Entro na sala de aula junto com alguns estudantes que me dão passagem.
A professora jovem e bonita, que usa uma saia longa de cor neutra e os cabelos presos num coque, me recebe e me anuncia para toda a turma de 15 ou 20 alunos, que me olham com olhares curiosos.
Provavelmente estou vermelha o suficiente para parar o trânsito.
Ela aponta para o meu lugar e vou andando até a cadeira que está escrito meu nome.
Uau, que chique.
Deixo a mochila no chão e me sento, então todo mundo começa a ligar o IPad em cima de suas mesas.
Pelo visto eles não usam livros.
Uau, que chique.
Pego o objeto nas mãos e fico procurando o botão de ligar. Sem sucesso. Não consigo entender como o aparelho das outras pessoas ligaram como mágica e o meu parece estar estragado.
Um garoto de pele preta sentado ao meu lado percebe o conflito em que me encontro na tentativa de ligar o IPad.
— É sensor digital — ele diz, tentando soar do modo mais gentil.
— Ah... Hã...— balbulcio, parecendo uma débil mental.
— Assim — Ele posiciona o polegar na tela do seu IPad e o aparelho liga.
Faço a mesma coisa e uma tela escrito "Olá, Margo!" aparece.
Dou um sorriso de gratidão para o rapaz.
— Obrigada... ?
— Ken — sorri — De nada.
Que vergonha.
— Que bonitinho — ele aponta para o chaveiro em minha mochila.
Não entendi praticamente coisa alguma na primeira aula. E tive algumas complicações no meu IPad, mas o garoto ao meu lado me ajudou.
No primeiro intervalo, procurei Maxon com os olhos pelo corredor, mas ele não apareceu. Então fui para a segunda aula.
O garoto da aula de biologia também estava na mesma sala que eu durante a segunda e a terceira aula, e subitamente fiquei feliz por isso. Ele parece ser a pessoa mais simpática que eu vou encontrar nesse lugar.
— Porque todo mundo está olhando para ela? — pergunto olhando para a garota morena sentada do outro lado da sala, a qual recebe olhares de toda a turma, acompanhado de cochichos e risadinhas.
— Semana passada o Kevin, ex-namorada dela, espalhou um nude da coitada pro celular de geral — Ken explica.
Sinto meus pelos se erissarem da cabeça ao pé e minha garganta se fechar.
Isso foi um gatilho para mim. Me fez lembrar duma parte ruim da minha vida, uma parte que eu quero arrancar da minha existência e queimar.
Exposições. Como eu odeio exposições.
Olho para a garota como se eu estivesse na pele dela.
— Isso é ridículo — pestanejo — É ridículo o que estão fazendo ela passar. Sabe... ninguém merece isso. As pessoas não têm esse direito.
Ele ri de forma histérica.
— Bem vinda ao colégio Roosevelt, minha cara.
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Um Bad Boy em minha vida
Roman d'amourQuando Margo é arrastada para a casa da família Stirling, onde sua mãe trabalha como empregada doméstica, ela se depara com Maxon, um verdadeiro pesadelo em forma de Bad Boy. Com seus 19 anos, atitude atrevida, tatuagens que contam histórias e um eg...