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Pakunoda sentou sobre um dos sofás da sala cruzando as pernas e esticando os braços sob onde se encostava esperando que o dono da casa possa lhe oferecer uma xícara de café.

- Então, fale logo o que tem a dizer! Você me fez parar de ler um livro importante.

- Nem um cafezinho antes? Hum... Está bem.

Leorio sentou um pouco mais afastado da mulher, ainda a encarando meticulosamente, curiosidade o apertava forte já que era seu maior ponto fraco.

- Kurapika sofre de um distúrbio mental, o garoto não é normal.

- Um distúrbio mental?! - assustou o moreno.

- Sim isso mesmo, quando ele fica nervoso seus olhos ganham uma cor vermelha, quando isto acontece é capaz de matar todos à sua volta.

Leorio ouvia aquilo com atenção, com muita atenção mesmo, ele estava tão preocupado com estas informações que não conseguia nem dizer nada.

- Então eu só queria te alertar, para que tome cuidado ao se aproximar demais de Kurapika. Ele pode estar te usando para conseguir alguma forma de satisfazer seu desejo de matar, você será a próxima vítima dele.

Pakunoda se levantou observando a reação perplexa do homen em sua frente, abaixou a cabeça suspirando fundo e caminhou até a porta decida em ir embora logo, já que havia falado coisas demais.

- Até mais, senhor Leorio. E me desculpe amedontra-lo desta forma.

- Até... - respondeu trêmulo após a saída da mulher de sua casa.

Ainda sem entender nada, sem conseguir assimilar direito aquelas palavras que para ele não fazem sentido algum. Não imagina um rapaz como Kurapika assassino desta forma, é tão educado e está sempre o ajudando. Por que ele irá querer matar Leorio? Uma das maneiras que achou de se acalmar com isto era entrar em contato pessoalmente com o jovem e correr o risco de descobrir se é verdade ou não.

- Droga! Onde fui me meter?

Pegando seu celular ligou para o número do loirinho caminhando pela casa inquieto e trêmulo. A ligação havia caído uma vez, mas depois de tentar novamente conseguiu ouvir a voz do garoto o atendendo, sorrindo aparentemente.

- Leorio? Está tudo bem com você?

- Kurapika... Er... Essa noite, você vai estar ocupado? - resmungava em pensamento do porque não parava de gaguejar quando o assunto era sério.

- Não... Isso é um encontro? - perguntou surpreso.

- S-sim.... É um encontro - bateu a mão na testa sem ter ideia do que falar - Às 19 horas, em minha casa... Pode ser?

- Sim! Vou adorar conhecer sua casa.

Leorio desligou o telefone após ouvir a resposta do mais novo, agora sua preocupação era a de não conter uma arma em casa, estava planejando se armar durante este "encontro" para o caso de ser atacado pelo garoto. Mas o que um garotinho de 19 anos faria com um homem feito o Leorio? Se perguntava muito à respeito disso, mas iria se atirar na boca do leão para conseguir desmentir o que aquela mulher o havia dito.

Após se passarem algumas horas, Leorio já estava em seu traje charmoso de sempre, uma camisa preta de manga comprida e uma calça apertadinha. Seu óculos limpou com um pano branco e sua respiração já se encontrava acelerada na anciosidade de estar novamente tão próximo de Kurapika.

Um som de campainha toca, seu coração chegou errar as batidas, caminhou lentamente até a porta para abri-la e tremendo feito um condenado via um ser deslumbrante aparecer em sua frente, numa calça azul escuro e camisa branca, cabelos loiros brilhando com a luz interna da casa e aqueles olhos encantadores.

- Ku... Kurapika...

- Não diga meu nome assim Leorio, fica meio zoado - o garoto dá uma risadinha nasal e se aproxima do mais velho sorrindo - Você está lindo!

- Mu-muito obrigado... Er... Você também. Entre! Fique à vontade.

Kurapika caminha pela sala do mais velho admirado a organização daquela casa, ele não imagivava que a veria assim até porque Leorio nunca pareceu do tipo de pessoa que se importaria com isso, seria apenas um homem desastrado ao seus olhos.

- Quer alguma bebida? Eu tenho vinho na geladeira.

- An? - Kurapika se assustou o encarando - Vinho na geladeira? Quem coloca vinho para gelar?

- Eu e um monte de pessoas - respondeu o mais velho cruzando os braços.

- Hum... Tá bom, pode ser.

Enquanto Leorio buscava a bebida na cozinha o jovem se acomodava no sofá da sala olhando para a TV desligada pensando se ligava ou não, mas imaginou que teria uma conversa mais agradável e aproveitadora se não houvesse nada que distraísse sua atenção.

- Aqui está! - sorriu Leorio ao chegar com a garrafa e duas taças servindo o garoto.

- Muito obrigado - sorriu bebendo um gole suave daquela bebida observando o mais velho fazer a mesma coisa.

Leorio o vendo beber daquela forma, estava ficando maluco novamente. Agora mais do que certo, sabia que despertava um fetiche em observar o jovem ingerir qualquer bebida, sentou no sofá ao lado dele suando frio com a mão na consciência, sentia se mal e ao mesmo tempo bom por pensar tanto no garoto.

- Kurapika... Eu queria te perguntar uma coisa.

- Espere... - o loirinho colocou o copo sobre a mesa ao lado e tocou no rosto do moreno - Deixe me fazer uma pergunta primeiro...

- C-claro.

- O que sente por mim, Leorio?

O maior congelou com a pergunta, sem saber o que dizer sentindo aquela mão macia lhe tocando e o fazendo despertar um desejo profundo de beija-la.

- Er... Eu não sei...

Kurapika compreendeu a voz trêmula de Leorio e o silencio que deixou pairar na sala naquele instante, então isso significaria que precisava descobrir a verdadeira resposta se quisesse, faria com suas próprias mãos o mais velho responder sem precisar dizer uma única palavra.

Seu rosto se aproximou do maior, sua respiração acelerava acompanhado os batimentos cardíacos de ambos. Seus lábios finalmente se tocavam para repetir daquele beijo de uma noite atrás, porém mais intenso e sem interrupções. Kurapika mordia seus lábios suavemente o permitido de dar passagem com a língua, Leorio não conseguia fugir daquilo e tampouco queria, se agarrou ao jovem em um apertado abraço enquanto se beijavam incansavelmente. Houve um momento em que deveriam parar pois lhes faltavam fôlego.

- E então Leorio... O que queria me perguntar?

O moreno se afastou um pouco, corado e excitado, tentando manter o controle de si mesmo para conseguir falar o que precisava tanto.

- Você tem mesmo um distúrbio mental?

- An? - Kurapika franziu a testa confuso com a pergunta.

- Seus olhos ficam mesmo vermelhos e tem vontade de me matar?

Seus olhos escarlatesOnde histórias criam vida. Descubra agora