Nunca achei que fosse capaz de sentir algo tão arrebatador. Algo que tira seus pés do chão,que te faz questionar se está realmente vivendo ou apenas sonhando.
Nunca me imaginei encontrando amor, cumplicidade, companheirismo e amizade na mesma pessoa...
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Não sei como e nem que horas eram quando Molina e eu acabamos pegando no sono em meio a mais um episódio de Glee. Por mais que eu odiasse estar errado, devo admitir que até que a série é boa.( Pelo menos até agora); confesso que estou gostando das músicas, e estou odiando a Rachel. Pelo o que Molina disse, estou seguindo o caminho certo, já que a maioria odeia a Rachel. Ainda de olhos fechados, sorri ao me recordar de tudo o que aconteceu essa noite. Aparecer aqui no apartamento da Julie sem ser convidado foi com certeza um de meus atos mais impensados; mas falei sério quando disse que fiquei extremamente preocupado com o fato dela não atender nenhuma das minhas ligações, e acreditem, não foram poucas.
Quando ela abriu a porta, toda amarrotada, descabelada e com um cara de sono que chegava a ser adorável, senti como se um peso tivesse saído de meus ombros. Só o fato de vê-la ali, em pé e bem, fez com que meu coração ficasse em paz. No caminho até sua casa, minha cabeça projetou milhares de possíveis acontecimentos que fizeram ela não dar um sinal se quer de vida. Em meio ao desespero achei que tivesse acontecido algo grave com ela e com a Flynn; então só por isso infringi algumas leis para poder chegar aqui o mais rápido possível.
Lenta e preguiçosamente; abri os olhos e demorei um pouco para perceber que essa “ coisa” macia e tão confortável que minha cabeça estava apoiada não era uma almofada e sim, as coxas de Molina.
Isso aqui é um trilhão de vezes melhor que o travesseiro da minha casa.
Apesar de estar me sentindo muito sonolento; não pude deixar de sorrir feito um bobo quando olhei para cima e me deparei com a cacheada ressonando baixinho, com os lábios entreabertos e o cenho levemente franzido. Seu cabelo estava espalhado no encosto do sofá e apenas uma mecha estava sob seu rosto.
Apesar da grande vontade de apenas fechar os olhos novamente e dormir mais um pouco, me sentei com cuidado com cuidado para não acordar a cacheada e me espreguicei. Em seguida, peguei meu celular que estava em cima da mesinha de centro e me assustei ao ver que eram 04:00 da madrugada. Tentando fazer o mínimo de barulho possível, me levantei do sofá e sai a procura dos meus sapatos que para a minha surpresa estavam na cozinha. E não, não me lembro o porquê deles estarem lá. Depois de calça-los, peguei a minha chave do carro e coloquei no bolso. Estava procurando um papel e caneta para deixar um bilhete para Julie ler quando acordasse; quando sua voz cortou o silêncio.
— O que você está fazendo? – questionou com a voz rouca de sono.
— Estava procurando um papel e caneta para te deixar um bilhete antes de ir embora.- aproveitei que a cacheada parecia ainda estar meio grogue de sono, e dei de ombros sem medo de levar um soco por isso. — Que horas são?
— Agora são 04:30. – respondi, após olhar o telefone.
Em vez de se levantar, Julie se deitou, dessa vez ocupando o sofá inteiro e disse:
— Você não vai embora. Vai dormir aqui.
Jesus, porque ela é tão mandona?
— Como é que é?- arqueei uma das sobrancelhas, totalmente surpreso.
