A família é unida pelos seus atos

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Seul não interferiu quando comecei a ensinar seus futuros irmãos a história dos Vondelür. Eu só sabia da história e dos costumes porque comecei a pesquisar desde que comecei a morar em sua casa, pensei que deveria honrar os graahkinianos que moraram aqui antigamente, e agora estava sendo bastante útil.

O primeiro e o segundo filho eram ensinados iguais, eram tratados iguais, e mesmo que gerasse rivalidade no momento de assumir a liderança, havia relatos de lideranças que foram divididas. Ao contrário dos Trhonttier, os filhos seguiam os pais e eram ensinados por eles, todos eles, independentemente se seriam líderes. A família principal tinha obrigações, então era sensato que alguns dos filhos ficassem encarregados de explorar outros territórios ou cuidar de problemas dentro de Tieres. Era costume o segundo filho assumir o exército enquanto o primeiro liderava o povo e trabalhava com os graahkinianos de modo geral.

Nos dias que se seguiram foi ficando mais fácil aceitar minha verdadeira origem. Agora eu entendia porque não conseguia lidar com Veegan e seu autoritarismo em relação a família. Os Vondelür eram mais unidos na divisão de tarefas.

Alinü fazia sua própria pesquisa sobre os Vondelür, eu podia entender, devia sentir a pressão que a liderança exigia, e devia se sentir na obrigação de solucionar essas questões sozinha. Eu tinha dado Sopro da Morte para ela, e comecei a trabalhar em fazer uma espada para mim. No último ano tinha começado a aprender a arte de produzir uma espada elemental, um requisito fundamental de um graahkiniano.

—Você deveria perguntar de uma vez o que Volinüs quer com tudo isso. — Alinü falou de maneira objetiva, mas sorria, porque fazia gracejos com meu filho em seu colo, e ele ria. — Ela não te diria algo crucial sem querer algo em troca.

—Veegan ficará revoltada quando souber o que ela fez. Se já não sabe. — Seul já deveria tê-la confrontado sobre essa história. — Mas você tem razão. Ela deve querer algo.

—O que ela ganha em nós sermos a família principal e ela retornar ao posto de família secundária?

—Talvez ela queira um cargo, alguma posição de poder. Ser a última filha não a deu muitos privilégios. — Penso por um momento, tentando imaginar motivos para ela ter me dito tudo aquilo e ido contra as ordens da irmã mais velha. Alinü poderia vencer Veegan num duelo limpo, ganharia honra entre os graahkinianos e mereceria o cargo de líder. Ganharia prestigio e fama. — Ou uma união.

—União? — Ela me olhou agora, surpresa. — Com você? Até ontem vocês eram irmãs.

—Por isso que ela se uniria com você, depois da batalha. Seria mais vantajoso.

—A mim? E quem disse que eu me uniria a ela? Que vantagem eu teria?

—Volinüs é uma excelente guerreira. Lutou bem durante a guerra. — Ergo a sobrancelha na sua direção. — E seria bom para você ter uma companhia.

—Companhia? E quem disse que eu preciso disso?

—Eu. Você está solitária demais desde Hiver. Não é bom ficar sozinha.

—Não é tão ruim quando eu me mantenho ocupada. — Ela se voltou a criança.

—As crianças crescem. E Volinüs não me parece ser uma candidata ruim a você. Ela é esperta, tem astúcia, um temperamento forte. É decidida. E mais velha, é algo que pode te ajudar a ter estabilidade.

—Ótimos requisitos para a sua próxima esposa. — Ela sorriu para mim, provocando-me.

—Ela não ganharia nada se unindo a mim se você assumir a liderança.

O Destino de VönuOnde histórias criam vida. Descubra agora