Sete | What the hell?

31K 2.9K 3K
                                    

"Pode levar um prato até o meu quarto para mim?" foi a coisa mais próxima de educada que ele já falou comigo desde que cheguei.

Estou definitivamente muito interessada em saber o que ele quer comigo dessa vez: se me chamou só para encher o meu saco de novo ou se tem algo a me dizer sobre o assunto de sexta; mas não tenho nenhuma intenção de ceder à minha curiosidade se para isso eu terei que entrar naquele quarto mais uma vez, que é, basicamente, o lugar que eu tenho evitado passar perto em toda a casa. Mas, infelizmente, eu não tenho escolha.

A bandeja balança em minhas mãos quando caminho em direção ao seu quarto. Maxon abre a porta na segunda batida e eu entro, deixando a comida no lugar de sempre enquanto ele me observa escorado na mesa de braços cruzados.

— Mais alguma coisa? — pergunto com minha melhor cara de cínica.

— Sim. Senta aí — pede, apontando para a cadeira atrás de mim.

— Pra quê?

— Só senta aí, garota.

Olho para ele, para a cadeira, e novamente para ele.

— Não — nego — O que você quer comigo?

Ele suspira.

— Garota... Eu só quero conversar com você.

— Então conversa — digo — E quer parar de me chamar de Garota? Eu tenho nome.

— E eu teria que me importar pra aprendê-lo, então, não.

Dou uma risada cínica.

Ah, claro, e Deus o livre de se importar com alguém além dele mesmo.

— O que quer falar comigo? — pergunto, mesmo já imaginando sobre o que se trata essa conversa.

Ele suspira novamente, olhando para cima.

— Acho que eu estava um pouco impaciente aquele dia, então eu vou tentar ser mais... claro, com você.

Faço que Sim com a cabeça.

— Eu normalmente não tenho esse tipo de conversa com uma empregada, mas infelizmente você viu uma coisa muito séria, uma coisa que se chegar nos ouvidos de certa pessoa, vai dar uma porra enorme. Então eu preciso saber que você não vai abrir essa sua boquinha linda pra ninguém sobre o que você viu na porta da escola sexta-feira.

Mordo a bochecha.

— Claro — assinto — se você fizer a sua parte como te pedi.

— Olha, não tem "se" — começa — Presta atenção...

— Claro que tem — o corto — Eu tenho cara de idiota, é? Você jogou a porra de um refrigerante na minha cara como se eu fosse uma lata de lixo no primeiro dia que te conheci; fora as outras vezes que você foi um babaca. Eu não sei se você costuma fazer isso com as outras empregadas, mas não é só porque trabalho aqui que vou ser obrigada a suportar isso. Eu devia é esparrar esse seu segredinho de merda.

— Garota estúpida! Não fode com a minha paciência — vocifera segurando meu braço —  Presta atenção: você não sabe de porra nenhuma; não está entendendo o tamanho da merda que vai dar se você abrir a boca até pro caralho de um rato daqui dessa casa.

Me aproximo dele com toda a confiança e coragem que carrego dentro de mim mesma.

— Então eu acho... que você não vai querer me dar motivos para abrir, né? — digo com os olhos semicerrados.

Ele trava a mandíbula e me olha como se quisesse me devorar com os olhos. Ele não tem escolha e sabe disso, por isso tem raiva.

Seja lá o que vai acontecer se eu contar isso para alguém, está nas minhas mãos. E se ele for esperto, não irá me contrariar.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora