A primeira coisa que consegui entender, foram um monte de vozes diferentes. Sentia meus olhos pesados, mas consegui abri-los lentamente. Logo então percebi que estava deitada no chão frio de pedra, com a cabeça repousando em algum tipo de blusa e que todos os outros estavam inclinados sobre mim. Minha cabeça parecia estar cheia de bolinhas.
-Você está bem, Ju? - Gil perguntou, com um semblante preocupado.
-O que aconteceu? - perguntei, ignorando a pergunta dele.
-Considerando sua situação, apostei em desidratação e choque - Sarah comentou, olhando pra ela, reparei que estava sem o blazer do terno - toda essa situação deve ter tido um custo maior pra você do que parecia.
-Sem contar que caminhamos pela selva o dia todo - Camilla lembrou.
-E eu desmaiei - constatei, olhando pra loira que apenas assentiu em resposta.
Tento levantar, desconfortável com tantos olhos sobre mim, mas logo uma tontura me invadiu, me fazendo deitar novamente. Sinto a mão de Sarah dando um aperto em meu ombro bom.
-Fique quieta, não se esforce - ela mandou e minha única opção foi obedecer.
-Melhor ouvir a doutora, Juliette- Arthur começou a falar sério, mas logo abriu um sorriso debochado - você está péssima.
-Obrigada, Arthur- resmunguei em troca, sem muita paciência pra ele agora.
-Eu simplesmente não quero ficar carregando você pra lá e pra cá - ele continuou, me fazendo revirar os olhos.
-Não se preocupe com isso, Arthur - Sarah disse ao meu lado e por um instante eu achei que ela pensava que o homem estava preocupado comigo - se ela precisasse ser carregada, eu chamaria alguém com experiência adequada para fazê-lo.
Não consegui não sorrir com a fala dela.
-Como quem? O Gil? - o deboche era claro em sua voz, o que fez o capitão revirar os olhos.
-Ele estaria no topo da lista - Sarah rebateu e eu não consegui segurar a risada com a cara que Arthur fez - tenho certeza que você sabe quem estaria no fim - ela deu um meio sorriso debochado pra ele.
Arthur cruzou os braço e bufou, enquanto eu, Camilla e Gil riamos dele. Já Carla parecia pensativa, alheia a toda discussão.
-Então, o que faremos agora? Precisamos de um plano - Camilla perguntou depois que paramos de rir.
-Pelo menos não está mais chovendo, mas ainda estamos sem água, comida e abrigo - Gil comentou.
-O templo está fora de cogitação - Arthur falou rapidamente, ainda com a expressão fechada - eu não vou dormir em um chão que pode desmoronar a qualquer momento.
-Sua estabilidade certamente está em questão - Carla entrou na conversa - fascinante que haviam pessoas aqui uma vez, no entanto.
Franzi a testa pela aleatoriedade da fala, mas ela tinha razão, alguém tinha que ter construido tudo isso, mas ninguém esteve aqui em muito tempo para reparos.
-Eu adoraria um lugar confortável para dormir, mas acho arriscado sairmos pra explorar agora -Sarah comentou - e ficar três dias sem beber água não vai matar ninguém.
-Sério? - questionei, franzindo a testa
-Tecnicamente, você poderia durar uma semana, mas nesse ponto, ninguém gostaria - ela explicou e deu de ombros.
-Eu não tenho o que precisaria aqui para tirar o sal da água do mar - Camilla falou, apoiando a cabeça na mão - então precisamos de algum tipo de fonte fresca.
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Castaway - A Aventura do Amor
RomanceJuliette é uma jornalista que estava escrevendo uma matéria sobre o novo navio de cruzeiro Diaz, quando uma tempestade atinge a tripulação. A mulher naufraga em uma ilha mágica junto a outras cinco pessoas. Sarah é uma médica fria e direta por fora...