Amor Sem Fronteiras - MOBICTOR - Finalizada

Arrependimento

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P.O.V CORINGA

- Mob? - Falo pela quinta vez, mas não há resposta do outro lado, apenas paro, tentando assimilar tudo que aconteceu. Onde está Mob? Será que Mii sabe pra onde foi?

Ando em passos largos até a cozinha onde encontro todos almoçando, chego desesperado. Minhas mãos tremem e meus olhos queimam, tudo dói. Babi percebe e se aproxima, Voltan chama a atenção dos outros.

- Coringa, o que aconteceu? - Thaiga segura minhas mãos - Gurizada, acho que o assunto é sério?

Nenhuma palavra sequer sai da minha boca, estou ali, congelado com todas as lembranças de Mob passando como filme em minha cabeça.

- Victor, abra essa boca, o que tá acontecendo? - Milena deixa o prato de lado e foca em meu rosto.

- Mob, acho que ele sofreu um acidente, precisamos ir atrás dele...

Milena ri sarcasticamente.

- Não vou cair nessa, não mesmo - Volta até a bancada.

- Não é brincadeira, ele me ligou pedindo ajuda. Preciso ligar pra PH.

Ligamos pra PH, mas não faz ideia de onde está e sua mãe foi embora alguns minutos atrás, ocorreu um imprevisto em seu apartamento no Rio de Janeiro, e não teve como ficar por mais tempo. Uma ideia surge em minha cabeça. Pego o celular e ligo para a seguradora, o GPS de seu carro.

Explico a história desesperado e prometem me ligar em cinco minutos. Ajeito minhas coisas e vou até o carro, Voltan e Babi me seguem, Milena não espera duas vezes e faz o mesmo, Thaiga segue a maior. A Seguradora liga dois minutos depois, eficiência meus caros, e nos envia as coordenadas via WhatsApp. Não dou a mínima pro excesso de passageiros em meu carro e acelero o mais rápido que posso.

Cerca de trinta minutos depois encontramos uma multidão cercando a pista, de um lado uma pequena mata lança uma brisa fria em meu rosto, estremeço. Por cima de alguns ombros enxergo alguns policiais e o carro, a situação não é uma das melhores. Meu coração vai sair pela boca a qualquer momento!

Dou cotoveladas nos curiosos e passo pela fita amarela, o que atrai dois policiais ao meu encalço.

- Ei, garoto - O loiro se aproxima cada vez mais, passo pela viatura e avisto Mob, minhas pernas falham instantaneamente, caio de joelhos. As lágrimas nesse momento correm por meu rosto. Corro até seu corpo e tento o levantar.

- Mob, não, não, não, isso não pode estar acontecendo - O balanço em meus braços, mas nenhuma resposta. Um homem de roupa branca diz alguma coisa que não faço ideia do que seja e tenta me tirar dali, mas o empurro - Me solta, caralho!

- Victor - Babi fica ao meu lado - Não pode fazer isso com o corpo de Mob, se ele tiver algum ferimento interno ou...

Mob parece estar descansando, os olhos fechados, o cabelo cor de rosa que pintara recentemente ainda é chamativo e agora possui sangue seco por entre seus fios, meus dedos correm por seu rosto onde um pequeno corte em sua bochecha está provisoriamente tapado, sua boca possui corte mínimos, mas o que preocupa é sua barriga, onde faixas brancas escondem algo que sinto que não é nada bom.

- Bárbara, isso tudo é minha culpa. Se não tivesse o beijado, se não...

- Victor - Babi segura meu rosto em suas mãos, seguro as mãos quentes de Marcos, seus batimentos estão fracos - Mob está sendo transferido, pelo que soube fará uma cirurgia as pressas. Não se culpe, não é o momento, ele vai ficar bem, ok?