vinte e oito

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Tudo aconteceu muito rápido

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Tudo aconteceu muito rápido. Em um instante eu estava entrando em campo para substituir o meu irmão que saiu lesionado — ganhamos o jogo — e no outro eu já estava de volta à Nova Jersey, esperando notícias de Blade na recepção do hospital. Ele recebeu os primeiros atendimentos em Ohio, mas foi transferido para casa para passar por uma pequena cirurgia. Os médicos estimam uma recuperação de pelo menos seis meses. 

Está todo mundo muito tenso. Meu irmão pode ser um pé no saco, mas ele faz parte do time, então a preocupação é coletiva. O treinador está tão quieto que é assustador, e por mais atrito que eu e Blade tenhamos, eu me encontro aflito. Ele pode ser um babaca a maior parte do tempo, mas eu vi aquele olhar no rosto dele, aquele olhar de medo, e isso partiu meu coração. Blade ama o futebol mais do que tudo, e sei que ficar afastado durante seis meses vai ser o mesmo que matá-lo. 

— A cirurgia foi tranquila — informa o médico na sala de espera algumas horas depois. — Ele vai se recuperar. 

Há uma onda de suspiro coletivo e meu pai abraça Christine. 

— E o que acontece agora? — pergunta o treinador Carl; ele fez questão de vir até o hospital. 

— Bom — a voz do médico é séria —, cinco ou seis meses de recuperação é o estimado. Isso só depende da fisioterapia. 

— Fisioterapia?! — Angelina, nossa irmã mais velha, vocifera. 

— Fisioterapia — o médico confirma. — Isso é normal diante de uma lesão como essa, e como o Blade é atleta, é essencial que ele frequente a fisioterapia regularmente. Isso vai ajudá-lo a recuperar os movimentos do tornozelo mais rápido, além de aliviar a dor que ele deve sentir no primeiro mês. 

— Vamos cuidar disso — garante o treinador, mas é nítido a sua preocupação. 

— Vocês podem ver o Blade agora — informa o médico. — Se tiverem qualquer dúvida, por favor, me procurem. Ele deve receber alta ainda essa semana. 

O médico vai embora, deixando uma enorme aflição na sala de espera. O treinador Carl diz algumas palavras de conforto para meu pai e Christine, e se despede de mim em seguida, avisando que teremos uma conversa na segunda-feira. Sei que ele vai me colocar no lugar de Blade, e sei que o meu irmão vai me odiar ainda mais por isso. 

— Está tudo bem? — Bree se aproxima com uma expressão apreensiva. Ela esteve todo esse tempo aqui comigo, e eu agradeço muito por isso. 

— Vai ficar — digo, puxando-a para um abraço. 

— Ele vai ficar bem — diz ela contra o meu peito. 

— Eu sei — suspiro. — O corpo dele vai se curar; é com a cabeça dele que estou preocupado. 

Ela se afasta o suficiente para olhar pra mim, mas continua me abraçando. 

— Como assim? — indaga. 

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