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- Sim! Se não estiver muito ocupado - sorriu o garoto ao telefone.

- Ah é que... É muito perigoso vocês virem.

- Por que? O que aconteceu?

- É uma longa história... - suspirou Leorio tenso, olhando pela janela da cozinha - Eu corro risco de ser assassinado, então não quero que você e o Killua interfiram nisso.

- Como? Por que não nos disse antes? Nós vamos te ajudar.

- GOOON! - gritou o mais velho irritado - Você não tem noção do que é perigoso? Eu já disse que não deverá interferir! Para o seu próprio bem.

- Uhun... A casa do senhor ainda é a mesma?

- Sim... Por quê?

Gon havia desligado o celular na cara do maior, confuso com aquela pergunta do garotinho ficou alguns segundos raciocinando até se dar conta do que isso significava. Cerrou os punhos nervoso e caminhou até o banheiro para tomar outro banho, bem gelado na intenção de acalmar um pouco seu corpo e a mente.

Nesta noite, Kurapika planejava uma forma de se encontrar com Leorio novamente, não saberia se era a última noite que poderiam se ver, temia que nunca mais tivesse contato com o homem, porque seria torturante se lembrar todos os dias daquela tranza no elevador sem poder ao menos revive-la com a mesma pessoa.

Tomou um banho relaxante para respirar fundo, ancioso com o sucesso do seu plano em mente. Lavandos os cabelos loiros e amaciando mais do que já são sedosos. Usou um perfume levemente doce e se vestiu com uma calça preta e uma camiseta azul claro de mangas curtas. Pegou uma bolsa média para carregar nela uma jaqueta preta de capuz e um boné verde, os retirariam para usar no momento exato.

Saiu de casa caminhando pela calçada atento olhando para todos os lados, na esperança de não estar sendo seguido e mesmo se tivesse encontraria um jeito de esconder sua presença ou se disfarçar. Aproveitou que estava próximo ao metrô e correu até o banheiro do subsolo para se vestir com a jaqueta e botar o boné cobrindo todo o seu cabelo. Se misturou no meio da multidão de pessoas e seguiu caminho sozinho até algum ponto telefônico da praça.

Digitou o número de Leorio e suspirou fundo trêmulo, ligando para o homem no qual estava se apaixonando perigosamente, nunca pensou que isto chegaria a lhe custar sua própria vida.

- Alô - o chamou forçando uma voz grossa - A camisa que você encomendou está pronta.

- An? - respondeu o outro confuso com a ligação de um estranho - Como assim camisa?

- Tsc... - revirou os olhos na esperança de que o mais velho perceba a ideia passada - Sim aquela vermelha lembra? Venha busca-la aqui em minha casa, a casa amarela na rua 12, Às 9 horas da noite ainda estaremos atendendo os clientes, então não demore, um cliente loiro aqui também quer compra-la.

- Hum? Camisa vermelha? Cliente loiro? - sussurrava para si mesmo ao começar a notar que aquilo poderia ser uma mensagem escondida, então teve a brilhante ideia de confirmar fazendo uma pergunta - Qual é o valor mesmo?

Kurapika sorriu pensando na melhor resposta para aquecer a mente de Leorio, e não apenas sua mente, mas também coração e corpo.

- Um beijo... - em voz baixa - 30 yenes - terminou em voz alta desligando o telefone.

Caminhando novamente pela rua até chegar na rua que havia dito, vendo a casa amarela que estava abandonada há 5 anos. Se ele conhecesse melhor a cidade teria escolhido um lugar mais discreto. Olhava para o céu sem noção do tempo, não sabia que horas eram exatamente pois preferiu deixar o celular em casa no acaso de estar sendo rastreado pela tropa.

Abaixou a cabeça pensativo sentindo uma brisa fria tocar seu rosto, havia se lembrado de que era tempos de chuva e o céu estava nublado ao ponto de cair uma enxurrada de água. Suspirou fundo ainda esperando pelo moreno, seus olhos sendo cegados com uma luz forte vinda da esquerda, um carro se aproximava mas logo parou se desligando por completo.

Kurapika olhou na direção do banco do motorista sentindo um frio na barriga como daquela vez dentro da empresa. Um largo sorriso se formou em seu rosto se apressando em tocar na porta do veículo e entrar em seguida sem esperar movimentos do homem ao seu lado.

- Kurapika? - perguntou Leorio supreso com sua presença - É muito arriscado nos encontramos! Você sabe o que aquela tropa de bandidos me disseram em ligação? Eles vão te matar se eu não...

- Shi! - o loiro o interrompeu tampando sua boca - Fale baixo, não tenho a certeza de que fui seguido até aqui, então não podemos dar brechas.

- Só uma pergunta... - disse Leorio afastando aquela mão macia de seu rosto - Por que afinal estamos aqui?

- Não é óbvio? Por quanto tempo ficaremos sem nos ver enquanto aqueles desgraçados nos forçarem a ficarmos longe um do outro? Eu não iria aguentar por tanto tempo...

O moreno estremecia com essas palavras, suspirando fundo sem ter o que dizer, porém concordando com a ideia maluca de Kurapika. Sua atenção foi desviada para o bagulho da chuva começando a cair no asfalto cinzento.

- Kurapika... Que tipo de tropa é aquela?

- Genei Ryordan, também conhecida por Trupe Fantasma. São assassinos buscadores de recompensas, eles matam para ganhar dinheiro e fortalecer seus membros.

- Por qual motivo mesmo sua família foi vítima deles?

- Não quero falar sobre isso agora... - ressentiu o menor se encolhendo no banco do passageiro - A chuva só vai aumentar, não podemos sair daqui agora.

- O que faremos então? - perguntou Leorio fazendo o mesmo no banco.

O mais velho sente um olhar peculiar vindo do mais novo, o encarou de lado surpreso e ao mesmo tempo envergonhado com o que estava observando. O garoto parecia implorar com os olhos para ser devorado, o que Leorio poderia fazer se não aceitar aquela provocação ou deixar de lado mais uma oportunidade de ficar com Kurapika mais uma vez.

- Eu só estou aqui por você, corri este risco para ter mais um momento contigo - sorria tocando na coxa direita do homem que arrepiava só de olhar.

- Você é maluco... - sussurrou Leorio rindo e logo sentindo aquela mão subindo de sua coxa para uma região mais íntima.

- Você deveria ser um pouquinho também.

Kurapika saiu do banco do passageiro sentando sobre o colo do mais velho entrelaçando suas pernas na cintura do mesmo e encostando suas costas no volante atrás. Seus rostos se aproximavam e suas bocas não demoraram se tocar, para iniciar um beijo gostoso e intenso, as línguas cruzavam uma na outra fazendo movimentos tão sutis como um encontro de anjos.

Leorio pegou no boné do jovem o retirando de sua cabeça para poder tocar naqueles fios loiros mais uma vez, sentindo o cheiro bom do seu perfume suave e despertando cada vez mais um desejo profundo. Kurapika sorria sentindo seus carinhos e retribuia de uma forma mais pervertida, levando suas mãos até a calça do mais velho abrindo seu zíper para tocar em sua ereção.

- Kurapika...

- Hum... Está tudo bem?

- Sim... Me sinto bem...

O sorriso conquistador do homem fez o loirinho arregalar os olhos de surpresa e mais inesperado ainda foi sentir as mãos fortes do maior pegarem em sua cintura como se não quisesse nunca mais o soltar. Seus lábios foram até o pescoço do jovem dando leves mordidas e passando a língua sobre sua pele macia.

Suas mãos se abaixaram desobedientes apertando as nádegas do mais novo, o fazendo excitar ainda mais de desejo. Entanto a chuva ia caindo os dois foram para o banco de trás do carro aproveitar aqueles minutos gratificante. Sem se importarem com os inimigos que podiam estar os caçando, tiraram suas roupas e se cobriam de beijos quentes e intensos.

Seus olhos escarlatesOnde histórias criam vida. Descubra agora