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Leorio olhou para o relógio e viu que já havia acabado seu horário de ir para casa novamente, então se levantou da cadeira para guardar as coisas na sua maleta e caminhou até a porta da sala.

- Espere! - Kurapika vinha logo atrás sorrindo - Eu vou com você, também acabei meu expediente.

- Você geralmente é quase o último que fica na empresa, aconteceu alguma coisa novamente?

- Não, eu só queria sair junto com você mesmo.

Leorio surpreendeu com sua resposta, virou o rosto corado mas tentando parecer sério ao mesmo tempo. Concordou em acompanhar o jovem até a saída do prédio e dentro do elevador sentia que o calor em sua pele queimava mais forte. Kurapika notou sua inquietação em mexer demais na gravata vermelha, seria estresse do mais velho em ficar dentro deste elevador por tanto tempo, porque para ele parecia que as horas não passavam quando estavam próximos.

O jovem tocou no rosto do moreno preocupado, o acariciando para tentar mante-lo mais calmo e paciente, o que fazia com que Leorio esquentasse mais ainda.

- Está tudo bem, Leorio?

- Kurapika... - suspirou fundo olhando nos olhos do garoto, porque sentia uma admiração profunda pelo mesmo - Você pode... Fazer... aquilo de novo? - perguntou todo vermelho.

- Aquilo? - o loiro se afastou confuso, até ver o semblante do mais velho se encher de vergonha - Ah... Você fala... do beijo?

Kurapika estava tão animado para fazer aquilo novamente que não realizou nenhuma cerimônia antes, empurrou o maior para a parede do elevador e puxando sua gravata o encarou sorrindo. O moreno podiu morrer de ataque cardíaco naquela hora, seus rostos estavam tão próximos que sentiam a respiração um do outro.

Kurapika segurou em seu queixo o aproximando dos seus lábios, ele iniciava um beijo ali descendo pelo pescoço do mais velho que se arrepiava a cada toque. Seus dentes cravaram próximo à nuca do homem, assustado olhou para o jovem tentando entender o que queria com aquilo.

- Ei! Kurapika! Eu disse para me beijar, não me comer!

- Hum? - o loiro parou o que fazia para encarar o moreno.

Neste momento Leorio tampou o rosto fazendo noção do sentido duplo que acabou de dizer, o elevador finamente chegou no seu destino depois de descer 15 andares.

- Ei Leorio! Vamos descer.

- S-sim... Claro!

Os dois caminharam para fora do prédio, onde Leorio podia se aproximar do seu carro estacionado sendo observado pelo garoto que admirava do belo Monza preto.

- Gostei do carro, é quase uma relíquia.

- An? Hahaha eu só tenho ele porque foi o único que consegui comprar.

- Mesmo assim, é perfeito.

- V-oce acha? É... até que é legalzinho.

Leorio abriu a porta do lado do passageiro para o jovem entrar, mas recusou a carona olhando para o chão.

- O que foi? Posso te levar até sua casa.

- Eu agradeço mas... Posso pegar o ônibus.

Kurapika se afastou caminhando até a pequena passarela que o lavaria até o ponto de ônibus mas foi puxado pelo braço o impedindo de continuar a rota.

- Leorio?

- O que foi? Não quer gastar dinheiro com ônibus todo dia né? Posso te levar para casa sempre que quiser.

Acho que isto está me levando para um mal caminho Pensou Kurapika ao ter novamente pensamentos impuros e impulsivos com aquele homem. Havia algo nele que o despertava desejo, era tão atraente em tudo o que fazia.

- Está bem... Eu vou com você...

Entrou no carro fechando a porta em seguida esperando Leorio o ligar para sair logo daquele estacionamento horrível. Pela avenida ia dirigindo devagar, sem pressa alguma. Deitou sua cabeça no banco fechando os olhos para descansar um pouco, o moreno o via daquela forma e sorria gostando de apreciar mais uma vez da sua beleza, seu desejo agora era tocar nos cabelos loiros e poder nunca se desgrudar deles e foi o que fez ao diminuir um pouco mais a velocidade do carro.

Seus dedos entrelaçaram nos fios claros fazendo uma massagem suave e macia, estava tão hipnotizado por aquilo que não via o que tinha na rua quase deixando o carro ser batido por outro atrás. Leorio e Kurapika se assustaram na hora, o mais velho tomou controle novamente do volante e o o mais novo olhava para os lados preocupado.

- O que você fez?

- Na-nada... Eu só desviei errado.

Kurapika estranhou isso mas deixou pra lá. Quando se aproximaram da rua leste o jovem pediu à Leorio que parasse o carro e o deixasse seguir sozinho a partir dali.

- Tem certeza? Aqui parece meio perigoso.

- Sim, não precisa se preocupar. Estarei bem. Muito obrigado, senhor Leorio.

- Ei haha, não precisa me chamar de senhor, apenas Leorio está bom.

- Ok então, Leorio - respondeu sorrindo se aproximando do mesmo selando um beijinho em seu rosto.

O homem viu o garoto saindo de seu carro e caminhando tranquilamente pela rua, enquanto isso recuperava o fôlego daquele simples beijinho que recebeu. O jovem Kurapika estava mexendo com seu psicológico, às vezes imaginava do que seria de sua vida se não tivesse conseguido aquele emprego na empresa HxH, nunca teria conhecido o garoto?

Ao chegar em casa e tomar um banho quente, pensou em ligar para o rapaz mas sentiu estar se precipitando demais. Se ele ligasse para o rapaz e o convidasse a conhecer sua casa, seria capaz de rolar alguma coisa inesperada entre eles? Tentou afastar estes pensamentos que lhe davam frio na barriga se ocupando em ler alguns livros de síntese medicinal mas alguém tocou a campainha o tirando do sossego que tinha.

- Tsc... Mas que diabos é? - reclamou abrindo a porta e recebendo uma surpresa - Você?

- Me desculpe se atrapalhar, Leorio, não é?

Aquela loira havia encontrado o endereço da casa dele, nem ao menos fazia ideia de como e porque ela faria isso, nunca tiveram uma conversa sequer.

- Pokonuda? Este é o seu nome, certo?

- É Pakunoda.

- Nha, quase a mesma coisa. O que você quer aqui?

- Falar sobre o Kurapika.

- Hum?

Leorio estranhou este motivo; sobre o quê aquela mulher falaria a respeito do garoto adorável? Mesmo sabendo que a dona Pakunoda não gostava dele a recebeu em sua casa na curiosidade de descobrir que tipo de coisas ouviria à respeito de Kurapika.

- Entre! Fique à vontade...

- Obrigada - respondeu observando a casa organizada do homen de óculos.

Seus olhos escarlatesOnde histórias criam vida. Descubra agora