treze

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— Qual foi, cara? Tá pegando a Larson agora? 

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— Qual foi, cara? Tá pegando a Larson agora? 

Sou puxado dos meus pensamentos imediatamente quando escuto o nome de Bree ser citado em uma conversa paralela pelo vestiário. Não viro minha cabeça; permaneço sentado no banco, enrolando uma fita ao redor da mão, mas meus ouvidos se ajustam ainda mais diante do meu interesse. 

— Por que acha que eu tô pegando a Larson? —  a voz do meu irmão corta o ambiente. 

— Você a trouxe hoje pra escola na sua moto — Mike pontua. — Tá todo mundo comentando. 

Espera… Blade trouxe Bree para a escola?! Em sua moto?! Sinto os pelos da minha nuca ficarem em pé ao pensar na possibilidade. Eu sabia que ele iria tentar algo contra mim, mas não podia imaginar que o meu irmão seria tão baixo a ponto de brincar com o sentimento de uma garota. 

Permaneço quieto, ainda trabalhando na mão, mesmo que o meu maxilar esteja rígido de tanta raiva. 

— Deixe que falem — é a resposta dele. — Mas quem sabe? A Larson até que é gostosinha. 

Eu não preciso olhar para ele nem ele para mim para que eu saiba que o meu irmão está tentando me provocar, e funciona perfeitamente. Paro por um momento, os ombros rígidos como uma tábua, e fecho os punhos com tanta força que meus dedos estalam. Preciso de muito autocontrole para não levantar daqui agora e encher o meu irmão de porrada. 

Mas me obrigo a relaxar. Não posso comprar briga por causa de um comentário idiota, ainda mais pôr em jogo a minha vaga no time. Isso é muito importante para mim por ora, e não vou deixar o meu irmão estragar a única coisa boa que ainda tenho na vida. Bree não é responsabilidade minha, e não temos absolutamente nada, nem mesmo uma amizade — ela já deixou isso bem claro —, para eu me preocupar com quem ela vem ou deixa de vir pra escola. 

— Riddle — viro a cabeça na direção do treinador que acabou de entrar no vestiário com uma cara nada boa, mas percebo que ele está olhando diretamente para Blade. O treinador está sempre bravo, mas agora parece prestes a explodir de raiva, e não vejo motivo para isso, já que vencemos o jogo no Alabama. — Quero você no meu vestiário… já! E você — volta-se para mim, fazendo um calafrio me atingir. — Espere aqui. Quero falar com você depois. 

Com um movimento de cabeça nada sutil, o treinador chama o meu irmão para a sua sala, e fica um clima completamente tenso depois que eles se vão. 

— O que vocês fizeram? — John pergunta a mim. 

Dou de ombros.

— Eu só respondo por mim, e eu não fiz nada — digo, muito convicto. 

O vestiário vai ficando vazio à medida que os atletas saem para a primeira aula, que pelo visto eu vou perder. Sou obrigado a ficar para trás, completamente aflito com o que o treinador possa ter para falar comigo. 

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