—Estou orgulhosa de você. — Digo com sinceridade, erguendo a taça em sua direção. — Você controlou seus impulsos mesmo quando tinha ganhado. Você fez paz com Veegan.
—Isso quase custou minha perna e minha credibilidade como líder. — Disse com pesar, pressionando os dedos com o gelo na parte inferior da perna. — Não foi fácil. Mas estou contente que tenha conseguido.
—E você a está parabenizando há uma semana, ki aterkinë. — Volinüs riu, sentando no meu colo e pegando a taça da minha mão para aspirar o cheiro que tinha dentro. — Chá?
—Você quer que nossos filhos fiquem bêbados dentro da minha barriga?
—Oh, que visão adorável. — Ela riu mais, talvez tivesse bebido uma caneca a mais de cerveja, eu não a culpava, tinham sido meses estressantes, e agora nos permitíamos relaxar e comemorar os resultados. — Que bom que está se comportando agora.
—Quando foi que não me comportei?
—Quando decidiu tropeçar na escada com a ira de Graah.
—Não faço ideia do que está falando.
—Você não lembra nada daquele dia até hoje, mãe? — Alinü me perguntou, olhos estreitos com a dor que devia continuar sentido na perna, mesmo que tivesse ajeitado a perna no lugar, ossos sempre demoravam mais para voltarem ao funcionamento normal.
—O que há para lembrar daquele dia se nem mesmo vocês querem me dizer?
—Sinal que Graah não quer que você lembre. — Volinüs falou com humor, eu somente suspirei em desagrado.
—Foi um dia muito conturbado. — Alinü falou, hesitante, trocando um olhar afiado com minha mulher. — Talvez seja melhor esperar que você lembre sozinha, se falarmos não teria o mesmo significado.
—O que Seanë estava fazendo aqui, afinal?
—Veio ver seu filho, é claro.
—Vocês combinaram de me esconder os fatos. — Digo, conformada, e ambas desviam o olhar, confirmando minhas suspeitas. — Minha própria família. Eu não teria caído nas escadas simplesmente, e vocês sabem disso.
—Sim, sabemos. E sinto muito pelo que tenha acontecido. — Volinüs falou, de repente parecia triste, tocando minha testa, onde havia uma cicatriz. — Foi meu erro e não o seu. Eu devia ter estado aqui para impedir.
—Seu? Você não estava em casa?
—Vê? Houve muita dor naquele dia. Eu aprendi com meu erro. Mas se fizer questão que a história seja contada, eu te direi.
Olhei em seus olhos, havia culpa e havia mágoa, o que tinha acontecido naquele dia deveria ter mudado algo nela, porque desde então ela hesitava em sair do meu lado.
—Eu confio em você. — Digo de forma calculada. — Você acha necessário que eu saiba?
Houve uma pausa, sua indecisão era palpável. Eu suspirei, encerrando o assunto ao beijar seus lábios e beber meu chá, inclinando a cabeça em direção a minha filha. Estávamos no meu salão de festas, que tinha as portas abertas, uma vez que minha casa estava cheia de graahkinianos, comemorando a liderança de minha filha. Havia música e havia um banquete, com mesas espalhadas pelas laterais para deixar o espaço no centro na liberdade daqueles que queriam dançar. A nossa mesa ficava em frente aos vidros da janela, com uma bela paisagem do mar e do sol batendo no jardim e na areia.
—Como está sua perna?
—Incomoda para ficar muito tempo em pé, mas está melhor que há uma semana.
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O Destino de Vönu
RomanceVonü é uma guerreira acostumada a lutar para sobreviver, habituou-se ao medo dos inimigos e a sua ganância. Mas não estava preparada para a persistência de Seul Wittebi em obter seus poderes. Com o passar dos anos e a ânsia de fugir do destino que e...