Chapter 6✨

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Julie Molina

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Julie Molina

-Posso saber porque tem 30 chamadas perdidas no meu celular vindo do seu número? Quem morreu? – Willie pergunta assim que atende a ligação.

- Willie, meu caderno ficou por aí? – Eu pergunto aflita com o celular colado na orelha enquanto reviro a casa atrás do meu caderno.

- Qual caderno? O dos pensamentos?

- Esse mesmo, eu já revirei a casa toda e não achei ele. – Suspiro e paro no meio do quarto tentando me lembrar da onde posso tê-lo deixado. – Tem certeza de que não ficou aí na “The Beat”? – Pergunto e rezo internamente pra que ele me responda que sim.

- Vou checar aqui mais uma vez e já te retorno pode ser? – Willie nem me espera responder e encerra a chamada.

Me sento na cama e me sinto frustrada, e muito mas muito chateada comigo mesma. O “caderno dos pensamentos”, é nada mais nada menos, do que um caderno de anotações simples, que eu ganhei do meu avô no meu aniversário de 18 anos. Nele tem todos os meus pensamentos. Desde os mais aleatórios aos mais complexos. Nele eu deposito toda a minha insegurança em forma de textos. E lá também é o lugar onde estão algumas das minhas melhores composições.

E se algum estranho estiver lendo todos os meus segredos? E se alguém roubasse as minhas músicas?

Enquanto willie não me retorna, desço até o  estacionamento do prédio e vou até meu carro. Reviro tudo e nenhum sinal do caderno.

Puta que pariu.

Subo de volta pro apartamento e assim que entro em casa meu telefone toca e vejo que é Willie que está ligando. Uma pontinha de esperança surge em mim, antes de deslizar o dedo sobre a tela e atender a chamada,rezo intername pra que ele diga que meu caderno ficou lá.

- Achou? – Pergunto.

- Juls...não está aqui amiga. Já revirei tudo e até perguntei pro Caleb e ele disse que não viu seu caderno. – Ele suspira.- Sinto muito amiga. Sinto muito mesmo Juls. Sei que esse caderno é importante pra você.

- Tudo bem Willie. Nos falamos depois poder ser? – Antes que ele possa responder,encerro a chamada e jogo meu telefone sobre o sofá.

Me lembro como se fosse ontem,o dia em que ganhei esse caderno. Assim que completei 18 anos,meu pai fez questão de fazer o maior festão pra mim. Até a minha família por parte de mãe estava presente. De todos da  família, o único que me importava ali naquela festa era o meu avô Paulo. Desde que minha mãe nos abandonou, quando eu tinha apenas 3 anos, meu avô largou tudo no Brasil pra vir ajudar meu pai a cuidar de mim e dos meus irmãos. Como meu pai vivia viajando a trabalho,eu acabei me apegando muito ao meu avô. Foi com ele que aprendi a tocar piano,e descobri meu amor pela música. E desde os meus 7 anos de idade, em todos os meus aniversários, ele me presenteava com um caderno de anotações. Todos eles tinham capas diferentes,era como se fosse uma coleção. E eu amava passar horas escrevendo neles. Aquele caderno era o meu refúgio pra todas as horas. E eu o perdi.

𝐴𝑏𝑜𝑢𝑡 𝐿𝑜𝑣𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora