nove

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Escalo a varanda de Bree com muita facilidade

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Escalo a varanda de Bree com muita facilidade. Em algum momento da minha curta viagem, a luz do quarto foi apagada, o que me leva a ficar apreensivo pelo fato de poder ter chegado tarde demais e ela já estar dormindo. 

Então começo a perceber que ter vindo aqui foi a ideia mais estúpida que já tive. O que tenho na cabeça? Bree já deixou bem claro que não podemos ser amigos, então por que eu continuo insistindo nessa causa perdida? Por que eu me sinto tão confortável estando perto dela? 

Estou prestes a dar meia-volta quando um barulho me faz congelar no lugar. Minha audição se ajusta perfeitamente e reconhece o som como a melodia de um violino. As notas são abafadas pelas cortinas, mas eu consigo claramente absorver a música como se ela fizesse parte de mim. 

Fico encantado. Uma brisa suave se choca contra as cortinas, fazendo o tecido flutuar pelo ar, e então a vejo. Está sentada em uma cadeira no centro do quarto, apoiando o violino no ombro enquanto é cercada pelas luzes das estrelas. Seu corpo se move conforme a música, como se cada nota fizesse parte de cada célula dela. Sua expressão está mergulhada em profunda emoção, e seus olhos fechados indicam que Bree está presa em um momento de profundidade que é capaz de afetar tudo ao seu redor, inclusive a mim, que não consigo desviar os olhos dela. 

A melodia é interrompida e suas pálpebras começam a tremer. Saio de vista, temendo que ela me pegue espiando. Ainda não consigo entender ao certo o que estou sentindo, mas a emoção e dedicação dela… isso me tocou de uma forma que eu nem poderia imaginar ser possível. 

É melhor eu ir embora. 

Mas não vou. Ao invés disso, bato suavemente com o punho fechado na porta da varanda. A voz de Bree surge tensa logo depois. 

— Quem está aí? 

Então eu apareço. 

— Sou só eu — eu anuncio.  

Vejo o seu rosto ficar incrivelmente tenso, beirando ao extremamente irritado, talvez até mesmo enfurecido. Mas ela está tão bonita que nada mais importa. Seu cabelo está sempre preso em um coque estiloso, mas essa noite os cachos roxos estão caídos muito além dos ombros, criando uma nova feição para o seu rosto. 

— O que você está fazendo aqui? — ela rosna, ainda segurando o violino. — O quanto você ouviu? 

Enfio as mãos nos bolsos da calça. 

— Tudo. 

Seus olhos se enchem de pânico. 

— Se você contar isso pra alguém, eu juro que… 

— Há quanto tempo você toca? — pergunto, ignorando seu excesso de raiva. Permaneço parado na porta da varanda; não vou entrar até que ela me convide, e tenho a impressão de que vou passar a noite toda aqui fora. 

— Isso não é da sua conta — ela cospe as palavras, e é até adorável como suas bochechas se tingem de um tom profundo de vermelho. 

Abro um sorrisinho. 

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