem grandes chances de ser jogado para fora dele.

— Então a física estará me fazendo um favor ao me tirar dessa lata velha — debocha.

— Um pouquinho de amor à vida lhe cairia bem — digo — Se não quiser colocar o cinto por você, coloque por mim. Porque se, Deus o livre, acontecer algo com você, eu não vou conseguir dormir direito pelo resto da minha vida sabendo que foi por minha causa.

— E por quê exatamente seria por sua causa?

— Porque tecnicamente eu quem sou a responsável por você estar aqui — digo, mentalmente prevendo ele me contradizendo que ele quem é o responsável pelas decisões da própria vida.

Mas ele não faz isso. A única coisa que ele faz, depois de me olhar por alguns segundos, é passar a fivela do cinto pelo seu abdômen.

— Não deveria se importar tanto comigo, Margo — ele diz isso tão baixo que nem sei se é sua intenção me deixar escutar.

Não tenho muito o que dizer depois disso, então simplesmente prefiro não dizer nada.

Durante os próximos minutos da viagem, o ruído de várias pessoas conversando ao mesmo tempo não deixa ficar tão estranho os momentos em que eu não tenho o quê conversar com Maxon. E ele também não faz o esforço de tentar falar comigo a não ser que que eu puxe o assunto.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora