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Ao chegarem em casa, Leorio abriu a porta para entrarem, Killua passou correndo por eles desesperado para entrar no banheiro. Gon pegou na mão de Kurapika o puxando para dentro da sala animado em mostrar a casa do amigo.

- Olha como aqui é grande!

- É sim, eu já vim aqui antes - sorriu o jovem olhando de lado para Leorio.

- Sério? Então quer dizer que estão mesmo namorando?

- An?! - o mais velho se assustou com aquela pergunta se aproximando deles nervoso - C-como assim namorando, Gon? Eu não disse nada disso!

- O Killua me disse que vocês se amam e vão se casar um dia.

- Hum? - Kurapika arregalou os olhos surpreso com a criatividade mental das crianças, mas por dentro sonhava que aquilo fosse verdade.

- Gon... - suspirava Leorio ficando vermelho - Você não quer descansar um pouco não?

- Não preciso - sorriu o garotinho animado - Vou brincar com Killua no quintal!

- Certo, certo... Pode ir...

O menino se afastou deles procurando pelo amigo para se divertirem bastante, Kurapika observava Leorio pálido, ambos não sabiam o que falar um para o outro, os corações batiam tão rápidos que pareciam estar perto de desmaiar.

- Quer... comer alguma coisa?

- Não estou com fome... - caminhou o loirinho até ficar alguns centímetros de distância do mais velho - Se não fosse por você, nada teria dado certo.

- Ah... er... Eu só fiz o que conseguia faz... - foi interrompido com o toque suave dos dedos do menor em seus lábios, aquilo o arrepiava e transmitia uma sensação de paz e tranquilidade.

- Eu te amo Leorio - sussurrou o jovem aproximando seus lábios para beija-lo.

As mãos de Leorio tocavam no rosto de Kurapika, o acariciando enquanto o beijo continuava quente e intenso. Precisava tomar o cuidado para não fazer nada que os meninos acabassem vendo, então fez o beijo durar pouco mas em troca abraçou o jovem com muita força, sua respiração acelerada arrepiava os ouvidos do loirinho.

- More aqui comigo, sua casa já não é mais segura.

- Está me chamando para dormir na sua casa? Na mesma cama que você? - perguntou Kurapika apaixonado e feliz.

- Sim, na mesma cama que eu... - corou as bochechas envergonhado acariciando os cabelos do mais novo.

Killua pegou uma mangueira no quintal, a ligando pela torneira deixando à água escorrer para poder molhar o amigo. Gon estava tão distraído observando uma bicicleta velha na varanda que não percebeu o menino se aproximando dele lhe atacando com uma chuva de água.

- Killuaaaaaa! - gritou irritado sentindo sua roupa molhada.

- Hahahaha, venha me pegar!

O esverdeado corria atrás dele tentando pegar a mangueira de suas mãos, Kurapika e Leorio viam a cena assustados, o quintal estava ficando completamente inundado. O mais velho correu na direção deles brigando para pararem, mas acabou levando uma chuvarada também.

- Molequeeees! - gritou irritado - Eu vou chamar o seu pai Killua!

- Hahahaha - ria Kurapika adorando ver a cena, ficou tão empolgado que se juntou também.

Fez Killua parar de correr pegando a mangueira de suas mãos a direcionando contra Leorio, que em alguns segundos ficou completamente encharcado. O moreno encarava o jovem com uma expressão séria no olhar, mas aquilo durou por pouco tempo até entrar na onda dessa brincadeira e tomar a mangueira para molhar o garoto. Alguns vizinhos podiam jurar que aquela casa virou um hospício, só viam quatro malucos correndo molhados para todo lado.

Ao entardecer daquele dia, depois de tomarem um banho quente comeram pizza assistindo um filme de ação e aventura. Gon estava tão exausto que adormeceu encostando a cabeça sob o ombro de Killua, Kurapika vendo aquilo quis fazer a mesma coisa fingindo estar com sono deitando sua cabeça sob o colo de Leorio. Naquela noite, os dois garotinhos teriam sua última pousada na casa o mais velho, na manhã seguinte voltariam a fazer suas jornadas pelo mundo como sempre adoravam fazer.

Depois de um jantar delicioso feito por Kurapika, que exibia seus talentos na cozinha fazendo uma lasanha deliciosa com um toque especial, foram todos dormir e descansar para o dia seguinte. Gon e Killua ficaram em um quarto de visitas, Kurapika recebeu o convite maravilhoso de passar a noite no quarto de Leorio. Estava tão nervoso para aquele momento, porquê não era um elevador ou um carro, era uma cama macia e confortável onde não precisariam se preocupar com ninguém os observando ou querendo atrapalhar.

Sentou sob o colchão macio esperando o moreno voltar da sala, olhava para as paredes do quarto sem nenhuma decoração ou algum quadro com fotografia, percebia que Leorio era um homem que não se importava muito com essas coisas. Após ouvir os passos de alguém subindo as escadas, levantou da cama ancioso retirando sua roupa e abrindo o guarda roupa do moreno para pegar uma camisa larga emprestada.

Suspirou fundo tocando no próprio rosto, não entendia porque tanto nervosismo se não era a primeira vez que tinham uma noite de núpcias. Leorio abriu a porta do quarto, entrando tranquilamente até ver Kurapika usando sua camisa semi-nova que havia um bom tempo que não a vestia. Não estava supreso apenas por ve-la no corpo do jovem, mas por notar o quão atraente o loirinho estava com suas pernas expostas e os cabelos amarrotados.

- Kurapika... V-voce...

- Eu? - perguntou o garoto se aproximando do mesmo, sorrindo percebendo o rosto do mais velho corar.

- V-voce... Está... Incrível...

Os olhos de Leorio brilhavam como duas estrelas, os de Kurapika também pareciam a mesma coisa. Suas mãos se tocavam uma na outra, agora possuindo o maior tempo possível para poderem analisar o corpo alheio e verem com mais atenção, o quanto eram magníficos aos olhos de ambos.

- Leorio... Você... Aceita... ser...

- Ser? - o moreno franziu a testa confuso.

- Meu namorado? Oficialmente.

- O-oficialmente? Você está falando que... Devemos... Assumir para todo mundo?

- Sim... Mas se não quiser eu entendo... - o jovem abaixou a cabeça no medo de ouvir um não.

- Não...

- Não? - se assustou com a resposta.

- Não é assim que... se pede alguém em namoro... - suspirou corado como sempre, tocando na cintura do loirinho.

Seus lábios foram até o pescoço do jovem, ele depositava beijos naquela região até alcançar sua boca e prosseguir com um beijo mais cheio de desejo. Kurapika estava sendo completamente dominado por aqueles braços fortes e quentes do mais velho, mesmo que quisesse sair dali seria impossível, Leorio havia ativado sua forma mais brutal, ele estava num mar de paixão profunda. Quem não se apaixonaria pelo jovem loiro dos olhos que ficam vermelhos? Por este corpo macio e delicado como flor, e por estas mãos que mais parecem algodões do que um mero pedaço de carne e osso.

- Você aceita ser meu namorado, Kurapika? - dessa vez foi Leorio quem perguntou, ele queria que o primeiro passo fosse dado por ele, por isso hesitou em responder aquela hora.

- Sim! - chorava o garoto de alegria - É claro que sim! Eu te amo muito.

- Eu também te amo...

Seus olhos escarlatesOnde histórias criam vida. Descubra agora