"...Deu tudo certo"

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POV NARRADOR

Quinze minutos depois, Inês se levanta e caminha até a sala levando um cobertor. A bruxa encontra Márcia deitada toda encolhida no sofá, dormindo. A entidade sentiu um aperto no coração, queria acordar a mais nova e pedir para que fosse deitar consigo na cama. Ela sentia falta das mãos da policial sobre ela, do calor de seu corpo, das carícias e dos beijos antes da mais nova cair no sono... Mas a bruxa era orgulhosa demais, ainda estava morrendo de ciúmes com tudo o que acontecera mais cedo; mesmo não querendo admitir isso.

Inês se aproxima e coloca o cobertor sobre o corpo de Márcia, deixa um beijo em sua cabeça e volta para o quarto.

POV MÁRCIA

Sinto um leve peso sobre minha barriga. Abro os olhos lentamente me acostumando com a claridade da manhã que entrava pela minha janela, olho para baixo e vejo o bichano deitado sobre minha barriga.

- Bom dia, Gaspar. - Acaricio-o. - Sua dona também te expulsou do quarto, foi? É... Não tá fácil pra gente não, viu.

O bichano começa a ficar agitado e a miar.

- O que foi, filho? Está com fome? Vem, vou colocar comida pra você.

Me sento e noto o cobertor do meu lado.

- Ah, Inês... - Sorrio comigo mesma. - Você tenta ficar com raiva de mim, mas não consegue!

Dobro o cobertor e ajeito as almofadas. Me levanto e logo sinto uma pressão nas minhas costas. - Maldito sofá! - Dou algumas alongadas para aliviar a dor e vou para a cozinha. Coloco ração na vasilha de Gaspar e sigo para o quarto de Maia.

Não queria enfrentar Inês, queria evitá-la o máximo possível porque não sabia como ela estava... Se estava mais calma ou se ainda sentia raiva, ciúmes. Por isso decido tomar banho no banheiro do quarto da minha filha. Abro lentamente a porta do cômodo e percebo que a menina ainda dormia tranquilamente. Entro no banheiro e fecho a porta. Abro o chuveiro e deixo a água quente cair sobre meu corpo para tentar aliviar toda aquela tensão de ontem.

Termino meu banho e visto apenas um roupão. Passo pela porta do meu quarto, que por sinal, ainda estava fechada. Solto um longo suspiro e sigo para a cozinha para preparar o café da manhã.

Estava de costas distraída passando geleia em algumas torradas quando sinto os braços de Inês abraçarem minha cintura. Meu corpo todo arrepia dos pés à cabeça, mas não deixo que ela perceba.

- Oi... - Ela apoia o queixo em meu ombro.

- Oi. - Respondo sem dar muita importância e continuo preparando as torradas.

- Não pode continuar me evitando, sabe disso.

- Você que se afastou de mim. - Respondo friamente.

- Tenta me entender também, Márcia...

- Não, Inês. - Viro de frente para ela. - Eu tentei te explicar tudo ontem, tentei resolver as coisas entre a gente, não queria dormir brigada com você, mas você me afastou! Agora eu é que não quero falar com você. - Viro de costas novamente.

Ela volta a abraçar minha cintura e a apoiar a cabeça no meu ombro. E mais uma vez sinto todo meu corpo arrepiar. "Mas que droga!" Penso comigo mesma e Inês solta uma risada fraca.

- É incrível como um simples toque meu faz com que seu corpo incendeie! - Ela sussurra em meu ouvido.

Inês desfaz o laço de meu roupão.

- Não, eu não quero isso. - Tento amarrar novamente o tecido que cobria meu corpo, mas Inês segura minhas mãos.

- Não quer? - Ela sussurra e começa a deslizar as mãos pela minha barriga.

No Que Me Transformei (MARINÊS)Onde histórias criam vida. Descubra agora