dezenove

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Ai

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Ai. 
Meu. 
Deus! 

Não consigo respirar. Meu corpo está passando por uma espécie de colapso, como se estivesse recebendo choques de eletricidade por todos os lados, e eu simplesmente não consigo parar de tremer. Mas não é medo que eu sinto, longe disso. É mais parecido com… tesão. 

O que acabou de acontecer foi… surreal. Ainda não acredito que Tom esteve tão perto de mim, tão perto de… ai, meu Deus! Os locais em que seus lábios tocaram — canto da boca, queixo, maxilar, pescoço, barriga — estão formigando, queimando, e eu nunca pensei que poderia sentir tanto desejo, que deixaria alguém chegar tão perto de mim desse jeito depois de tudo o que aconteceu. 

Esses sentimentos são bem conflituosos. Preciso de ar, preciso clarear essa névoa que se instalou ao redor da minha mente, não me permitindo enxergar um palmo à minha frente. Então eu saio pra varanda. Está tudo muito quieto e silencioso, e não há nenhum sinal de vida na janela à frente. Espero ver Tom, mas ao mesmo tempo tenho medo do que esperar de agora em diante. Tenho medo de termos bagunçado toda a nossa relação pelo calor do momento. 

Engulo em seco e volto pro quarto, fechando as cortinas. Olho para a cama e sou incapaz de ir lá até imediatamente, pois as lembranças invadem a minha mente sem freio algum. Não tem ninguém me olhando agora, mas sinto minhas bochechas esquentarem. 

Eu nunca pensei que deixaria alguém chegar tão perto, me tocar, me beijar… mas com Tom tudo é tão fácil quanto respirar. Quando estou com ele, eu não penso muito, tudo simplesmente… acontece. Pode parecer apenas um momento típico e desenfreado e hormonal entre dois adolescentes, mas pra mim é muito mais que isso; Tom pode não saber, mas hoje ele me permitiu quebrar uma barreira que eu ergui há muito tempo. 

***

Vejo-o passar pela porta todo descontraído, com a mochila pendurada em um ombro, usando um boné, calça jeans preta e camisa lisa. Trocamos um olhar e desvio o mesmo quando ele abre um sorriso. Mas a minha tentativa de ignorá-lo não dura muito, pois Tom desliza pela cadeira ao meu lado poucos segundos depois. Sou obrigada a olhar pra ele, lutando contra todo o meu constrangimento. 

— O que você tá fazendo? — questiono. 

— Sentando aqui? — pergunta como se fosse óbvio, sempre carregando aquele sorrisinho idiota. 

Reviro os olhos. 

— Mas você sempre senta lá no fundo — lembro-o. 

— Hoje tô com vontade de sentar aqui — argumenta. — Ou esse lugar já está ocupado? 

Claro que não. E ele sabe disso. 

— Não… 

— Ótimo — prendo a respiração quando sinto sua mão descansar no meu joelho por baixo da mesa. Olho para ele e ele olha no fundo dos meus olhos. — Tenho certeza que seremos uma ótima dupla. 

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