Seis | Do we have a deal?

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Aperto o passo quando percebo Maxon vir em minha direção, até ter certeza de que estou fora de vista e que ele já se foi.

Mas quando dobro a esquina, magicamente, ele aparece na minha frente como uma assombração de um filme de terror, segurando um capacete em uma das mãos e com a mesma cara carrancuda de sempre.

— O que é? Tá me seguindo agora? — pergunto apertando as alças da mochila.

Sua cara se fecha mais ainda.

— Você não viu nada, escutou? — diz lentamente.

Não demoro para entender do que ele está falando, mas demoro para responde-lo, olhando para os lados e dando uma de sonsa.

— Você escutou? — repete.

Silêncio...

— Aquilo era droga? — pergunto.

Eu nunca pude confiar na minha boca , ela sempre diz exatamente o que está pensando. E isso nunca me ajudou muito na vida.

Ele vira a cabeça para o lado e umidece os lábios.

— Aquilo, não é da sua conta.

Certamente não, mas só um tolo não perceberia que aquele grupo de caras não estavam reunidos para vender cartinhas do Justin  Bieber.

Nada contra as cartinhas do Justin, já passei por essa fase belieber. E eu estou bem ciente de que não é da minha conta saber que tipo de produto supostamente clandestino e ilegal eles estavam compartilhando entre si. É só que... eu não entendo ele. Realmente não.

Nada me deixa mais inconformada do que olhar para Maxon e pensar que ele é filho da Dona Karen, uma mulher tão gentil e estonteante, de boas maneiras e elegância; a educação em forma de gente. Onde será que ela errou? Não consigo encontrar nenhuma explicação lógica para ele ser assim.

E além de ter uma mãe maravilhosa, ele é rico pra cacete, nunca deve ter passado dificuldade na vida; deve ter um mundo de possibilidades debaixo do nariz dele. Mas ele parece cagar em cima dessas vantagens e ser um garoto rebelde.

— Eu não entendo — balanço a cabeça — Você tem tudo, deve ter tantas oportunidades melhores na vida. Por que precisa disso? Por que... anda com aquelas pessoas? Por que é desse jeito?

De primeira, ele parece surpreso com a minha audácia de lhe dirigir um sermão. Mas a sua segunda reação é lançar um sorriso de deboche.

— Que bonitinho... quer me dar uma lição de vida agora? — ironiza — Escuta aqui, garota, eu não quero saber o que você pensa, nem estou interessado em responder suas perguntas. Eu só preciso que você mantenha sua boca fechada, entendeu? — diz me olhando nos olhos. Então, dado por satisfeito, se vira e vai andando até sua moto, estacionada ao lado da calçada.

Ele está claramente convencido de que conseguiu me intimidar de alguma forma. Mas não, não ainda. Não até eu descobrir até onde ele está disposto a ir para me manter de bico fechado.

Oh, amarga curiosidade. Mas não é só isso, não gostei do tom que ele usou para me pedir um favor. Se eu fosse ele, me esforçava mais.

É óbvio que eu não vou dizer nada à ninguém, mas o que sai da minha boca é:

— E por quê eu faria isso?

Desde que eu cheguei neste lugar ele tem sido um merda comigo, me tratando feito um cachorrinho porque ele sabe que não passo da filha de uma empregada que trabalha na casa dele. Mas o que ele não sabe é que eu também sei lartir quando eu quero, e essa me parece uma ótima oportunidade.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora