Dezesseis | Perfect hands

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Ele não apareceu mais. Maxon não voltou para casa naquele dia, nem apareceu na escola no outro. E eu já estou começando a ficar estranhamente preocupada especulando o que pode ter acontecido com ele.

— Tem certeza de que ele não dormiu aqui hoje? As vezes ele saiu mais cedo — pergunto à Margaret, que anda de um lado para o outro na cozinha.

— O porteiro disse que não viu ele chegar.

— E vocês não estão preocupados com isso? — me escoro no balcão — Sei lá. A Dona Karen não está aflita se perguntando onde ele está? Se está bem? Por que sumiu assim sem avisar?

— Ela já está acostumada — ela fecha a torneira e começa a ensaboar uma pentelha — Todo mundo está, na verdade. Ele some assim direto, por dias. Também devemos considerar que ele não é uma criança, e não gosta de dar satisfações da vida dele pra ninguém

— Mesmo assim. Se eu sumisse por mais de 24 horas sem dizer nada para a minha mãe, acho que ela ia ficar louca atrás de mim. É instinto de mãe, a gente já nasce ligado a isso.

— É. Mas a Dona Karen não é a mãe do Maxon — ela diz tão naturalmente quanto quem fala do clima.

— Que?! — Tiro a maçã que estava comendo da boca.

— Ela considera ele como um filho, desde que se tornou madrasta do menino quando ele tinha nove anos. Maxon, do contrário, nunca se atreveu a chamar ela de mãe.

— Bem que eu achava eles muito diferentes um do outro — penso alto.

— Dona Karen se preocupa com ele, mas ele não faz por merecer nem um pouco de tudo que ela faz por ele — ela diz essa parte baixinho — Ela é a razão do pai dele ainda não ter o expulsado de casa, depois de tudo o que ele já fez, e ele ainda age indiferente à isso.

— "Não ter o expulsado de casa"? Como assim? — chego mais perto dela para escutar melhor.

— Eu já falei demais. Até o que não devia. Se a Dona Karen souber do que estamos falando, não vai ser nada bom — diz tensa olhando para os lados.

— Por favor, Margaret — choramingo —. Estou curiosa.

Ela liga a torneira e deixa a água caindo.

— Quando Maxon foi preso, — cochicha — o Sr. Stirling ficou tão irritado com ele que nunca mais queria vê-lo na vida. Mas Dona Karen não deixou que chegasse a esse ponto, até pagou a fiança dele.

— Mas o que o Maxon fez que o deixou tão irritado?

— Margo, por que ainda não foi para a escola? — minha mãe chega.

— Só estava agradecendo à Margaret pela maravilhosa panqueca que ela fez para mim ontem — minto e saio.

**

Admito que fui para a escola com um fio de esperança de encontrar Maxon lá, mesmo sabendo que ele não dormiu em casa mais uma vez. Talvez ele apareça quando o sinal tocar.

Olho para os lados procurando por ele no estacionamento, na grama, ou nas escadas. Mas só vejo rostos dos familiares estudantes de Roosevelt. Onde é que esse garoto está?

— Procurando por alguém? — Ken percebe minha inquietação enquanto meus olhos vagam pelo local procurando por Maxon.

Ele tem tem sido a pessoa com quem mais converso no colégio, e tem estado comigo desde o primeiro dia de aula. Eu nunca gostei de ter amigos homens, mas Ken é diferente, e legal.

Um Bad Boy em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora