— As coisas mais viciantes começam com a letra "c" — Seonghwa explica, gesticulando com as mãos, como se estivesse fazendo uma apresentação de um assunto muito sério. Enquanto isso, abro um pouco mais a embalagem vazia do chocolate que acabei de comer, como se, de forma milagrosa, fosse encontrar mais algum pedaço. Droga. — Cachaça, café, cigarro, chocolate...
— Cu? — jogo a embalagem para o alto.
— O que disse?
— Eu perguntei se...
— San — ele me censura, depois começa a rir feito louco. — Como vou te levar à festa da empresa desse jeito?
— Você tem vergonha de mim? — questiono, fingindo que não estou brincando.
— Não, mas você não pode soltar uma dessas.
— Acha que falo essas coisas em público? — se eu não me defender, quem vai? — Mas esse não é o foco... O que eu disse está incluso nas coisas viciantes?
— Misericórdia, San — leva uma das mãos à testa, como se estivesse indignado.
Às vezes, não o entendo. Ele fala as besteiras mais inesperadas, mas quando sou eu, faz cena, como se ele fosse o maior santo. Pois saiba que não irei deixar isso barato.
— Parece até que não me conhece — protesto, ainda tentando preservar minha imagem.
— Justamente por te conhecer que sei que não seria tão improvável você soltar uma dessas depois de beber — a verdade é que nem precisei beber.
Pronto, estou sem argumentos. Mas é claro que estamos apenas brincando.
— Vai me responder ou não? — volto à questão anterior.
— Não sabe a resposta? — provoca.
— Fique quieto, eu nunca — nem preciso completar, porque é óbvio que ele sabe. Que ódio.
Eu chego um pouco mais para o lado, apoiando o cotovelo no braço do sofá. Em seguida, estico as pernas para me esparramar. Queria ter móveis confortáveis assim no meu apartamento.
— Tudo bem, tudo bem — dá um suspiro alto. — É viciante, sim.
— Ah — não sei o que dizer, porque não esperava que ele fosse, de fato, responder, então começo a rir desenfreadamente.
Seonghwa está mais vermelho que um pimentão, mas também não consegue parar de rir.
— Mas não me contento só com sexo, então é por isso que estou numa boa assim, no meu canto.
— Diz isso, mas daqui a pouco está nos braços do cara que está te treinando — sinto que vou apanhar por ter dito isso.
— Eu já disse que é complicado — lamenta.
— Mas não impossível.
Ainda estou atordoado por ter bebido ontem. Wooyoung deixou comigo um analgésico e um líquido que ele disse que ajudava na ressaca. Talvez, eu deva tomá-los, porque minha cabeça está dolorida e preciso melhorar para sair com Seonghwa. Ele conseguiu o dia de hoje de folga, então é indispensável aproveitarmos isso.
— Toma — ele pega algo dentro da mochila e me entrega.
— Ah, obrigado — fico radiante com o chocolate, mas sinto que ele só fez isso para que eu não insista no assunto do cara por quem ele está interessado. — O nome dele é com "c"?
— Pare agora com isso — ri, pegando um quadradinho do próprio chocolate e enfiando na boca. — Não, não é.
— Mesmo que não seja, tem o — deixo subentendido, ele sabe muito bem do que estou falando. — dele, que é com "c".
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morning sun • woosan
Fiksi Penggemaronde San Choi não passava de um universitário em sua primeira viagem ao exterior. onde Jung Wooyoung, cheio de mistérios, teve ajuda de um estrangeiro que nunca tinha visto em sua vida durante um momento em que não esperava. SPOILER ALERT: estou esc...