não se eu impedir

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— Fica mais longe do que eu lembrava — é a primeira coisa que Wooyoung fala depois que descemos do carro

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— Fica mais longe do que eu lembrava — é a primeira coisa que Wooyoung fala depois que descemos do carro. — Talvez a comida tenha esfriado um pouco, espero que você não se incomode.

O condomínio em que ele mora é imenso e estamos bem na frente de um prédio todo apagado, exceto pelo terraço. Existem vários terrenos em volta, mas não tem nada mais construído por perto, só na rua em que passamos anteriormente. Acho que nem preciso comentar que estou assustado, porque qualquer um ficaria. Ou seja, a comida fria é a menor das minhas preocupações no momento. Sei lá, eu pensei que iríamos ficar um pouco na área de lazer.

Ele pega a chave no bolso, se aproxima da grande porta de vidro e começa a destrancá-la. Não sei como eu tive esperanças de que fôssemos ficar ao redor desse prédio, não dentro dele. Tem bastante mato por aqui. Talvez eu deva sugerir que a gente fique no meio das moitas, não parece tão ruim assim.

— Entre, rápido — eu hesito, então ele me puxa pelo braço.

— Eu não sei se quero entrar nesse lugar — o desespero já é maior do que meus bons modos. — Sério, Woo, acho melhor ficarmos lá fora, no mato.

— Bom — ele respira fundo, tranca a porta por dentro e se vira para mim. — Até tem um lugar interessante no meio do mato, mas se formos até lá à pé, vai demorar. Podemos fazer isso outro dia, que tal?

— Por que você trancou a gente aqui? — jogo meu corpo em direção ao vidro, como se pudesse quebrá-lo. Óbvio que não consigo e acabo caindo no chão. — Eu quero sair.

— Ninguém vem aqui, mas não podemos arriscar — ele deixa a sacola com a comida no chão, agacha ao meu lado e estende a mão para me ajudar a levantar.

A única claridade que temos é a luz fraca dos postes lá de fora, mas ainda assim consigo enxergar seu olhar curioso em mim.

— Wooyoung, eu sinto muito, mas é que — preciso falar a verdade. — Isso parece um daqueles lugares mal assombrados que vemos em filmes de terror.

Como se a minha situação não pudesse piorar, ele começa a rir. Pois é, ele até cobre a boca com uma das mãos, como se fosse abafar o som, mas nem faz diferença. É aquela gargalhada alta e escandalosa que só ele tem. Eu deveria estar bravo, mas sou um bobo, então começo a rir junto, não porque acho graça da situação, mas porque o jeito que ele ri é engraçado por si só.

E eu só consigo parar quando ele também se acalma e vem pra pertinho de mim.

— Você pode me tocar...

Assim? Aqui mesmo? Sem nem me fazer um carinho antes?

— O que? — melhor perguntar, já que não sei do que ele está falando.

— Olha, eu sei que você está com medo e não quero que desmaie novamente. Se isso for fazer com que se sinta mais seguro, vá em frente — ele ergue os braços, então entendo que está me dando permissão para revistá-lo.

morning sun • woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora