𝗕𝗼𝘀𝘁𝗼𝗻, 11:00 – 𝗛𝗼𝗿𝗮́𝗿𝗶𝗼 𝗹𝗼𝗰𝗮𝗹
Puta que pariu.
Foi a primeira coisa que pensei antes de abrir os olhos. Ainda não acredito que meu avô viu a minha mãe depois de todos esses anos. Talvez ele tenha se enganado e...
Merda. Ninguém tem um ataque cardíaco só porque acha que viu sua filha depois de tantos anos.De início, abri os olhos com certa dificuldade devido a claridade que estava vindo da janela que após uma checada rápida, descobri ser a do meu antigo quarto. Não me admira tudo estar do mesmo jeito que eu deixei; já que meu pai tem sérios problemas com mudanças. O quarto pintado de lilás, posters de diferentes artistas espalhados por todo o local, um closet pequeno bem parecido com o do meu apartamento em Los Angeles, uma escrivaninha cheia de itens de papelaria que fica próxima a porta, e de baixo da janela estava o meu teclado que eu havia ganhado de presente do vovô no meu aniversário de 15 anos. Pensar nele faz meu coração apertar de uma forma inexplicável.
Eu preciso ir vê-lo.
Me sentei na cama de uma forma um tanto quanto desajeitada e soltei um gemido de dor quando estiquei o corpo. Não me lembro de nada depois de ter desmaiado; e com certeza dormi de mau jeito.
Droga.
De uma coisa eu tinha certeza: Meu cabelo estava a personificação do caos. Mais do que a metade dele estava solto e a outra parte, estava repleto de nós e uma única mecha “presa” com a xuxinha. Confesso que estou até com medo de ver minha imagem diante do espelho.
Antes que eu pudesse tentar ao menos dar um jeito no meu cabelo, a porta se abriu e sorri ao ver meu pai entrando no quarto tentando equilibrar uma bandeja de café da manhã em suas mãos. Aqui vai um fato irrelevante sobre mim: Eu sou desastrada igual ao meu pai. Talvez até um pouco mais do que ele. Quando chegou mais perto, meu pai deixou a bandeja na ponta da cama bem longe dos meus pés e por uma fração de segundos me permitir esquecer a dor no corpo e rapidamente me levantei da cama e pulei no colo do meu pai. O impacto foi tanto que o coitado do senhor Molina até cambaleou.
— Estava morrendo de saudades de você meu pequeno furacão. - sussurrou ele, com a voz igualmente embargada enquanto uma de suas mãos segurava minhas costas e a outra afagava meu cabelo com carinho e delicadeza.
— Eu estava com tanta saudades do senhor papai. – sussurrei de volta e o apertei com mais força.
Ficamos assim por alguns minutos até que meu pai deu uma risadinha e disse:— Ok querida, imagino que esteja sendo muito bom bancar a preguiça, e você sabe que eu te amo muito mas agora preciso que você desça do meu colo antes que seu papi fique sem coluna. E não, isso não é uma característica de gente velha, antes que você pergunte. Estou completamente em forma só pra sua informação.
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𝐴𝑏𝑜𝑢𝑡 𝐿𝑜𝑣𝑒
FanfictionNunca achei que fosse capaz de sentir algo tão arrebatador. Algo que tira seus pés do chão,que te faz questionar se está realmente vivendo ou apenas sonhando. Nunca me imaginei encontrando amor, cumplicidade, companheirismo e amizade na mesma pessoa...