Naquela manhã, Leorio acordava os meninos para levantarem logo da cama e saírem para acompanhá-lo no trabalho. Não sabia qual seria a reação do chefe ao ver duas crianças juntas à ele, mas não estava nem ai para que o velho diria, precisava fazer seu plano acontecer dando tudo certo. Os três entraram no carro, Gon estava animado para ver a empresa onde seu amigo trabalhava e Killua continuava dormindo no banco.
Seguiram rumo à avenida principal da cidade até virar dois quarteirões e finalmente chegarem naquele prédio alto. Entraram no elevador subindo para o décimo andar, os dois garotos ficaram para trás caminhando até um bebedouro de água, o mais velho prosseguiu para sua sala, com o sangue fervendo em suas veias, porém se aparentando o mais calmo possível.
- Leorio? - Pakunoda o avistou impressionada - Eu não sabia que teria a coragem de pisar neste lugar depois das ameaças.
- Eu não vou parar de trabalhar por um motivo tão patético - reclamou o homem sentando em sua cadeira ajustando sua gravata.
- Se veio para ver seu namoradinho de perto, sinto muito em lhe informa-lo, mas tampouco ele aparecerá por aqui.
- Tsc... Tem certeza? - sorriu Leorio encarando a mulher que havia ficado confusa.
Olhou para trás na direção da porta de entrada, o jovem loiro de camisa preta apareceu caminhando tranquilamente até chegar em sua mesa para se acomodar. Notou o olhar supreso de Pakuonda e lançou um sorriso nada agradável para ela, mas para Leorio que estava tão próximo à ele, o sorriso foi mais longo e sutiu.
A mulher se afastou da presença deles para telefonar para alguém, equanto isso os pombinhos trocavam olhares apaixonados durante o serviço, Kurapika tentava manter a calma em seu corpo, do seu um desejo de sentar no colo do mais velho e beija-lo ali mesmo, mas precisava estar mais atento para observar as horas e as pessoas que estavam naquela sala.
Gon e Killua estavam sentados em um sofá da recepção, jogando Jokenpô esperando as horas passarem, estavam tão animados um com o outro que mal perceberam a aproximação de algumas pessoas estranhas.
- Com licença, os dois estão sozinhos? - perguntou uma mulher de cabelos pretos e óculos.
- Nuhun - Gon negou balançando a cabeça.
- Seu idiota! Era para ter dito que sim! - gritou Killua irritado.
- Vocês são amigos de um jovem loiros dos olhos vermelhos?
- Não, nunca nem vimos... - respondeu o de cabelos brancos bolando sua estratégia.
- Então acho que vou ter que pegar pesado com vocês se eu quiser tirar alguma informação...
Os dois garotos se comunicaram com um jesto de boca, levantaram do sofá em um único pulo saltando para cima da mulher a derrubando no chão, uma garota de cabelos rosas que estava perto pegou duas cordas de seus bolsos da roupa lançando sob os garotos os prendendo nelas.
- Que idiotas! Pensaram que iriam sair dessa fácil?
- Me solta! - gritava o menino de cabelos verdes.
- Somente se nos dizer onde está o amigo de vocês.
- Que amigo? Meu único amigo é o Gon. - resmungou Killua.
- Eles não vão falar... - dizia um homem alto de cabelo preso e usando uma katana estilo samurai - Não se fize-los de refém.
- O chefe já entrou! - falou um loiro de cabelos curtos se aproximado.
- Ótimo! - sorriu a garota de cabelos rosas segurando um dos garotos enquanto seu colega samurai segurava o outro - Ele vai pessoalmente acabar com o desgraçado das correntes.
- Correntes? - perguntou Killua confuso, procurando entender sobre quem eles estavam falando. Seria o Kurapika?
A luz do prédio apagou naquele instante, os elevadores pararam assustando todos. Gon olhava para os lados preocupado, na esperança de que o plano deles tenha dado tudo certo. Pakunoda correu até eles para saber o que havia acontecido, estava com seu coração acelerado de nervosismo.
- O que foi aquilo? - perguntou a jovem de cabelos pretos e óculos.
- Parece que o chefe conseguiu pegar o desgraçado - sorriu o rapaz loiro da Trupe.
Pakunoda observava a frustração nos olhos dos dois meninos sendo segurados por seus parceiros, sentiu alívio confiando que Chrollo estaria vitorioso. Seu celular tocou, estranhando aquilo o pegou para atender suspirando fundo.
- Alô? Quem é? - perguntou até ouvir a voz da pessoa do outro lado da linha, seu sangue congelou naquele momento e as mãos tremiam.
- Seu chefe está em minhas mãos agora, se fizer qualquer coisa errada eu o matarei. Então preste bem atenção no que vou dizer... Levem os meninos até a estrada que corta com a avenida sul, faremos nossa troca de reféns lá. Se for acompanhada de outra pessoa eu o matarei ali mesmo, não diga uma palavra sequer com seus companheiros, qualquer coisa que sair de sua boca poderá levar à morte de Chrollo.
Pakunoda desligou o telefone suando frio, sem responder às perguntas de seus amigos pediu que desamarrassem os meninos para caminhar com eles sozinha. Gon e Killua haviam entendido o que se passava, ficaram calmos seguindo os passos da mulher pela rua.
- Leorio me disse que você odeia o Kurapika - Gon a olhava de canto.
- Não... Eu não o odeio, é apenas o meu trabalho evitar que me aproximo de inimigos, os únicos laços que posso ter é com a Trupe. Aliás... Por que não fogem? Vocês poderiam me deixar aqui e fugirem para ver seus amigos, o meu chefe poderia ser morto mesmo assim...
- Não faremos isso! - sorriu o esverdeado - Não seria humilde da nossa parte quebrar acordos.
Pakunoda sorriu naquele momento ouvindo as palavras doces daquela criança, estava levando eles para o local combinado e segurava seu coração anciosa para ver seu líder vivo, é a única coisa que importava para ela nesta hora.
Ao chegarem, avistaram os três os esperando em frente à um carro preto. Leorio estava inquieto sempre mexendo em sua gravata, Kurapika segurava a corrente pela qual Chrollo estava preso, seus olhos vermelhos como carmesin transcendiam o ódio que estava em seu coração. Seu desejo de vingança ainda não foi apagado, porém iria deixa-lo passar por hoje.
A mulher deixou que os meninos avançassem para fazer a troca, Chrollo foi solto por Kurapika, dos dois lados ambos caminhavam em direções apostas, o chefe se aproximando de sua subordinada e os garotos de seus amigos mais velhos. Tudo parecia tranquilo para Pakunoda até perceber olhares vindo em todas as direções. Policiais de alto escalão apareceram armados com fuzis para finalmente capturar aquela gangue.
Tudo isso fazia parte dos planos de Leorio, ele estava impressionado com suas ideias terem dado certo, via o chefe da Genei Ryodan ser algemado, seu trabalho estava feito. Só esperava que eles encontrassem o resto da Trupe, entraram os quarto no carro partindo em direção à casa do moreno, durante o caminho brigaram com as crianças por terem sido tão idiotas ao ponto de tentarem atacar os inimigos com as mãos nuas.
Pakunoda tentou escapar da polícia no desejo de avisar seus companheiros do que estava acontecendo, mas não previa que uma bala viesse com tudo em sua direção e acertasse seu peito. Sua visão se turvou embaçada, suas pernas falharam em continuar a correr e caiu sob o chão dando seus últimos suspiros de vida. Uma morte rápida e um tanto injusta.
Hisoka assistia tudo sob um telhado de uma casa, feliz por ver Chrollo separado do restante do pessoal e esperançoso de que possa agora finalmente ter a chance de lutar conta ele. Ainda precisava calcular uma forma de poder fazer isso, de satisfazer seu desejo interno. Agradeceria melhor ao jovem Kurapika pelo trabalho feito se tivesse tempo, mas agora precisava focar no seu objetivo estranho.
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Seus olhos escarlates
FanfictionLeorio é um homem que sonha em se tornar um grande médico, mas para isso ele precisa de uma grana para iniciar sua faculdade. Em seu novo trabalho acaba conhecendo um jovem, Kurapika, um pouco mais novo que ele com quem começa a se relacionar e vive...