Ontem foi um dia agradável. Visitei alguns pontos turísticos e tirei fotos, muitas fotos. Seonghwa teve mais tempo livre durante a tarde, então conseguimos nos encontrar para almoçar. Ele me contou um pouco mais sobre a rotina na empresa e eu prestei bastante atenção. Também fiz várias perguntas, afinal preciso estar preparado caso eu venha trabalhar aqui um dia.
É estranho, porque ao mesmo tempo que tento não pensar demais em uma coisa sobre a qual não quero me iludir, também sinto vontade de estar preparado para o caso dela acontecer. Sinto falta da criança livre que um dia fui, que sonhava alto, bem alto, sem limitações. Mas acontece que o mundo me fez um pouco covarde e, por isso, sofro em dobro, porque não sofro só com as decepções, mas também por tentar reprimir meu minha própria essência de sonhador em resposta ao medo de sofrer. E isso simplesmente dói.
Wooyoung não deu sinal de vida e confesso que fiquei checando o celular de hora em hora, feito um bobo, até aceitar que ele não iria mandar mensagem. Resolvo eu mesmo fazer isso, já que falta pouco tempo pro horário que combinamos. Se ele não confirmar, arrumarei outros planos, pois hoje só visitei um templo de manhã cedo e passei o restante do dia descansando. Sinto que preciso deixar de ser preguiçoso e aproveitar mais.
Mas ele responde na mesma hora que estará me esperando no horário combinado e me envia a localização. Eu encaminho a mensagem para Seonghwa. Óbvio que ele conhece bem a cidade e vai saber me dizer que espécie de lugar Wooyoung escolheu.
seonghwa: é um bar tranquilo, perto de casa e pouco movimentado
seonghwa: já fui lá algumas vezes com o pessoal do trabalho, pode ir sem medo
seonghwa: me grita se precisar de ajuda com alguma coisaAbro um enorme sorriso e corro pro banheiro pra tomar um banho e começar a me arrumar. Visto uma camisa social branca de manga curta e calça preta, depois seco meu cabelo, passo sombra nos olhos e coloco alguns acessórios, como brincos, colares e pulseiras. Dessa forma, sinto que estou estiloso sem precisar de roupas caras.
Não tenho dificuldade alguma de chegar no bar, porque é realmente perto da minha casa temporária. Wooyoung está sentado em um banco ao lado de fora, sozinho, mas sei que o reconheceria até se estivesse no meio de uma multidão à quilômetros de distância. Quando me dou conta, já estou sorrindo, encantado em vê-lo também maquiado e cheio de acessórios, usando um moletom preto de capuz com bolso canguru e calças jeans. Ele está deslumbrante.
— Posso te pagar uma bebida? — indago.
Ele ri e olha pra baixo, visivelmente envergonhado com a minha pergunta. É claro que não passa de uma brincadeira. Primeiro que não tenho o menor interesse em Wooyoung, segundo que só sei flertar brincando e muito mal, terceiro que primeiro. Céus, será que alguém flerta assim de forma séria? Estou começando a me sentir um daqueles caras que dá em cima de todo mundo e já tem até as frases prontas, que horror.
— Você está me devendo, então não tenho escolha — ele dá de ombros e começamos a rir juntos. — Vem, vamos entrar.
O ambiente é agradável, todo de madeira. À esquerda, consigo ver as bebidas expostas atrás do balcão cercado de bancos redondos, típicos de qualquer bar. À direita, diversas mesas e um pequeno palco, onde tem uma grande tela que deduzo que seja pro karaokê, pois consigo ver dois microfone. Que os deuses japoneses estejam zelando por mim pra que eu não beba além da conta, porque se eu cismar de subir nesse palco, Wooyoung vai desejar nunca ter me conhecido.
Escolhemos uma mesa ao lado da janela e uma garçonete vem nos atender. Eu olho as opções sem fazer ideia do que pedir.
— Acho que você vai gostar dessa aqui — sugere, me mostrando um nome no cardápio que não sei ler, sequer pronunciar. — Não é tão forte.
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morning sun • woosan
Fanfictiononde San Choi não passava de um universitário em sua primeira viagem ao exterior. onde Jung Wooyoung, cheio de mistérios, teve ajuda de um estrangeiro que nunca tinha visto em sua vida durante um momento em que não esperava. SPOILER ALERT: estou esc...