— Suba logo — pede, começando a demonstrar uma leve irritação com a minha demora.
— Eu não vou subir aí até você me mostrar sua carteira de motorista — cruzo os braços.
Wooyoung revira os olhos e eu continuo esperando na mesma posição, sem a menor chance de mudar de ideia. Se ele estiver seguindo a lógica do "ninguém vai nos pegar se morrermos em um acidente de trânsito", que siga sozinho, porque eu não estou afim.
— Eu te mostro se você subir — dá de ombros.
— Se você estiver mentindo... — ameaço, sem saber exatamente o que fazer caso ele esteja mentindo. — Wooyoung, eu nunca andei nessa coisa.
— Não seja fresco — ele praticamente empurra o capacete em cima de mim. — Coloque isso e suba.
Sigo as instruções, subindo na garupa da moto com o corpo trêmulo de tanto medo e firmando meus pés nas pedaleiras. Como não quero pegar em sua cintura, procuro a alça traseira com as mãos e seguro bem firme.
— Pronto — respiro fundo. — Agora, a carteira.
— Ops... — diz ele, cheio de deboche antes de acelerar, me fazendo dar um grito ao ouvir o barulho.
— Para, eu quero descer! — exclamo.
Mas nem saímos do lugar e ele se acaba de tanto rir da minha cara. Esse garoto só pode estar querendo me matar do coração, só pode. Além da tremedeira, mal consigo respirar. Sério, eu vou ter um colapso a qualquer momento. Wooyoung sempre me busca e me leva aos lugares de táxi, nunca de moto. Estou quase certo de que ele nem sabe pilotar direito essa porra e ainda quer que eu compactue com essa ideia de jerico.
— Eu nem coloquei o capacete ainda... — ele desliga o motor e gira a cabeça para trás para me olhar. — E eu não iria fazer isso de repente, pois sei que você desmaiaria e cairia no chão.
— Sabe, mas na hora de fazer esse maldito barulho, você fez — que vontade de pegar esse capacete e dar na cara dele. — Cadê a droga da carteira?
— Está no meu bolso, é só pegar.
Que atrevido. Eu não vou colocar a mão no bolso de ninguém. Pra piorar a situação, ele está usando uma calça de moletom. Capaz que eu esbarre meus dedos justamente onde não devo — não que eu não fosse gostar de fazer isso. Que ódio. Esse filho da puta deve estar de graça com a minha cara.
— Se você não me mostrar, eu vou descer — dou um ultimato.
Ele respira profundamente, tira a carteira no bolso da frente da calça e me entrega. Assim que solto a alça da moto, pego o objeto em minhas mãos e abro, tentando não perder o foco. Sinto um enorme alívio ao encontrar o documento de habilitação.
Está em japonês, então não consigo entender tudo o que está escrito, mas vejo a foto e acabo sorrindo. Ele está lindo com os cabelos naturalmente escuros. Ele é lindo de qualquer jeito. Só espero que esse documento não seja falsificado.
— Satisfeito? — fecho a carteira rapidamente e devolvo, antes que ele me pegue babando pela foto dele. — Podemos ir agora?
— Só não corra muito, por favor.
— Segure em mim — ah, não, ele não está pedindo isso. — Vai te dar mais firmeza.
Sei que concordei em vir caso ele estivesse pilotando a moto legalmente, mas como faço para cancelar esse acordo? Mudei de ideia. Será que é tarde demais? Acho que sim, porque ele já está colocando o capacete e acelerando de novo. No desespero, acabo segurando sua cintura, mas ele agarra minhas mãos e as puxa para frente, fechando meus braços ao redor do seu corpo.
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morning sun • woosan
Fanficonde San Choi não passava de um universitário em sua primeira viagem ao exterior. onde Jung Wooyoung, cheio de mistérios, teve ajuda de um estrangeiro que nunca tinha visto em sua vida durante um momento em que não esperava. SPOILER ALERT: estou esc...