Lúcia
- Eu tinha acabado de entrar no quarto da minha mãe e foi um acidente é claro porque ele vivia trancado só que por algum motivo o destranquei naquela noite depois que tinha chegado do hospital e ainda não entendia por que tinha feito essa loucura.
- Quando entro tudo parecia igual e os cobertores estavam dobrados e a cama estava feita enquanto a penteadeira está com vários perfumes e cremes e me lembro o quanto gostava de se aprontar,as vezes parecia até um desfile de moda.
Lúcia:- Sua idiota!
- Nunca tinha entendido o motivo real de tirar sua vida porque parecia estar tudo bem e talvez esse tenha sido meu pior erro acreditar em uma máscara tão bem colocada em seu rosto.
- Não deixaria aquele túmulo dentro da minha própria casa me afundar mais ainda e vou doar ou até botar fogo em tudo e mesmo que Alex não aceite irei dar um jeito nessa bagunça toda.
- Vou correndo até a cozinha e pego entre os copos uma pequena lâmina de barbear que tinha tirado e começado à me cortar e nem sei por que faço essa mutilação comigo mesma porém a satisfação de descontar tudo em mim é mais forte do que o pensamento sensato de parar e dar mais uma chance e quantas vezes tinha feito mal para todos e Maria!?
Lúcia:- Minha irmã!
- Um corte pequeno entre o pulso apenas para sentir o sangue descer e droga!Devia ter pegado leve só que lembrar de como fui péssima irmã com meus irmãos me mata por dentro então acabo por lavar a ferida e secar as lágrimas e em seguida escuto uma voz grave chamar meu nome.
Lúcia:- Só pode ser brincadeira!
- Não tinha colocado os saltos altos e estava pensando seriamente em não colocar e ir apenas de sapatilhas pretas para combinar com o vestido curto de alças da mesma cor porém não estava preparada para a cena que veria em seguida.
Lúcia:‐ Antônio!?Você está bem.
Antônio:- Obrigado.
- Isso era apenas um elogio simples porque o cara estava de tirar o fôlego de paletó negro e cabelos presos e penteados para trás e droga!Estava até dando vontade de beijá-lo naquele exato momento.
Lúcia:- O que pensa que está fazendo!?
- Desço com raiva pelas escadas e coloco ambas as mãos na cintura o que foi uma péssima ideia porque Antônio sabia de alguma maneira.
Antônio:- Não acredito que não percebi isso.
- Ele segurava gentilmente meu pulso entre suas mãos e não tinha nem limpado o sangue que caia até que Antônio pega um lenço branco guardado no bolso interior e coloca ao redor da ferida que tinha provocado.
Lúcia:- Me machuquei sem querer no quarto.
- Precisava mentir sobre aquilo que provocava em mim porque seria duramente criticada,apenas Brenda sabia daquilo e tenho certeza agora que deve ter dado com a língua nos dentes porque aquele olhar de piedade dele me fazia querer bater em sua cara.
Antônio:- Por que está fazendo isso hum?
Lúcia:- Por que não se mete apenas com a sua vida e deixa a minha em paz!?Não preciso de babá já sou de maior!
- Não me importava de estar sendo grossa e sem noção com o cara porque estou de saco cheio de ser julgada pelas pessoas por ações que tomava ou deixava de tomar só que o principal problema era que ele não parecia chateado ou bravo comigo,pelo contrário estava sorrindo.
Lúcia:‐ Qual o problema com você!?
- Antônio tinha se sentado no sofá e colocado a cabeça na almofada de apoio e continuava rindo.
Lúcia:- Eu te odeio Antônio!
Antônio:- Tudo bem querida não será a primeira ou a última em me falar isso.
- Droga!Agora estava me sentindo muito mal por tê-lo ofendido de alguma maneira só que estou de saco cheio das pessoas e também dele e mesmo assim vou me aproximando até estar sentada do seu lado.
Lúcia:- Eu peço desculpas se te magoei de alguma maneira.
Antônio:- Nossa essa é a primeira vez que se desculpa comigo,parece que está mudando de alguma maneira hum?
Lúcia:- Não enche!
- Viro para a frente com os braços cruzados e uma vontade imensa de quebrar seus ossos porque parecia que sempre davamos um jeito de brigarmos como doidos,gostaria de dar um tempo para isso.
Antônio:- Quer saber meu plano?
Lúcia:- O que?
Antônio:- Vou te levar para a boate e jantaremos e em seguida transaremos a noite toda e então?O que acha?
- Sinto como se estivesse ficando extremamente corada e agora não tinha coragem de olhar para a cara desse safado porque se fizesse isso era bem arriscado de pularmos para a última parte do seu plano que à propósito estava me deixando bem excitada.
Antônio:- Lúcia?Ei amor!
Lúcia:- Não me chame assim!
Antônio:- Nossa você tá uma gracinha vermelha!
Lúcia:- Calado!
- Eu não entendia de onde vinha essa vontade de apenas curtir com a cara dele,estávamos até parecendo duas crianças uma em cima da outra apenas testando e se provocando,se por um lado estou puta com toda essa situação por outro amo provocá-lo dessa maneira então finalmente Antônio fica sobre mim e acaricia parte da bochecha o que deixa meu coração acelerado no peito.
Antônio:- Parece que eu ganhei em?
Lúcia:- Não fique tão convencido!
Antônio:- Não estou.
- Gostaria que sempre fosse assim entre nós só que a realidade era mais constante e perturbadora e sempre envolvia minha família.
Antônio:- O que foi?
- Tinha saído de baixo dele e começado à remoer o passado então me decidi finalmente à apenas sair e curtir um pouco.
Lúcia:- Vamos.
Antônio:- Então finalmente decidiu sair?
- Olho para ele com a cara mais inocente possível querendo distrair sua atenção para o que desejava mesmo ter até o fim da noite e que ele tinha me proposto tão gentilmente.
Lúcia:- Eu quero mesmo comer Antônio.
Antônio:- Ou nesse caso ser comida?
- Não acredito que tinha jogado aquilo tão abertamente na minha cara só que beleza para mim.
Lúcia:- É talvez.
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Pelas minhas aparências
RomanceLúcia é uma ótima enfermeira e sempre se sacrificou pelo bem da sua família só que desde que a mãe se matou e a irmã mais nova deixou a casa junto do irmão mais velho e problemático ela precisa lidar com o luto e também com a dor de se sentir sozinh...