O Começo

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Poseidon

Estava sentado em meu trono em Atlantis paralisado com a cena que acabei de presenciar, meu filho de apenas sete anos havia matado a sangue frio o seu padastro para proteger sua mãe. Eu senti uma culpa incontrolável me abater, Sally havia suportado Gabe para mascarar o cheiro de Percy.

Eu poderia tê-los protegidos como Hades fez com Maria Di Ângelo, mas eu fui covarde e obriguei a mortal mais incrível que já conheci e meu amado filho a sofrem nas mãos de um monstro. Que tipo de homem eu sou? Um que deixa a própria familia sofrer por si mesmo.

- Irmão. - Ouvi uma voz infantil, porém poderosa me chamar. Levantei os olhos para uma criança de aparentemente oito anos, com cabelos castanhos e olhos vermelhos amáveis.

- O que faz aqui Héstia? - Não quis ser rude, apenas estava curioso com a visita de minha irmã, já que era algo muito raro de acontecer.

- Eu vi o que aconteceu e sei como você está se sentindo. - Ela me olhou com pesar. Abaxei a cabeça com vergonha. - Mas isso pode ser a chance de você mudar as coisas, Sally está com problemas assim como o seu filho. Vá até lá e os ajude, fique ao lado deles e quem sabe um dia você poderá remendar o que aconteceu.

- Você tem razão, irmã. - Falei me levantando e me aproximando dela, eu sempre gostei de Héstia pela paz que ela transmitia. - Eu vou cuidar deles e prometo tentar fazer o meu melhor.

- Eu sei que você vai conseguir. - Ela tocou em meu braço e sorriu reconfortante, depois se afastou e sumiu em um flash vermelho.

Sem perder mais tempo me teletransportei para Nova York, fiz com que minhas roupas usuais sumissem dando lugar a um terno azul marinho. Fui em direção ao melhor escritório de advogacia e sai de lá com a melhor advogada do estado. Levei-a para o hospital aonde Sally tinha sido levada, não foi dificil encontrar seu leito e me deixaram passar sem nenhum encomodo.

Quando cheguei a porta do quarto, a encontrei sentada conversando com um policial vestido com terno, provavelmente um detetive, ela parecia estar lhe contando alguma coisa quando me viu. Eu achei que ela estaria com raiva, mas fui recebido com seu sorriso acolhedor.

- Quem são vocês? - Perguntou o policial que a estava interrogando, ele tinha um olhar sério e duro. Seu distintivo estava bem a mostra no seu sinto de couro.

- Katy Besson, advogada da familia. - A advogada se pronunciou tomando a frente. - Será que podemos conversar lá fora? - O policial acentiu com um aceno de cabeça, agradeceu a Sally e se retirou sendo acompanhado pela advogada.

- Você não mudou nada. - Comentou Sally fazendo um gesto para eu me aproximar.

- E você continua linda. - Sorri envergonhado, depois de todos esses anos ela continuava a mesma. Seu rosto estava um pouco machucado e tinha um pequeno corte em sua boca, além de estar um pouco magra, mas mesmo com apenas a roupa branca do hospital ela continuava parecendo uma rainha.

- Não precisa mentir para mim. Eu sei que estou horrível. - Ela deu uma leve risada, mas eu a olhei sério e culpado.

- Por culpa minha.

- Não se culpe, Poseidon. - Ela segurou minha mão, a mão dela era macia e quente como a de Héstia. - Nós dois sabemos que Zeus não permitiria sua interferência, eu que não tive coragem de me separar de Gabe.

- Se eu não sou culpado, você também não é. - A repreendi sério. - O único que merece esse peso é aquele crápula, garantirei sua passagem para os campos da punição. - A morena apenas acentiu, voltando a deitar na cama. Ela parecia estar muito cansada.

- Você já viu o Percy? - Seus olhos ficaram triste a tocar no nome do nosso menino, mas antes que eu pudesse responder a porta se abriu e um garoto moreno passou por ela. Ele tinha cabelos negros bem curtos, olhos verdes mar, usava um conjunto simples de bermada jens e camisa do bob esponja.

Entre Luz E TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora