Capitulo 1 - Longo e claro dia

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LÚCIA
         
          — Eu sabia que estava ferrada desde que descobri sobre a minha gravidez parecia que o mundo ao redor tinha ruído como uma bomba caindo sobre meu colo,agora que voltava para casa à noite mesmo acreditando que fiz o certo me sentia uma doida por ter achado que conseguiria seguir com aquele plano maluco,mesmo assim não pude fazer.
           — Era uma vida que estava dentro de mim e me senti péssima por estar naquele lugar que fazia abortos porque eu não tinha esse direito e ao olhar para todos os lados e não ver qualquer tipo de ajuda foi ai que a ficha caiu e talvez aquilo fosse o tipo de mão para me guiar à sair daquilo tudo,não poderia fazer esse tipo de loucura porque iria cometer um assassinato de qualquer maneira então estou me sentindo leve porém ciente que acabei assinando a sentença de morte.
Lúcia:– Que ótimo era só o que faltava mesmo.
           — O motivo da minha desgraça estava sentado nos degraus do meu prédio e caramba!Estava uma delícia vestido todo de paletó negro parecia até o próprio batman e até aquele seu cabelo longo e preto estava preso em um coque firme com o cavanhaque bem aparado e sério,provavelmente estava indo fazer algum tipo de programa!Argh!Odiava esse fato na vida dele!
           — Pra não ter mais começos de brigas desnecessárias entre nós acabo subindo sem falar nada até que escuto sua voz.
Antônio:– Então vai me ignorar mesmo né?
          — Tinha resolvido muito bem meus problemas desde que minha irmã foi embora para morar com o namorado e meu outro irmão cabeça oca está tentando se encontrar no mundo com uma mulher como a Ruth e devo dar os créditos porque está fazendo isso na base da porrada!E agora faria isso com ele porque meus problemas pareciam ficar leves toda vez que apenas dava as costas e ia embora e faria isso com esse idiota!Por que!?Bom para começo de conversa Antônio me deixa louca e não falo isso de uma maneira totalmente boa mas maluca mesmo,sem falar que tinha me engravidado!Sério eu sei que deveria ter me cuidado sou uma enfermeira que deveria dar o bom exemplo só que a vontade de ser consolada falou mais alto e acabei indo para a cama com ele e mais de uma vez por isso estou com vontade de me bater muito.
Lúcia:– Já te falei antes que não quero conversar com você ok!?
Antônio:– Certo.
           — Não achei que fosse tão fácil assim convencer o cara porém tinha conseguido o que era até um certo ponto bom para mim.
Lúcia:– Ah então você está realmente assumindo que desistiu?E que não importa mais certo?
          — Ele me dá um meio sorriso que me fazia querer dar em sua cara só por essa ousadia só que fica de braços cruzados.
Antônio:– Não estou desistindo fácil de nada bebê.
Lúcia:– Para de me chamar assim!Sabe que odeio quando fala desse jeito!
           — Antônio podia até respeitar bem minhas decisões,quando lhe falei que queria apenas me afastar de tudo e especialmente dele surpreendentemente apenas me deixou em paz,que evolução.
Antônio:– Deve ser por isso que continuo te chamando assim bebê.
Lúcia:– Idiota!
           — Quando volto à subir pelas escadas escuto novamente sua voz atrás de mim.
Antônio:– Como está nosso filho?
           — Algumas coisas que falava me despertava certos gatilhos e falar desse jeito era uma delas e como detestava ouvi-lo fazer perguntas dessa maneira.
Lúcia:– Eu sabe...Quero dizer precisa me entender primeiro.
Antônio:– Eita!Quando começa assim é porque vem chumbo grosso e aí?O que me conta dessa vez?
Lucia:– Fui à uma clínica de aborto.
            — Antônio sempre foi conhecido pelos sorrisos fáceis e piadas nas piores horas que faziam qualquer pessoa rir da sua falta de noção aparente só que nesse segundo noto ele não expressar nada além de um olhar frio e sério e uma boca sem qualquer sinal de sorriso apenas me observando,agora devo ter mexido com a onça porque o sinto me puxar para dentro do prédio,assim talvez me matar com menos testemunhas?Era uma possibilidade.
Lúcia:– O que está fazendo!?
           — Não tínhamos pegado o elevador mas estávamos subindo as escadas e ele continuava sem dizer uma palavra sequer.
Lúcia:– Antônio?Oi!?Está me assustando assim sabia!?
           — Dessa vez tenho a total atenção dele quando se vira para me olhar e assim jogar todo seu mau humor sobre mim.
Antônio:– Você abortou então?
          — Ele era tão intenso que as vezes me deixava sem fôlego e talvez seja por isso que nossas discussões eram sempre tão acaloradas.
Lúcia:– Não eu não pude fazer isso.
          — O alívio estampa sua cara como uma máscara sobre seu rosto e em seguida sinto seu abraço apertado ao meu redor,no início não queria abraçá-lo só que nos últimos meses me sentia tão sozinha que acabei rodeando ele.
Antônio:– Tem idéia de quanto me faz feliz?
Lúcia:– Sei estou desgraçada pelo resto da vida valeu.
          — Sua risada curta aparece e é estranho porque estava sentindo falta disso nele.
Lúcia:– Não quero ser mãe assim Antônio por acidente.
Antônio:– Vamos dar um jeito nisso.
Lúcia:– Você e seus planos mirabolantes!
Antônio:– Eu sei que sou um gênio!
           — Dessa vez sou eu que o abraço por estar nervosa e com muito medo e acima de tudo querendo que não parasse de fazer o que estava fazendo porque depois de tudo que aconteceu eu queria apenas alguns segundos sendo querida por alguém.
Alex:– Vocês fazem muito barulho!
Lúcia:– Irmão?Quando voltou?
Alex:– Umas horas e aí?Se acertaram?
Lúcia:– Não.
Antônio:– Sim.
           — Preferia minha resposta já que esse daí não estava preparado para nada assim como eu e agora tinha certeza que estava mesmo sem saída para uma criança em minha vida.
Alex:– Lurdes me contou aonde foi,aí?Fez?
Lúcia:– Não.
Alex:– Ufa!Pelo menos você ainda tem bom senso!
           — Meu irmão mais velho conseguia ser um tremendo idiota quando conseguia estar inspirado porém estava certo eu começava à criar algo bom em meu caminho à partir dessa escolha.
    

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