trinta e três

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Existe alguém que gosta de hospitais? Porque se essa pessoa existir, ela é completamente louca

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Existe alguém que gosta de hospitais? Porque se essa pessoa existir, ela é completamente louca. Estou há menos de quatro dias acordado e já estou desesperado para ir embora. Odeio essa agulha presa no meu braço, esses fios conectados ao meu peito e essa sensação de vazio no fundo do estômago. Os medicamentos também incomodam; são fortes e amargos. Eu só quero a minha cama e comer comida de verdade. 

Meus dias têm sido agitados desde que acordei. Além da rotina de remédios e exames, recebi muitas visitas dos meus amigos, familiares e até mesmo dei o meu depoimento para a polícia. Saber que Ryder está preso faz tudo isso valer a pena. Não que eu esteja feliz por ter levado uma facada, mas isso facilitou muito a captura daquele desgraçado, então eu gosto de pensar que o que aconteceu foi em prol de algo maior. 

Bree está segura, é isso que importa. 

— Trago boas notícias, campeão — Patrick, o médico responsável pelo meu caso, anuncia com um sorriso. — Você vai poder se livrar de mim amanhã. 

Bufo. 

— Amanhã? Não pode ser hoje? — reclamo. 

Patrick ri. 

— Um passo de cada vez, Thomas. Você levou uma facada, e devemos tomar todas as precauções para que você saia daqui em segurança. 

É sempre o mesmo discurso. 

Suspiro. 

— Você acha que eu vou estar curado até o início das aulas? — pergunto, aflito. — O meu time precisa de mim. 

— Se você se cuidar e tomar os remédios no horário certo pelo tempo determinado, não fizer muito esforço até a ferida cicatrizar completamente, a resposta é sim.

O suspiro de alívio é inevitável. 

— Vou seguir todas as ordens, doutor. 

— Sei que vai — diz ele, anotando alguma coisa na sua prancheta. — Bom, está tudo certo por aqui. Descanse. 

— Como se eu tivesse mais opções — murmuro. 

Patrick sorri. 

— Um dia de cada vez, campeão. Um dia de cada vez…

Ele vai embora e meu pai entra no quarto alguns poucos minutos depois. O meu velho está com uma aparência melhor. Desde que acordei eu o vejo perambulando por aí, como um zumbi, com olheiras enormes e um semblante cansado. Ele está preocupado e eu entendo, pois foi exatamente assim que eu fiquei quando a minha mãe ficou doente. Sei que essa sensação de impotência suga a pessoa. 

— Acabei de falar com o doutor — diz ele. — Fico feliz que você vai poder ir pra casa amanhã. 

— Pensei que esse dia nunca chegaria — reclamo. 

— O importante é que você já está bem e vai poder se recuperar completamente em casa. 

Observo enquanto ele se aproxima da cama. 

Se você fosse minha • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora