Elena vive em mundo de porquês.
Uma cidade que antes era calmaria, hoje está distribuindo cadáveres pelas ruas;
A garota é perseguida por alguém. Mensagens e ameças.
Seu passado diz muito sobre seu presente. Mas será que ela consegue se lembrar d...
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Em 17 anos nunca tive alguém que se importasse comigo. Anne queria realmente ser minha amiga e estar na minha vida. O que ela fez salvou minha vida; gostaria de agradecer; mas me encontro em um sono profundo do qual não quero acordar. Me sinto mais leve. Parece que estou flutuando e me encontrando com as nuvens do céu. Tão macia e branca. Aquilo sim era paz. Por mais que no fundo eu sabia que teria que acordar, aquilo estava tão bom... Eu sentia o vento batendo no meu rosto enquanto caía uma garoa fina e gelada. Se isso não era o paraíso, eu não sei o que era. Estava me sentindo outra pessoa. Em um outro corpo. Ou até mesmo em outro mundo. Não quero! Não vou acordar! Eu estava andando em direção a um campo grande e aberto. Haviam borboletas e a garoa continuava a cair vagamente sobre mim. Eu estava tão bem... Não me sentia suja. A pobre e má Elena. Continuei andando, o lugar em que estava era enorme. Enquanto caminhava, avistava aos meus pés pequenas folhagens com flores delicadas. Quando de repente, aqueles galhos começaram a se emaranhar nas minhas pernas; seguindo para os braços até chegarem no meu pescoço. Mesmo com tudo isso, estava pronta para deixar acontecer o que meu destino quisesse. Eu sentia uma ardência nas bochechas. De longe escutava uma voz me chamando mas eu não conseguia responder. Tentei ao menos abrir os olhos.
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—ELENA, ACORDA!
Quando abri os olhos, vi Anne dando leves tapas no meu rosto tentando me fazer acordar. Está explicado o porquê senti aquela ardência.
Ainda estava me recuperando da surra que levei. Olhei ao redor e eu estava em um local estranho. Parecia bonito. Mas era desorganizado. Aconchegante, mas mal iluminado.
...
— Quem me trouxe até aqui? E o que aconteceu depois daquele pessoal vir para cima de mim?
— Menos perguntas e mais agradecimentos. Se eu não estivesse te salvado, você provavelmente estaria morta agora. — Anne se inclinou oferecendo água.
— Não sei exatamente o que falar. Você me salvou, estou viva. Devo te abraçar desesperadamente? — Diz Elena observando o lugar.
