dois

7.3K 837 318
                                    

Sinto uma pontada nas costas a cada movimento brusco

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sinto uma pontada nas costas a cada movimento brusco. Ai. Tento fazer alguns alongamentos, mas a dor só piora, então acho melhor pegar um saquinho de gelo na geladeira e correr para o quarto. 

Garota maluca! 

Quem ela pensa que é para praticamente me atropelar e ainda ter a cara de pau de colocar a culpa em mim? Eu poderia ter me machucado feio, batido a cabeça ou algo assim. Sorte a minha que só se trata de uma pancada nas costas. Talvez eu só esteja fazendo cena, mas isso não tira a minha razão. 

— Tudo bem aí? 

Levanto a cabeça e vejo a Sra. Riddle parada na porta com uma expressão hesitante, mas apreensiva. Droga. Sinto os meus músculos ficarem tensos na mesma hora, mas forço um sorriso. 

— Tudo, eu só… — jogo o saquinho de gelo em cima da mesa de cabeceira. — Fui atropelado por uma garota de skate.

Isso lhe dá brecha para entrar no quarto, franzindo a testa. 

— A Bree? 

Gravo o nome na memória. Bree. Então esse é o nome da garota raivosa. 

— Não sei bem. Ela tinha um cabelo preto com as pontas roxas — cito enquanto tento lembrar de alguns relances físicos da minha agressora. 

Isso faz um leve sorriso surgir no rosto de Christine. 

— Bree — afirma. — Suponho que foi um acidente. 

— É — resmungo. 

— Você está machucado? 

Fico intrigado com a preocupação em sua voz. 

— Não — respondo. — Nada demais. 

Ela balança a cabeça. Fica um silêncio estranho no quarto de repente. Essa situação toda é desconfortável. 

— Podemos conversar? — pergunta ela. 

Ai, droga. 

— Claro. — Que escolha eu tenho? 

Ela se aproxima e se senta ao meu lado na cama, em uma distância segura. Não tenho ideia do que ela tem para me dizer, mas com certeza não é boa coisa. Eu sou um intruso em sua casa, na sua vida, então é normal que ela não me queira aqui. 

Mas, para minha surpresa, ela diz:

— Sinto muito pela sua mãe. 

É como uma porrada no estômago. A dor surge em ondas; elas se recolhem, e quando voltam a se chocar contra a margem, é ainda mais forte que a vez anterior. Uma bola fica presa bem no meio da minha garganta, e temo que, se eu falar, vou começar a chorar compulsivamente, então apenas balanço a cabeça em um sutil sinal de agradecimento. 

— Sei que essa mudança drástica de cenário pode parecer muito assustadora para você — continua ela com a voz baixa. — Mas quero que saiba que você é muito bem-vindo aqui. E seu pai te ama muito — acrescenta com cuidado. 

Se você fosse minha • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora