Capitulo 12 - A estrela mais escura

49 7 0
                                    

Antônio
             — Eu não gostava de estar dentro da minha pele e ter que lembrar tudo que aconteceu comigo e minha família e por mais que virasse a cara e bebesse como um fodido condenado entendia que precisava seguir em frente e não me importar porém aquela noite estava diferente das demais porque uma voz me chamava.
Lúcia:– Antônio?
             — Sentia seus dedos em meu braço e apenas beijei sua palma e agradeci por ela estar comigo.
Lúcia:– Não que esteja reclamando mas...por que os beijos?
            — Eu estava querendo agradar essa mulher que parecia sempre querer quebrar o clima mesmo quando estávamos indo bem ou pelo que parecia razoável.
Antônio:– Pesadelos.
Lúcia:– O que?
            — Desde antes chegarmos aqui em São Paulo me lembro de ser um verdadeiro inferno com meu pai um carrasco que adorava infernizar a vida dos filhos.
Antônio:– Eu só não acho que você queira ouvir nada.
           — Minha vida era louca demais e não acredito que Lúcia queira dar ouvidos à uma parte obcura do que ouve só sei que tudo deu uma reviravolta e agora era apenas mais lembranças ruins.
Lúcia:– Você se enganou.
           — Ela me segurava pelo queixo e assim me deixei acreditar que pudesse ser diferente com essa garota porque todos os traumas e vícios e loucuras internas surgiram com aquele desgraçado.
Antônio:– Não estou pronto ainda.
           — Tem certas coisas na minha vida que não estava preparado para compartilhar com ela mesmo Lúcia tendo se tornado uma parte específica da minha vida.
Lúcia:– Eu compreendo e estarei aqui quando quiser contar tudo ok?
           — Beijo sua mão para selar o acordo breve que estávamos fazendo entre nós.
Antônio:– Você é ótima.
           — Não queria me relembrar de mais nada sobre o passado porém com Lúcia aqui as coisas ruins meio que passeavam pela superfície.
Antônio:– E você?
Lúcia:– Como assim?O que tem eu?
           — Ela acaba se sentando em cima da cama com as mãos apoiadas nos joelhos e tentando buscar respostas para algo talvez?Gostaria que pudesse me contar tudo porém não sou hipócrita de pedir por uma coisa que não tinha dado em troca.
Antônio:– Deveria ter prestado mais atenção em você nas últimas semanas me sinto um idiota por isso.
          — Se não fosse por essa cabeça nas nuvens que eu tinha talvez soubesse desde o princípio que fazia aquela loucura consigo mesma.
Lúcia:– Em primeiro lugar você é um idiota de qualquer maneira e não acho que dei os sinais necessários pra falar a verdade preferi esconder porque pisei na bola com a minha irmã que sofria abuso psicólogico de um irmão que acreditava ser o maior e pra colocar a cereja no bolo minha mãe sabia e mesmo assim escolheu não me contar e agora que eu odeio ela ao mesmo tempo me odeio por não ter salvado sua vida!
            — Estava derramando lágrimas que nem sei para que agora porque o estrago tinha sido feito e tudo que poderia fazer era lamentar e me sentir um lixo.
Antônio:– Ei!Para com isso entendeu?
            — Antônio segurava meu queixo enquanto esperava minha resposta e agora não sabia o que dizer,desde quando aquilo aconteceu entre nós?Lembro que sempre que o via se estreitando pelos cantos do hospital tratava de dobrar qualquer canto que estivesse ou não falava nada só que depois do suicídio daquela mulher fiquei frágil como um papel molhado e será que agora estaria bem depois de dar todos os sinais possíveis que não?
Lúcia:– Ok.
Antônio:– Desculpa dizer isso mas sua mãe pisou feio na bola.
Lúcia:– Antônio minha mãe está morta!
             — Não conseguia ouvir ninguém falando coisas horríveis dela e nem mesmo de alguém que tinha acompanhado de perto meus dramas e demônios e apesar de tudo não me julgou nenhuma vez então resolvi apenas avisá-lo.
Antônio:– E daí?Não é porque alguém morre que vira santo entende?Eu estava aqui o tempo todo e percebia que aquela pessoa pra não dizer outra coisa pior era bastante desleixada com os próprios filhos!
              — Queria olhar para ele só que não conseguia porque tudo que falava era verdade além disso se tivesse me alertado alguma vez sobre o terror que acontecia dentro da minha própria casa talvez minha irmã estivesse aqui morando conosco.
Antônio:– O que foi?
               — Balanço a cabeça como louca para de alguma maneira esses pensamentos carentes e vergonhosos deixarem minha mente só que era como as ondas do mar por um momento ia mas sempre voltava.
Lúcia:– Só delirando.
Antônio:– Como sempre!
              — Ele acaba por se levantar e me beijar de leve na boca e apenas aquele simples carinho me desperta diversas sensações entre as pernas,droga de cara gostoso!Acabo por capturar sua boca com uma velocidade e urgência tão grandes que se visse essa cena antes rolando entre nós começaria à rir só que era bem real assim como os pesadelos e morte e todo o resto e existia também todo o jeito cruel e horrível que o destratei.
Lúcia:– Desculpa por tudo que te fiz e a maneira que maltratei você.
Antônio:– Está desculpada moça.
            — Agora estou melhor mesmo sabendo que vai levar um tempo para digerir todas as bizarrices que me aconteceram.
Lúcia:– É sério Antônio estou muito arrependida.
            — Me tornei uma vilã muito antes de saber que era uma,primeiro foi com a minha família e em seguida com ele.
Antônio:– Já me conhece um tempo para saber princesa que não guardo rancor de ninguém.
Lúcia:– Eu entendo que você é ótimo mesmo.
             — Tento colocar lençóis sobre meu corpo porém ele me impede.
Antônio:– Está com frio?
Lúcia:– Sim.
Antônio:– Venha para cima de mim querida porque terei o maior prazer em te esquentar.
             — Acabo por fazer exatamente o que tinha falado porque estava ficando excitada novamente e isso só passaria quando o tivesse dentro de mim.
Lúcia:– Que generoso da sua parte.
Antônio:– Sou conhecido por isso.
             — Me abaixo até lhe dar um beijo e me lembrar de outra coisa em seguida.
Lúcia:– Antônio?
Antônio:– Hum?
Lúcia:– Preciso ir atrás do meu irmão também.

Pelas minhas aparências Onde histórias criam vida. Descubra agora