Ele não apareceu mais. Maxon não voltou para casa naquele dia, nem apareceu na escola no outro. E eu já estou começando a ficar estranhamente preocupada especulando o que pode ter acontecido com ele.
— Tem certeza de que ele não dormiu aqui hoje? As vezes ele saiu mais cedo — pergunto à Margaret, que anda de um lado para o outro na cozinha.
— O porteiro disse que não viu ele chegar.
— E vocês não estão preocupados com isso? — me escoro no balcão — Sei lá. A Dona Karen não está aflita se perguntando onde ele está? Se está bem? Por que sumiu assim sem avisar?
— Ela já está acostumada — ela fecha a torneira e começa a ensaboar uma pentelha — Todo mundo está, na verdade. Ele some assim direto, por dias. Também devemos considerar que ele não é uma criança, e não gosta de dar satisfações da vida dele pra ninguém
— Mesmo assim. Se eu sumisse por mais de 24 horas sem dizer nada para a minha mãe, acho que ela ia ficar louca atrás de mim. É instinto de mãe, a gente já nasce ligado a isso.
— É. Mas a Dona Karen não é a mãe do Maxon — ela diz tão naturalmente quanto quem fala do clima.
— Que?! — Tiro a maçã que estava comendo da boca.
— Ela considera ele como um filho, desde que se tornou madrasta do menino quando ele tinha nove anos. Maxon, do contrário, nunca se atreveu a chamar ela de mãe.
— Bem que eu achava eles muito diferentes um do outro — penso alto.
— Dona Karen se preocupa com ele, mas ele não faz por merecer nem um pouco de tudo que ela faz por ele — ela diz essa parte baixinho — Ela é a razão do pai dele ainda não ter o expulsado de casa, depois de tudo o que ele já fez, e ele ainda age indiferente à isso.
— "Não ter o expulsado de casa"? Como assim? — chego mais perto dela para escutar melhor.
— Eu já falei demais. Até o que não devia. Se a Dona Karen souber do que estamos falando, não vai ser nada bom — diz tensa olhando para os lados.
— Por favor, Margaret — choramingo —. Estou curiosa.
Ela liga a torneira e deixa a água caindo.
— Quando Maxon foi preso, — cochicha — o Sr. Stirling ficou tão irritado com ele que nunca mais queria vê-lo na vida. Mas Dona Karen não deixou que chegasse a esse ponto, até pagou a fiança dele.
— Mas o que o Maxon fez que o deixou tão irritado?
— Margo, por que ainda não foi para a escola? — minha mãe chega.
— Só estava agradecendo à Margaret pela maravilhosa panqueca que ela fez para mim ontem — minto e saio.
**
Admito que fui para a escola com um fio de esperança de encontrar Maxon lá, mesmo sabendo que ele não dormiu em casa mais uma vez. Talvez ele apareça quando o sinal tocar.
Olho para os lados procurando por ele no estacionamento, na grama, ou nas escadas. Mas só vejo rostos dos familiares estudantes de Roosevelt. Onde é que esse garoto está?
— Procurando por alguém? — Ken percebe minha inquietação enquanto meus olhos vagam pelo local procurando por Maxon.
Ele tem tem sido a pessoa com quem mais converso no colégio, e tem estado comigo desde o primeiro dia de aula. Eu nunca gostei de ter amigos homens, mas Ken é diferente, e legal.
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Um Bad Boy em minha vida
RomansaQuando Margo é arrastada para a casa da família Stirling, onde sua mãe trabalha como empregada doméstica, ela se depara com Maxon, um verdadeiro pesadelo em forma de Bad Boy. Com seus 19 anos, atitude atrevida, tatuagens que contam histórias e um eg...