vinte

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— Espero que tenha aproveitado seus míseros cinco minutos de fama

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— Espero que tenha aproveitado seus míseros cinco minutos de fama. 

Não me dou ao trabalho de olhar para Blade.

Hoje eu fiz o meu último jogo como titular do time, e finalmente o meu irmão está voltando da sua suspensão de quatro jogos para ocupar o seu lugar de direito como quarterback do time. E claro que ele não iria perder a oportunidade de me infernizar por isso.  

Confesso que ter que voltar pro banco deixa um gosto amargo na minha boca, mas eu sempre fui o tipo de cara que sabe aceitar bem a derrota quando ela é iminente. Eu sabia que ser titular do time era algo temporário, mas eu adoraria ficar um pouco mais só pra esfregar na cara do meu irmão babaca. Sei que ele estava se mordendo por me ver tomar o lugar dele, e sei que ele me odeia ainda mais por saber que os caras do time preferem a mim do que a ele — e não é por uma questão de habilidade em jogo. 

— Ah, eu aproveitei bastante — digo. — Obrigado pela preocupação, maninho — debocho. 

Ele ri de uma forma nasalada. 

— Acho bom que tenha aproveitado, porque isso é tudo o que vai conseguir — seu tom de ameaça me faz olhar pra ele. 

— Dependendo de você, eu não diria isso, já que você tem se mostrado um tanto… instável. 

Blade me olha com sangue nos olhos. 

— Meça suas palavras, bastardo — diz ele entredentes. 

Reviro os olhos. 

— Esse seu discurso de ódio já está ficando manjado, cara — dou alguns tapinhas em seu ombro, e ele se desvia com agressividade. — Sério. Você precisa inventar algo mais elaborado. Sei que não existem muitos neurônios nessa cabecinha, mas tenho certeza que se você se esforçar bastante, vai sair algo de útil. 

Blade estreita os olhos. 

— Você se acha muito engraçado, não é? 

— Não — olho pra ele com seriedade. — Eu só estou cansado dessas brigas ridículas e sem fins lucrativos. Não podemos deixar nossas diferenças de lado e tentar nos darmos bem? 

Ele ri como se eu tivesse contado a piada mais engraçada do mundo. Então sua expressão volta a ficar sombria novamente. 

— O que está sugerindo? Que sejamos amigos? 

Dou de ombros. 

— Por que não? 

— Prefiro morrer — ele me encara de uma forma que seria capaz de congelar o deserto do Saara por completo. — Tá me ouvindo? Pre. Firo. Morrer. 

Ele me lança um último olhar antes de agarrar sua mala de mão e sair do vestiário sem olhar para trás, com passos que impõem autoridade e respeito. 

Se você fosse minha • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora