Se já mencionei que Wooyoung é um belo saco sem fundo, não importa, porque vou reforçar isso quantas vezes forem necessárias. A verdade é que eu estou bem satisfeito em ver que ele está compensando tudo o que não comeu durante o dia, portanto não se trata de uma reclamação.
Não consigo acreditar que finalmente estou no quarto dele, olhando a decoração, enquanto ele vai sorrateiramente até a cozinha buscar sorvete. Eu falei que não precisava, mas ele insistiu, usando a justificativa de que não seria um jantar completo se não tivesse sobremesa.
Não ligo tanto para a bela cama de casal com cobertor e travesseiros de qualidade, porque isso eu já esperava. O que ganha mesmo a minha atenção são os porta-retratos espalhados pelas prateleiras. Assim que me aproximo para olhar o primeiro, surpreendo-me com a foto de uma mulher de franja e longos cabelos castanho escuros. Ela é linda e, momentaneamente, passa pela minha cabeça que talvez seja a namorada dele. Mas ela está em todas as fotos.
Na próxima, ela está com um bebê em seu colo, depois ao lado de um garotinho sorridente e fofo. Não consigo evitar abrir um largo sorriso ao me dar conta de que esse é Wooyoung com uns cinco ou seis anos de idade e que a bela mulher é, na verdade, sua mãe. O outro garotinho que aparece ao lado dos dois em algumas fotos deve ser seu irmão.
Apesar de estar interessado nas fotos, tento desviar meu olhar para a janela, mesmo que esteja fechada. Sei lá, ele pode não gostar muito que eu esteja olhando essas coisas pessoais dele, então melhor que pense que estou mais preocupado com a cor da cortina. Pode não fazer muito sentido, porque ele confiou em me deixar aqui, mas ao mesmo tempo nunca falou sobre a mãe, então melhor também não perguntar.
— Trouxe sorvete e água — Woo entra no quarto, coloca a bandeja em cima da cama, volta para fechar a porta e, por fim, sobe na cama. — Você quer abrir a janela?
— Não, eu só... — estou disfarçando pra você não perceber que fiquei olhando suas fotos, mas óbvio que não vou te contar isso. — Me distraí.
Ele não acredita, mas também não insiste no assunto, então tiro meus sapatos, subo na cama e fico de frente para ele. Só tem a bandeja entre a gente, com uma taça cheia de sorvete de chocolate, duas colheres e duas garrafas de água.
— Você ainda está com dor? — não hesito em encher a colher de sorvete e levar até seus lábios.
— Bastante, e você?
— Só um pouco — admito. — Você quer que eu te faça uma massagem? Tenho certeza de que vai ajudar.
— Certo, podemos tentar — ele sorri minimamente.
— Que tal ir me dizendo onde está doendo? — sugiro.
Será que devo segurar sua mão para que vá se acostumando com o meu toque? Melhor esperar até esvaziarmos a taça, não deve demorar muito.
— Meu corpo inteiro está doendo, San — seu olhar muda e eu finalmente consigo ver a expressão de dor que ele esteve lutando para esconder durante todo esse tempo.
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morning sun • woosan
أدب الهواةonde San Choi não passava de um universitário em sua primeira viagem ao exterior. onde Jung Wooyoung, cheio de mistérios, teve ajuda de um estrangeiro que nunca tinha visto em sua vida durante um momento em que não esperava. SPOILER ALERT: estou esc...