P.O.V MOB
O garoto me joga na cadeira e amarra meus braços, pouco importa com meu ferimento. Uma garota ruiva de olhos castanhos cor de caramelo se aproxima, passando pela porta da cozinha, está com o kit de primeiros socorros em mãos, Otávio sussurra algo em seu ouvido.
- Será que poderia ser um pouquinho mais carinhoso – Brinco com o garotinho que finaliza o nó – Essa agressividade toda para que? – O garoto fica tão nervoso que seu rosto parece ser pintado de vermelho – Além dos mais, estou com um puta ferimento se não percebeu.
- Foda-se, isso é pouco ainda perto do que realmente merece – Sua voz é fria, não consigo ver muito por detrás das máscaras, só olhos verdes brilhantes que me lançam um olhar de desgosto. Quando se levanta parte da blusa de gola alta preta que veste sobe e mostra uma pequena tatuagem em seu pulso, um símbolo, puta merda, é o símbolo Nazista.
- Você é mesmo um lixo – Cuspo as palavras, o garoto ameaça me acertar, o garoto acerta um soco em meu rosto e caio, a parte de madeira da cadeira machuca minhas costas, Otávio intervém irritado.
- Some daqui, Caio! – Grita – Agora!
Tenho que entrar no personagem, respiro fundo.
- Obrigado – Agradeço e Otávio me olha, relutante, tenta não sorrir ou dar algum vacilo – Por me trazer aqui, mas será que pode tirar essa maldita corda das minhas mãos, está fazendo a dor ficar muito pior – Me olha desconfiado - Você tem uma arma, acha mesmo que sou louco o suficiente de tentar algo?
- Vou tirar, mas se tentar algo não vou pensar duas vezes antes de atirar. Tá me escutando? – Diz gaguejando.
- Não vou tentar.
Ele se abaixa, ficando com o rosto perto demais do meu e quero vomitar, quero socá-lo até entrar em coma, quero pegar aquela maldita arma e acertá-lo como fez com Gilson, seguro com força todas as minhas forças. Uma hora ou outra Otávio vai cometer um deslize. E esse vai ser meu momento de agir.
Assim que desata os nós a garota se aproxima, não diz uma palavra sequer, é a única ali que não está com uma daquelas máscaras de animais que me dão pavor, a sua é de um personagem infantil que no momento não consigo reconhecer. Levanta a blusa e mordo a mão, como dói.
- Precisa de alguns pontos – Diz para Otávio.
- Faça o que for preciso – Caminha até a porta.
- Não vai, fica aqui comigo, por favor! – Digo choramingando.
- Quer que eu fique aqui? – Seu rosto se ilumina com a ideia.
- Sim, quero! – Digo baixinho enquanto a agulha perfura minha pele. Grito, muito alto. Dói muito mais do que imaginei. Tenho que ser forte, eu vou sair dali, mesmo machucado vou salvar nossa pele.
Não demorou muito, me sento novamente na cadeira, me recompondo, a garota aplicou uma injeção que está amenizando a dor, isso vai ser muito útil para a fuga. Logo sai da sala, nos deixando a sós.
- Por que você o escolheu? – Otávio pergunta, sabia que se fosse mesmo tão louco por mim como Victor disse que em algum momento cometeria um deslize. Otávio balança a cabeça como se tivesse dito algo inapropriado, olhos arregalados, assustado – Quer saber, vou te levar de volta ao celeiro.
- Será que posso ir ao banheiro antes de ir, acho que o pão que nos deram essa manhã estava estragado, não estou muito bem.
Otávio revira os olhos, mas não hesita. Me leva ao banheiro da sala de estar, não há ninguém por ali, a porta que dá para o jardim e a fonte do lado de fora está aberta. Entro no banheiro e ele para a porta com o pé.
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Amor Sem Fronteiras - MOBICTOR - Finalizada
RomansaDepois das férias de verão, a correria volta a Mansão Loud, influenciadores estão animados com novos projetos e novas parcerias. Principalmente Mob que prepara um campeonato de Free Fire em parceria com Nobru. Só que algo o aflige, um sentimento pel...