"Maia, filha de Inês"

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POV MÁRCIA

Chego em casa novamente. Vou até o quarto de Maia me certificar de que ela está bem, a menina dormia tranquilamente. Fecho a porta e vou para meu quarto descansar. 

No dia seguinte, acordo por volta das 9 da manhã. Era sábado, portanto, não precisaria ir para a DPA. Preparo o café e vou acordar Maia. Para minha surpresa a menina já estava de pé e arrumada.

- Bom dia, meu amor! - Vou até ela e deposito um beijo em sua bochecha.

- Bom dia! - Ela sorri pra mim.

- Vejo que já está pronta!

- Tô muito animada para ir ao shopping! - A menina diz saltitando.

- Que bom! Mas primeiro, vamos tomar café e depois saímos.

- Sim, mamãe! - A menina sai correndo para a cozinha.

Não vou negar que aquela palavra me deixou surpresa - Mamãe...- Sorrio para mim mesma e vou até a cozinha.

Nos sentamos e começamos a comer.

- Mamãe?

- Sim, pequena?!

- Por que as plantinhas da sua casa estão todas mortas?

- Ah, meu amor. Eu trabalho muito, então quase não tenho tempo de cuidar delas!

- Se quiser, eu posso cuidar delas pra você.

- Você gosta de plantas? - Pergunto curiosa.

- Sim, muito! Plantas, flores, eu gosto muito! - A menina me dá um sorriso doce.

Sorrio de volta e volto a comer. De repente, o sorriso nos lábios da menina se desfaz.

- O que foi, querida? - Pergunto preocupada.

- Ontem, quando você me encontrou... Eu estava chorando por causa da minha mãe - Ela diz já com olhos marejados.

- Você me disse que não tinha pais, Maia...

- E não tenho! Eu fui procurar minha mãe no bar e ela não quis saber de mim e me mandou embora.

- Espera, num bar? - "Não pode ser... " Penso comigo mesma e decido então perguntar - Maia, sua mãe é a Inês?

- Sim, por que? Você conhece ela?

Sinto uma raiva crescer dentro de mim. Por que diabos Inês expulsaria a própria filha? E como ela podia ser a mãe de Maia? Se eu soubesse disso antes, teria dado bem mais que uma bofetada na cara daquela bruxa.

- Espere aqui - A menina levanta da cadeira indo em direção ao seu quarto.

Ela volta trazendo em suas mãos um colar com uma pedra azul. Era tão brilhante que parecia mágico!

- Olha - Ela diz olhando para o objeto em suas mãos. - Esse colar era da minha mãe, pega!

Pego o colar e o observo atentamente.

- Minha mãe estava usando esse colar quando ela me teve na floresta.

- Minha mãe estava usando esse colar quando ela me teve na floresta

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- Na floresta? Maia, como assim? - Pergunto confusa.

- Vou te mostrar, feche os olhos.

Nesse momento a menina fecha os olhos e se aproxima de mim segurando minhas mãos junto com o colar que começa a brilhar. Fecho os olhos também e uma cena passa pela minha mente. Parecia mais uma lembrança de algo que aconteceu a muito, muito tempo.


Vejo o exato momento em que Inês perde seu bebê e morre. Mas volta à vida já como a Cuca. Vejo também quando a deusa da lua Jaci pega o bebê para si.

De repente tudo fica claro e abro os olhos voltando para a realidade. Tudo o que eu consegui fazer naquele momento foi abraçar fortemente Maia. 

No Que Me Transformei (MARINÊS)Onde histórias criam vida. Descubra agora