Em choque.
É assim que me senti desde que recebi a ligação de Caleb.
Tudo depois disso é como se fosse um borrão em minha mente. Após passar um pouco o choque inicial, Luke me ajudou a pegar minhas coisas no vestiário e após me colocar no banco do passageiro do seu carro, voltou para resolver algumas coisas, eu acho. Encolhi meu corpo no banco do carro feito uma criança indefesa e as lágrimas voltaram a banhar meu rosto. Durante o trajeto até meu apartamento, a única coisa que fui capaz de sentir além do medo terrível de perder alguém que eu tanto amo, foi o aperto de Luke em minha mão tentando me passar algum tipo de conforto. Não sei quando e nem como, mas sua mão se entrelaçou a minha e ficou assim por um bom tempo. Assim que ele estacionou em frente ao meu prédio, Luke deu a volta no carro e abriu a porta pra mim e assim que pus meus pés para fora, senti seus braços fortes me rodearem, como se ele estivesse com medo de que eu quebrasse diante de seus olhos. Eu estava no modo piloto automático. A muito custo, andei até o elevador e quando entramos, apertei o botão que nos levaria até meu andar. Em nenhum momento parei de chorar nos braços do guitarrista. Não quero perder meu avô. Não posso imaginar uma vida sem ele. Bom, pelo menos não agora. Eu compreendo que uma hora todos que eu conheço vão morrer. Mas isso não significa que estou preparada para perder uma das pessoas mais importantes de toda a minha vida.
Logo após o elevador apitar e abrir suas portas sinalizando que já havíamos chegado no andar desejado, segui até meu apartamento onde Flynn me aguardava preocupada. Entrei no apartamento ainda com os braços de Luke me rodeando, e Flynn falava algo que não fui capaz de absorver.Eu conseguia ver seus lábios se movendo porém não conseguia entender nada do que estava sendo dito. Senti os braços de Luke me apertarem um pouco mais forte e corri meus olhos pela sala, parando na estante em que ficam todos os cadernos que ele me presenteou até hoje. Cada um daqueles cadernos conta uma parte importante da minha vida. E tudo isso graças ao meu avô.
Voltei a olhar pra Flynn que ainda falava algo com Luke e minutos depois, ela me lançou um último olhar preocupado e sumiu em direção a cozinha. Acho que nem Flynn sabe como lidar comigo. Em todos nossos anos de amizade, ela nunca me viu assim. Deve ser no mínimo assustador. Ainda perdida em pensamentos e com o corpo trêmulo, Luke me virou em seus braços, me fazendo ficar de frente pra ele e senti suas duas mãos grandes e quentes segurarem meu rosto coberto de lágrimas. Ele me fitava preocupado enquanto eu chorava silenciosamente; implorando para que Deus tivesse um pouquinho de piedade e até dó de mim e não levasse minha preciosidade embora.
- Eu estou aqui ok? - senti suas mãos se firmarem em meu rosto e me forcei a pelo menos assentir com a cabeça e ficar a atenção nele. - Flynn já arrumou suas malas, e as dela também. Então agora você vai por favor tomar um banho pra gente poder ir para o aeroporto tudo bem? Você consegue fazer isso, pequena? - Luke questionou e novamente eu me forcei a assentir. Senti seus dedos levemente calejados acariciarem minha bochecha gentilmente, como se quisesse me passar algum tipo de conforto. Antes que eu tivesse coragem o suficiente para me mexer e seguir até o banheiro, Flynn apareceu na porta da cozinha segurando um copo d'água e andando em minha direção.
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𝐴𝑏𝑜𝑢𝑡 𝐿𝑜𝑣𝑒
FanfictionNunca achei que fosse capaz de sentir algo tão arrebatador. Algo que tira seus pés do chão,que te faz questionar se está realmente vivendo ou apenas sonhando. Nunca me imaginei encontrando amor, cumplicidade, companheirismo e amizade na mesma pessoa...