dezesseis

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Eu joguei muito

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Eu joguei muito. Arrasei. Tanto que estou me sentindo um máximo. Um pouco de ego é bom às vezes, e nesse momento estou me sentindo indestrutível, ainda mais por tê-la visto na arquibancada… torcendo por mim. Eu tô me sentindo bem pra caralho. 

Eu achei que isso, que jogar bem, que vencer o adversário sendo titular do time seria como uma espécie de vingança contra o meu irmão, mas agora percebo que não é sobre ele, e sim sobre mim. Eu amo jogar futebol, e mesmo que seja um hobby, não deixa de ser uma paixão avassaladora. Ganhar este jogo, dar o meu sangue em campo, beneficiar os meus colegas de time é uma sensação vitoriosa, como se eu estivesse segurando, neste exato momento, a taça do Campeonato Estadual. 

Até mesmo o meu pai veio assistir ao jogo. Eu não achei que ele se importava o suficiente, mas aqui está ele, me parabenizando de forma tímida. Sei que ele está bem no meio do fogo cruzado entre seus próprios filhos, mas ainda assim, significa muito para mim que ele tenha vindo. Não somos o exemplo de relação perfeita entre pai e filho, mas esse cara ainda é o meu pai, o único laço sanguíneo que me restou. Acho que está mais do que na hora de começarmos a nos entender. 

— Estou muito orgulhoso de você, filho. 

— Obrigado, pai — nossa relação ainda é meio estranha, mas estou tentando melhorar isso. — Obrigado por ter vindo. Significa muito pra mim. 

Vejo um brilho de emoção cruzar os seus olhos. 

— Eu não perderia isso por nada. Você está destinado a fazer grandes coisas, Thomas, ainda mais se seguir carreira no futebol. 

— Eu não quero seguir carreira no futebol — confesso. 

Meu pai franze o cenho. 

— Não? Por que não? Você é ótimo. 

— Porque… — paro de repente, e minha cabeça parece ser atraída por uma forma magnética, virando lentamente, involuntariamente. — Porque… porque… — Mas não consigo formar nenhuma palavra coerente quando a vejo. 

— O quê? — ele insiste, mas sua voz é um grande eco na minha cabeça, sem fazer sentido algum, porque simplesmente não consigo desviar o olhar dela. 

Bree está bem ali, no meio de todos aqueles caras gigantescos e garotas sorridentes, usando seu habitual jeans rasgado, uma blusa cinza e jaqueta. O cabelo está solto sobre os ombros com cachos bem definidos com pontas roxas, os mesmos balançando ritmicamente à medida que ela se aproxima calmamente, como se quisesse dar um pouco de espaço para que eu possa conversar com o meu pai. Mas o que quer que seja que ele esteja falando agora, eu não estou ouvindo. Eu só consigo olhar para ela e nada mais, como se o mundo tivesse desaparecido ao nosso redor e só restasse apenas ela andando na minha direção. 

Então é aí que caio na real… 

Droga, estou me apaixonando pela garota que gosta do meu irmão. Tem como isso ficar pior? 

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