É bem estranho e incômodo pensar que, possivelmente, estou piorando tudo. O que eu quero dizer é que Wooyoung tem ido passear comigo em vários lugares e, se não fosse por minha causa, talvez ele ficasse mais em casa, onde estaria protegido. Ou não, porque ele é agitado demais e deve se entediar com facilidade. Mas não é uma boa hora para ficar me culpando ou pensando demais sobre isso, até porque já estou começando a achar que ele pode perceber como sou e enjoar de mim.
— Vocês estão metidos com a Yakuza? — Wooyoung começa a rir e eu tenho certeza de que não é por achar absurdo o que estou dizendo, mas sim um daqueles risos de nervoso. — E o seu irmão?
— Ele segue todas as ordens do meu pai, então não precisa se preocupar muito.
— Você vai estar seguro se passar um tempo em casa, não vai? — questiono, porque nada faz muito sentido aqui na minha cabeça, não importa o quanto eu tente ligar os pontos.
— Sinceramente? Não sei... Eu peguei algo de volta — conta. — Não sabem que fui eu, mas podem acabar descobrindo. Também sei de informações que eu nem deveria saber e que são do interesse dessas pessoas.
— Pegou de volta? Significa que é seu? — eu seguro as mãos dele, enquanto me inclino em sua direção, apoiando meus braços sobre as minhas coxas. Ele não recua. — Você não pode devolver? Como sabem que você tem essas informações?
— Acha que vou simplesmente devolver o que lutei tanto para ter de volta? San — ele acaricia meus dedos com os dele e eu quase me derreto com o jeito dele de chamar meu nome. Que droga. Tenho andado besta, muito besta. — Eu sei que sua intenção é ajudar, mas é muito mais complexo do que, de fato, parece.
E esse é o momento em que eu não sei o que dizer, porque situações extremas exigem medidas extremas. Só consigo achar que, talvez, devêssemos fugir juntos. Claro que isso não passa de um grande devaneio, porque esse é o tipo de coisa que só acontece em filmes, mas convenhamos que, longe de todos esses problemas, essas aventuras para as quais ele me arrasta fluiriam tão melhor.
O problema é que ele disse que não podemos e isso faz um contraste enorme com o fato de que ele continua acariciando minhas mãos. Eu entendi que ele estava querendo dizer que não poderíamos ultrapassar os limites da amizade, mas se já chegamos aqui, que diferença faz? Eu mesmo já me arrastei pra dentro dessa furacão, então que mal faz se nos beijarmos mais um pouco? Já fizemos isso. Por que não podemos fazer novamente?
Por que tentar colocar uma placa de "entrada proibida" no caminho que já comecei a percorrer? Já ignorei todas as de alerta de perigo mesmo, então não é como se eu fosse hesitar agora. Não é como se eu fosse dar as costas. E eu me sinto tão ferrado em admitir que estou permitindo que ele tenha esse domínio sobre mim.
— Quero brincar de outra coisa — ele diz. — Deite=se.
Ainda não consegui me decidir se gosto ou não quando ele vem com essa coisa de me dar ordens. O que eu quero dizer é que essa ordem, especificadamente, poderia soar muito bem em outra ocasião, mas não agora. Porque acho que não vai ser nada demais. Eu gostaria que fosse, porém entraria em pânico.
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morning sun • woosan
Fiksi Penggemaronde San Choi não passava de um universitário em sua primeira viagem ao exterior. onde Jung Wooyoung, cheio de mistérios, teve ajuda de um estrangeiro que nunca tinha visto em sua vida durante um momento em que não esperava. SPOILER ALERT: estou esc...