O impacto de nossas escolhas gera sequelas

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Senti sutis caricias nos meus cabelos, lábios descendo pelo meu pescoço. Vonü já tinha voltado? Era difícil enxergar no escuro, sem a luz da lua entrando pela janela, mas defini a silhueta de asas acima de mim saindo de suas costas, então defini que fosse ela. Envolvi seu pescoço, trazendo-a para perto, seus lábios encontrando os meus com fome, suas mãos percorrendo meu corpo apressadamente.

—Vonü... É lua nova... — Alerto, tentando contê-la, mas ela não parou ainda assim. — Vonü?

—Não é o que você queria?

Não era Vonü, para o meu espanto, era a voz de Alinü. Eu tentei afastá-la, mas ela foi mais rápida, e de repente tinha cravado duas adagas nas palmas de minhas mãos, prendendo na cama, eu gritei com a dor, sentindo o sangue escorrer. Tentei chutá-la, mas ela riu, ainda pressionada entre minhas pernas, segurando meus ombros para me manter parada. Maldita. Eu devia ter previsto que ela teria a ousadia de dar as caras aqui.

—Não adianta resistir. Eu já tinha feito os selos no quarto. Você não vai a lugar algum. — Ela falou com calma, eu estreito os olhos, mas somente tinha vislumbres de sua expressão enquanto seus olhos vermelhos brilhavam no escuro. — Andei estudando esses meses, ao menos magos servem para fazer bom selos, não acha? O suficiente para te manter aqui.

—Nenhum selo dura muito tempo, e Vonü acabará com sua amante em breve. — Sorrio, porque ela tinha paralisado. Então ela não tinha previsto isso.

—Vonü não teria coragem de matá-la. — Ela tentou acreditar na própria crença.

—Você acha? — Rio, achando graça. — Ela vai destruí-la.

—Então ela não me deixa escolha a não ser acabar com você lentamente. — Seu tom se tornou frio de repente.

—Vonü te impedirá.

—Você acha? Ela não teria tempo suficiente. Você será amaldiçoada da pior forma.

—O que vai fazer? — Eu tinha que mantê-la falando, talvez Vonü chegasse logo.

—Lembra da maldição que Vonü lançou em você? — Havia um sorriso frio nos seus lábios. — Você vai enfraquecer com o ar que respira. Sua força será sua fraqueza. Quanto mais resistir, mais lenta será sua morte.

—Por que? — Ela não respondeu, pegando outra adaga nas costas, usando para cortar o tecido de minha camisa, pressionando a ponta da lâmina e rasgando superficialmente minha pele, desenhando uma cruz. Somente um filete de sangue escorreu. — Por que fazer isso vai te tornar mais forte?

—Você não entenderia.

—Tente, eu posso surpreender.

Ela suspirou, eu somente aguardei, porque não havia mais nada que pudesse fazer. Não conseguia usar nenhum feitiço, então ela não estava blefando sobre o selo. Eu só podia contar com a minha sorte.

—Vonü se importa com você. — Disse lentamente. — E demonstra isso abertamente. Ela nunca fez metade por mim.

—Ela se importa com você mais do que você imagina.

—Eu sempre serei a bastarda. — Sua voz se ergueu momentaneamente, então retornou ao tom habitual. — Você não sabe o que é isso. Ela nunca sequer me deu o próprio sobrenome. Nunca me ensinou as tradições dos graahkinianos, até me deserdar finalmente. E pelo que? Eu nunca fiz nada contra ela. Eu fiz tudo para deixá-la orgulhosa.

—E Hiver?

—Hiver foi uma exceção. Eu a amava antes mesmo de Vonü colocar os olhos sobre ela. — Havia raiva no seu tom. — Mas Hiver queria poder, como você.

O Destino de VönuOnde histórias criam vida. Descubra agora